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Os concertos a não perder no Jazz em Agosto

Depois de um silêncio de dois anos, o Jazz em Agosto volta a escutar-se na Gulbenkian. Destacamos meia dúzia de concertos.

Luís Filipe Rodrigues
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No ano passado, o histórico Jazz em Agosto foi substituído por um Jazz 2020 com cartaz 100% português, por culpa da pandemia. Este ano, os efeitos da covid-19 continuam a sentir-se, mas o Jazz em Agosto não vai voltar a ser silenciado, e entre esta sexta-feira, 30, e o próximo domingo, 8 de Agosto, vai ser possível tomar o pulso ao jazz mais livre e frequentemente contaminado por outras músicas nos auditórios da Fundação Gulbenkian. O festival ia arrancar sob o signo do histórico Peter Brötzmann, também responsável pela identidade gráfica de uma edição que olha para o presente e o futuro do jazz europeu, mas o seu concerto teve de ser cancelado. É uma baixa de peso, mas não é fatal. De entre os 13 concertos programados, destacamos seis que, por uma ou outra razão, são imperdíveis.

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Mais jazz

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Começou por ter um papel apagado e discreto, percebeu-se que poderia ser mais do que um mero marcador de ritmo com Jimmy Blanton, emancipou-se com Charles Mingus e Scott LaFaro. Hoje é consensual que o contrabaixo não só não é um “instrumento menor” como pode assumir protagonismo equivalente ao do saxofone ou do piano e não é por acaso que alguns dos mais excitantes projectos do jazz português são liderados por contrabaixistas.  

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O jazz confiou, desde os seus primórdios um papel importante à bateria. Na era do swing, virtuosos como Gene Krupa e Buddy Rich deram à bateria um novo protagonismo e quando, na viragem das décadas de 1940-50, o bebop fez explodir a linguagem do jazz, havia bateristas como Max Roach e Art Blakey a liderar a revolução. Alguns dos mais excitantes grupos do nosso tempo têm bateristas à frente – e Portugal não é excepção. 

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A guitarra fez um longo caminho no jazz, de discreta auxiliar rítmica até à disputa do primeiro plano com saxofones e trompetes. De todos os instrumentos usados no jazz, a guitarra foi o que mais sofreu as influências do rock, contribuindo para enriquecer a linguagem do jazz – os três primeiros guitarristas portugueses desta lista são exemplo dessa frutuosa permeabilidade entre géneros.

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A história da trompete não começou com Louis Armstrong, mas foi ele a ganhar renome e a levar o nível de execução do instrumento para um novo patamar. O seu contemporâneo Bix Beiderbecke (falecido precocemente) é visto como sendo a principal influência dos trompetistas mais cool, como Miles Davis e Chet Baker, sendo Roy Eldridge e Dizzy Gillespie os representantes do registo mais exuberante e acrobático. Em Portugal, Sei Miguel é um dos mais importantes intérpretes da história do instrumento.

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