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Red Bull Music Culture Clash: Beef para quatro

Quatro crews compostas por alguns dos maiores músicos portugueses disputam uma vitória na segunda edição da Red Bull Music Culture Clash. Esta sexta-feira no Coliseu dos Recreios.

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Das ruas de Kingston para o Coliseu dos Recreios. A clash jamaicana, onde grupos rivais mediam qual o melhor sistema de som, qual o melhor intérprete, deu origem à Red Bull Music Culture Clash, conceito espalhado pelo mundo e que tem esta sexta, em Lisboa, a sua segunda edição. Fazemos um raio-X das quatro crews presentes, sempre pela amizade. Os bilhetes estão disponíveis aqui.

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Red Bull Music Culture Clash: Beef para quatro

Capicua e a Guerrilha cor-de-rosa

Capicua não faz por menos: a turma que traz à Culture Clash pede respeito. A crew quase exclusivamente no feminino, à excepção do DJ D-One (colaborador da rapper portuense há muito tempo), tem M7 aka Beatriz Gosta, Ana Bacalhau, Eva Rap Diva, Marta Ren e Blaya. Pois, respeitinho, era o que dizíamos. Os pratos ficam a cargo de D-One, que terá à sua frente uma formação que além de talentosa é também ambivalente. Teremos o rap no seu formato mais battle com Capicua, Blaya (tente lá dançar com ela) e a rapper angolana Eva Rap Diva – que ainda em Novembro passou pelo Vodafone Mexefest – a soul de Marta Ren e até a pop e o fado de Ana Bacalhau. Bom, bom, era vermos todas estas artistas a rimar. 

Paus e Pedras

O nome faz sentido. Ambas as coisas são boas armas, dão para atirar e podem magoar a sério. Bom, tudo isto no sentido figurado, claro, que a Culture Clash é só picardia benéfica. Se pedra com pedra dá fogo, o que dará pedra com paus? E por isso entenda-se os PAUS – Joaquim Albergaria, Fábio Jevelim, Hélio Morais e Makoto Yagyu, banda que após ter editado Mitra em 2016 se prepara para editar o quarto disco em 2018 – e algumas pedras onde se contam DJ Glue e os rappers Mike El Nite, Holly Hood e Silk. Ora neste caso é de esperar que as baterias se interliguem com batidas mais rap proporcionadas por DJ Glue e as melhores palavras de Mike El Nite e Holly Hood, dois dos rappers que mais atenção merecem do público nacional, o primeiro com novo EP anunciado para Março/Abril. 

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Bridgetown

Na primeira edição da Red Bull Music Culture Clash, o líder desta crew foi um dos convidados surpresa da equipa vencedora: Club Atlas, de Branko. E convenhamos que é a pessoa que mais próxima está desta linguagem de clash jamaico, que começou sobretudo nas ruas de Kingston, de sistema de som às costas. Para a sua Bridgetown chamou Mishlawi – norte-americano que cresceu em Cascais e já é um fenómeno português do hip-hop com sabor a raggae e a dancehall –, entre outros artistas desta linguagem como Dengaz, Plutónio, DJ Dadda, General Gogo, Ben Miranda, Afonso Ferreira e Dodas Spencer. E também há, surpreenda-se, Luís Franco Bastos, que pode bem fazer a crew somar pontos extra a imitar vozes de elementos das outras crews.

Ultramar

Esta é, seguramente, a crew mais longe do território do hip-hop. A ideia de Rui Pregal da Cunha – ainda que contenha os Throes + The Shine e isso possa bem ser kuduro profundamente animado – é seguramente fazer disto uma crew do rock, do psicadelismo, das guitarras. Ao mítico vocalista dos Heróis do Mar, além da banda de rockuduro do Porto, juntam-se os Capitão Fausto, que ainda agora estiveram em São Paulo a gravar o sucessor de Capitão Fausto têm os dias contados, ou seja, devem vir com notas tropicais na bagagem; e os Memória de Peixe ou Marco Franco e Miguel Nicolau, duo que pode ser considerado a meio caminho entre o rock e o jazz e cujo último trabalho, Himiko Cloud, é de Outubro de 2016.

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