“David Bowie”, David Bowie
Em 1967, após várias tentativas fracassadas para alcançar sucesso, com diversas formações, cortes de cabelo, farpelas e estilos musicais (uma saga iniciada aos 15 anos, com The Konrads), David Jones mudou o nome para David Bowie e lançou o seu primeiro álbum de longa-duração, homónimo. Não era, todavia, no nome que estava o enguiço: o disco ficou-se pelo 125.º lugar do top britânico e reouvindo-o hoje percebe-se que não merecia mais. A fama alcançada posteriormente por Bowie não bastou para resgatar esse primeiro ensaio ao olvido e só os “completistas” e os peritos em bowielogia o conhecerão.
Bowie ainda não se descobrira como criador, o que só aconteceria com o álbum que lançou em 1969, pela Philips, com o título de... David Bowie. Se esta escolha propiciava o equívoco entre os discos de 1967 e 1969, a confusão foi aumentada por a edição americana, pela Mercury, ter recebido o título de Man of Words, Man of Music, e de a reedição de 1972, pela RCA, ter sido rebaptizada como Space Oddity. Este último título tentava tirar partido do facto de a faixa de abertura, “Space Oddity”, ter chegado, tardiamente, ao 5.º lugar do top britânico de singles, enquanto o álbum passara despercebido quando da edição original. A verdade é que “Space Oddity” é a canção mais forte de um álbum pouco congruente estilisticamente, embora com canções muito superiores às do disco de estreia. Bowie não tardaria a afastar-se da atmosfera folk e hippie do segundo álbum, mas este marca o início do seu reconhecimento público.
[[“Space Oddity”: versão original de 1969]