Começou por ter um papel apagado e discreto, percebeu-se que poderia ser mais do que um mero marcador de ritmo com Jimmy Blanton, emancipou-se com Charles Mingus e Scott LaFaro. Hoje é consensual que o contrabaixo não só não é um “instrumento menor” como pode assumir protagonismo equivalente ao do saxofone ou do piano e não é por acaso que alguns dos mais excitantes projectos do jazz português são liderados por contrabaixistas.
No ano passado, o histórico Jazz em Agosto foi substituído por um Jazz 2020 com cartaz 100% português, por culpa da pandemia. Este ano, os efeitos da covid-19 continuam a sentir-se, mas o Jazz em Agosto não vai voltar a ser silenciado, e entre esta sexta-feira, 30, e o próximo domingo, 8 de Agosto, vai ser possível tomar o pulso ao jazz mais livre e frequentemente contaminado por outras músicas nos auditórios da Fundação Gulbenkian. O festival ia arrancar sob o signo do histórico Peter Brötzmann, também responsável pela identidade gráfica de uma edição que olha para o presente e o futuro do jazz europeu, mas o seu concerto teve de ser cancelado. É uma baixa de peso, mas não é fatal. De entre os 13 concertos programados, destacamos seis que, por uma ou outra razão, são imperdíveis.
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