Nat King Cole

Dez versões clássicas de “Embraceable You”

A letra não é dos momentos mais inspirados de Ira Gershwin, mas a música de George conquistou a imortalidade

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A dupla George & Ira Gershwin compôs “Embraceable You” em 1928 para a opereta East Is West, mas esta nunca foi terminada e, dois anos depois, os Gershwin reciclaram a canção em Girl Crazy, um musical cómico, sobre um jovem bon vivant que a família envia para o exílio num rancho num local remoto do Arizona, mas que, ao invés de se regenerar, converte a propriedade da família numa mini-Broadway do faroeste.

Girl Crazy foi marcado por duas outras estreias destinadas à fama: a da canção “But Not For Me” e a de uma dançarina ruiva de 19 anos, cujo desempenho em “Embraceable You”, coreografado por Fred Astaire, fez sensação: chamava-se Ginger Rogers.

Duas semanas após a estreia em palco de “Embraceable You”, por Rogers e Allan Kearns, a canção teve a primeira gravação, por Irving Kaufman e a Majestic Dance Orchestra.

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Dez versões clássicas de “Embraceable You”

Nat King Cole

Ano: 1943
Álbum: The King Cole Trio (Capitol)

“Embraceable You” foi gravado pelo trio de Nat King Cole, com Oscar Moore (guitarra) e Wesley Prince (contrabaixo), a 15 de Dezembro de 1943. É uma das oito canções incluídas no primeiro registo de longa duração do grupo, The King Cole Trio, sob a forma de quatro discos de 78 rpm.

Sarah Vaughan

Ano: 1954
Álbum: Sarah Vaughan (Verve)

A cantora tem vasta e meritória discografia, mas este registo (também conhecido como Sarah Vaughan with Clifford Brown), em que é acompanhada por um sexteto de luxo constituído por Clifford Brown (trompete), Herbie Mann (flauta), Paul Quinichette (saxofone), Jimmy Jones (piano), Joe Benjamin (contrabaixo) e Roy Haynes (bateria), está entre os “imprescindíveis” de qualquer discoteca jazz.

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Hampton Hawes

Ano: 1956
Álbum: Everybody Likes Hampton Hawes (Contemporary)

A discografia em nome próprio do pianista Hampton Hawes abre com duas trilogias do seu trio na Contemporary: uma registada em 1955-56, na companhia de Red Mitchell (contrabaixo) e Chuck Thompson (bateria), é formada pelos álbuns Hampton Hawes Trio, This is Hampton Hawes e Everybody Likes Hampton Hawes; a outra, registada numa maratona ao longo da noite/madrugada de 12 para 13 de Novembro de 1956, com Mitchell e Elridge Freeman no lugar de Thompson, foi publicada sob o título de All Night Session! vol. 1-3.

“Embraceable You” faz parte de Everybody Likes Hampton Hawes e mostra que Hawes estava longe de ser um pianista convencional.

Billie Holiday

Ano: 1957
Álbum: Body and Soul (Verve)

Há quem ouça nos últimos álbuns de Billie Holiday a sombra de uma grande cantora de jazz debilitada pela toxicodependência e pelas desilusões amorosas. Mas se é verdade que, do ponto de vista estritamente técnico, a voz de Holiday já conhecera melhores dias, a sua expressividade estava mais apurada do que nunca e a superior qualidade das gravações tardias, aliada à excelência dos músicos recrutados para a acompanhar, reequilibram a balança. Em Body and Soul, a equipa contou com Harry Edison (trompete), Ben Webster (saxofone), Jimmy Rowles (piano), Barney Kessel (guitarra), Red Mitchell (contrabaixo) e Larry Bunker (bateria).

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Thad Jones

Ano: 1957
Álbum: Olio (Prestige)

A discografia do trompetista Thad Jones (1923-1986) teve início em 1954, com The Fabulous Thad Jones, e concentra-se nos anos de 1956-59, com álbuns em nome próprio, ou sob o nome dos Jones Boys (com os irmãos, o pianista Hank e o baterista Elvin) ou de The Prestige All Stars. Olio está no terceiro caso e conta com Frank Wess (saxofone), Teddy Charles (vibrafone), Mal Waldron (piano), Doug Watkins (contrabaixo) e Elvin Jones (bateria). A liderança da sessão tem sido atribuída a Thad Jones, ainda que as composições sejam todas de Teddy Charles, com excepção de “Embraceable You”.

Ella Fitzgerald

Ano: 1959
Álbum: Ella Fitzgerald Sings the George & Ira Gershwin Song Book (Verve)

O Song Book dedicado a Gershwin foi o mais imponente da série gravada por Ella, com 59 canções, com arranjos de Nelson Riddle, distribuídas por cinco LPs. A versão de “Embraceable You” pauta-se pela delicadeza e subtileza de expressão.

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Frank Sinatra

Ano: 1960
Álbum: Nice’n’Easy (Capitol)

Nice’n’Easy foi um reatar da colaboração entre Sinatra e Nelson Riddle, após alguns álbuns do cantor com outros arranjadores. Chegou ao primeiro lugar do top da Billboard e foi nomeado para três Grammys.

Ornette Coleman

Ano: 1960
Álbum: This is Our Music (Atlantic)

A entrada em cena do trompetista Ornette Coleman (1930-2015) fez-se com estrondo: os seis álbuns (dois na Contemporary, quatro na Atlantic) que gravou entre 1958 e 1960 abriram novas vias para o jazz e deixaram muita gente assarapantada. Coleman estava consciente do visionarismo da sua música, como atestam os títulos dos discos: Something Else!!!, Tomorrow Is the Question, The Shape of Jazz to Come, Change of the Century, This Is Our Music e Free Jazz. Neste sexteto de discos revolucionários, todas as composições são de Coleman, que nunca mostrou interesse, ao longo da longa carreira, por tocar standards. Só em This is Our Music, gravado com Don Cherry (trompete), Charlie Haden (contrabaixo), Ed Blackwell (bateria), surge uma excepção: um “Embraceable You” de contornos distorcidos.

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Harry “Sweets” Edison

Ano: 1962
Álbum: Wanted to Do One Together (Columbia)

Embora Wanted to Do One Together (posteriormente reeditado como Ben & Sweets) seja uma parceria do saxofonista Ben Webster com o trompetista Harry “Sweets” Edison, o primeiro está ausente de “Embraceable You”, que consiste basicamente num longo solo de Edison, acompanhado por Hank Jones (piano), George Duvivier (contrabaixo) e Clarence Johnston (bateria).

Art Farmer

Ano: 1963
Álbum: Interaction (Atlantic)

O trompetista Art Farmer (1928-1999) estreou-se a gravar como sideman em 1948 e como líder em 1953, num septeto com arranjos de Quincy Jones. Entre 1954 e 1963, gravou uma quinzena de álbuns, em formatos entre o quarteto e a big band. Interaction está no primeiro caso e contou com Jim Hall (guitarra), Steve Swallow (contrabaixo) e Walter Perkins (bateria) e “Embraceable You” concede largo espaço aos solos do líder e de Hall.

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