A autorreferência é um mecanismo relativamente banal na arte. Por exemplo, poemas que se queixam de como as palavras não lhes bastam para dizerem tudo o que precisam dizer, é mato. Nos textos cantados é especialmente frequente encontrar esse tipo de truque estilístico, em particular em canções que se põem a falar sobre canções de amor para, de forma mais ou menos discreta, fingirem que não são elas próprias canções de amor, bajoujas e piegas como todas as canções de amor devem ser.
Com a chegada da Primavera, os dias crescem enquanto o tempo passado em casa diminui. E ainda bem, porque há concertos lá fora à nossa espera. Para os mais aguardados, como as apresentações do novo álbum dos nossos Capitão Fausto ou a estreia dos incomparáveis Autechre, na Culturgest, já não há bilhetes. Mas há mais por onde escolher, dos regressos dos Yes e de Lloyd Cole a Portugal ao ciclo Sons de Liberdade do Teatro Tivoli BBVA, em que JP Simões, Gisela João e B Fachada revisitam velhas canções de protesto e os seus autores, para comemorar os 50 anos da revolução.
Recomendado: Os concertos a não perder em Lisboa esta semana