Quinteto com piano D.667 A Truta
Ano de composição: 1819
Quem diria que esta peça sublime foi concebida para a recriação de um grupo de músicos amadores em férias? Franz Schubert (1797-1828) tinha 22 anos e estava de férias com uns amigos quando lhe foi encomendado este quinteto, cuja invulgar distribuição nas cordas (violino + viola + violoncelo + contrabaixo, em vez do usual 2 violinos + viola + violoncelo) se explica por serem esses os instrumentistas disponíveis, uma vez que se tinham juntado para tocar um quinteto de Johann Nepomuk Hummel que tinha esses requisitos em termos de instrumentos. A presença do contrabaixo libertava o violoncelo para um papel mais proeminente, o que agradou certamente a Sylvester Paumgartner, o violoncelista amador que encomendou a obra.
O quinteto ficou conhecido como A Truta (Die Forelle) por o seu IV andamento ser uma série de variações sobre a melodia do Lieder homónimo (o D.550, composto em 1817).
A obra terá, eventualmente, sido executada em privado, em 1819, por Paumgartner e os seus amigos, e só foi publicada dois anos após a morte de Schubert.
[III andamento (Scherzo: Presto), por Anne-Sofie Mutter (violino), Hwayoon Lee (viola), Maximilian Hornung (violoncelo), Roman Patkoló (contrabaixo) e Daniil Trifonov (piano), ao vivo na Festspielhaus Baden-Baden]