Concerto para clarinete n.º 1 MWV VI/41, de Molter
Ano: c.1745
Durante muito tempo considerou-se que os primeiros concertos para clarinete teriam sido os de Johann Stamitz (1717-1757), mas a descoberta dos seis concertos para clarinete de Johann Melchior Molter (1696-1763) alterou essa perspectiva. Molter nasceu na mesma cidade que J.S. Bach, Eisenach, mas saiu cedo para trabalhar como violinista na orquestra da corte de Karlsruhe e estudar em Itália. Em 1722 regressou a Karlsruhe, agora como mestre de capela, ficando aí até 1733, quando assumiu posto similar na corte do Duque Wilhelm Heinrich de Saxe-Eisenach. Em 1742 regressou a Karlsruhe, onde permaneceria até à morte, servindo o Margrave Carl Friedrich de Baden-Durlach, filho do seu primeiro patrão.
Nas suas 600 obras predomina a componente orquestral, com 170 sinfonias e mais de 40 concertos, onde avultam dez para flauta e os já mencionados seis para clarinete, que foram destinados ao clarinete em ré, de tessitura mais aguda e hoje raramente usado, e que se filiam na estética barroca, embora outras obras suas sejam já pré-clássicas.
[Por Jean-Claude Veilhan (clarinete) e Académie de Sainte Cecilie, em instrumentos de época, com direcção de Philippe Couvert (Pierre Vérany)]