O MIL este ano prolonga-se até sexta-feira, com conferências no Hub Criativo do Beato durante o dia, e concertos e DJ sets no Cais do Sodré pela noite dentro. É o regresso ao Cais de partida, depois da atípica edição de 2021, quando a convenção que à noite vira festival se reinventou no Hub Criativo do Beato, com máscaras, lugares sentados, assentos vazios, mas a música e a energia de sempre.
“Foi uma edição de resistência”, assume Pedro Azevedo, o programador do MIL e do Musicbox. E continua a sê-lo, “porque, apesar de a pandemia ter acabado, continua a haver muitos constrangimentos para realizar um festival desta natureza – sem headliners; com um funding limitado; com um conceito que não é fácil de se entender... Ou melhor, que é muito simples, mas não é habitual. O desafio é conseguir que a convenção não seja um sítio onde só se fala da indústria, mas que se possa ter aqui temas que são urgentes ou pertinentes para a sociedade em geral discutir”, considera. “A dificuldade passa por transformar uma coisa de nicho, que é altamente profissionalizante, num espaço educacional e democrático, aberto a toda a gente.”
Mas é a música ao vivo, e em particular a oportunidade de descobrir o próximo hype antes de quase todo o mundo, que leva a maioria ao MIL. Este ano, os concertos e DJ sets estão distribuídos por duas noites e seis salas – o Musicbox, claro, mas também o Auditório ETIC, o B.Leza, o Lounge, o Roterdão e o Titanic Sur Mer. De entre os cerca de 50 artistas convidados, Pedro Azevedo começa por destacar cinco estrangeiros: Rosie Alena (“acredito mesmo que ela vai ser grande”); Lewis OfMan (“file under Moullinex e Discotexas”); Mainline Magic Orchestra (“a banda do ano em Espanha”); Avalanche Kaito (“uma cena de rock movidona, com um griot africano”); e Reinel Bakole (“as comparações com Erykah Badu são óbvias”). E podia perfeitamente destacar muitos mais. Estrangeiros e portugueses.
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