Noite Transfigurada, de Schoenberg
Ano de estreia: 1902
A composição foi terminada em Dezembro de 1899, mas estreou apenas a 18 de Março de 1902, em Viena. Do ponto de vista estético pode também dizer-se que está suspensa entre duas épocas: é uma das primeiras obras – o op.4 – de Arnold Schoenberg (1874-1951), então com 25 anos, e leva ao limite a exploração da linguagem do Romantismo tardio, tendo por influências mais fortes Richard Strauss e Gustav Mahler. Pouco depois, Schoenberg concluiria que esta via estava esgotada e abandonaria o vínculo à tonalidade, num processo que culminou com o desenvolvimento de um novo paradigma, o dodecafonismo, que moldaria quase todas as suas grandes obras. Noite Transfigurada é, com o poema sinfónico Pelleas und Melisande (1903), a única representante da fase “tardo-romântica” de Schoenberg que é regularmente tocada e gravada, ainda que costume surgir não na versão original para sexteto de cordas mas no arranjo para orquestra de cordas que o compositor preparou em 1917 (e reviu em 1943).
A peça inspira-se num poema de Richard Dehmel que reproduz um diálogo nocturno, durante um passeio pelos bosques, em que uma mulher confessa ao amante que a criança que tem no ventre é de outro homem.
[Início, por Christian Tetzlaff e Daniel Sepec (violinos) Siegfried Rivinius e Wilken Ranck (violas) Gustav Rivinius e Reinhard Latzko (violoncelo)]