1. 'King Arthur', de Purcell
Ano de estreia: 1691
Monarca: Artur, viragem dos séculos V-VI, se é que teve existência real.
King Arthur or the British Worthy, estreada em Londres em 1691, não é bem uma ópera, pois os ingleses de então não apreciavam muito o género, é antes uma peça de teatro com interlúdios musicais, essencialmente a cargo de personagens secundárias, pois as personagens principais quase só têm partes faladas. O libreto de John Dryden descarta os usuais mitos arturianos, cola-se a A Tempestade de Shakespeare e faz intervir divindades da mitologia greco-romana e nórdica, mas estas liberdades não fazem muita mossa na “verdade histórica”, pois tudo em volta de Artur é tão nebuloso que alguns historiadores defendem que terá sido tão mitológico quanto Vénus ou Thor.
Os trechos mais famosos da ópera são a ária do Génio do Frio “What Power Art Thou?” e a ária de Vénus “Fairest Isle”: “Oh, mais bela das ilhas, que todas as outras suplanta, sede do prazer e do amor, Vénus escolhe fazer dela a sua residência”.
[“Fairest Isle”, pela soprano Barbara Bonney (Vénus) e o Concentus Musicus Wien, com direcção de Nikolaus Harnoncourt]