‘Fungagá da Bicharada’, José Barata Moura (1976)
É o disco infantil com maior longevidade da música portuguesa. Começou por ser um programa de televisão, foi uma revista quinzenal de BD, mais tarde uma peça de teatro, e ao longo de 45 anos teve várias sequelas e versões. Mas falar de Fungagá é falar de José Barata-Moura e do LP de 1976. O filósofo e catedrático é um dos maiores contribuintes para o cancioneiro infantil português, e podíamos dedicar-lhe uma lista inteira, que fosse de “Olha a Bola Manel” a “Joana Come a Papa”. Aqui, cada história da bicharada serve de alegoria para outra coisa. A alegria é contagiosa, a composição inteligente e o humor sempre presente. Tem a marca indelével do seu tempo – é feito em pleno PREC por um cantor de intervenção e militante comunista – mas a grande contaminação ideológica é um sentido transversal de respeito pelo próximo, independentemente da cor do pêlo, do número de patas ou da orientação das penas. Tem edição em CD e está no Spotify.