A nova-iorquina Greta Kline (n.1994) é filha de actores famosos, o que dá sempre um empurrão a uma carreira no showbiz, mas escolheu um nome artístico que não deixa adivinhar que o pai é Kevin Kline e a mãe é Phoebe Cates (antes de ser Frankie Cosmos, Greta Kline usou também o pseudónimo de Ingrid Superstar). Após as primeiras demos e espectáculos a solo – iniciados com a tenra idade de 15 anos – passou a ser acompanhada por uma banda – Lauren Martyn (teclados), David Maine (baixo) e Luke Pyenson (bateria) – e gravou os álbuns Zentropy (2014) e Next Thing (2016), preenchidos por canções muito curtas (o primeiro disco avia 10 canções em 20 minutos) e falsamente ingénuas e amáveis, já que há subtileza, malícia e, às vezes, sarcasmo, sob a fachada sonora evocativa da pop dos “girls bands” da década de 60.
Veja-se, por exemplo, o olhar que “Art School” lança sobre a vida dos adolescentes: “A escola de artes deixa-te fora de controlo/ A escola real faz-te querer andar pedrada/ A escola secundária leva-te à loucura/ A escola secundária fez-me chorar// Para começar, sou tímida/ É este o diagnóstico/ Não consigo concentrar-me/ E não consigo acompanhar o ritmo, porque estou sempre a fugir para longe// Todos os teus amigos são bêbedos e descontrolados/ Todos os meus amigos são deprimidos/ O meu pai é bombeiro/ E a tua mãe, actriz”. O videoclip respectivo carrega na ironia, com Kline a surgir como uma rapariguinha que sonha com Justin Bieber.
[“Art School”, do álbum Zentropy]