Concertos gratuitos numa antiga lavandaria transformada em bar por um violoncelista, Hugo Fernandes, com mobiliário e objectos de decoração de uma antiga farmácia da Penha de França. É esta a proposta que está a levar os moradores mais velhos da rua a trocar a telenovela pelo bar nas noites de concertos – terças, quintas e domingos. A ementa de petiscos depende da música que for servida. Nada é por acaso. Aqui a arte tem um poder transformador. Há workshops, sessões de poesia e teatro, e brunch ao fim-de-semana.
Há não muitos anos, a noite no Intendente era quase interdita a quem não andasse pelas ruas com um punhal nos dentes. E nos Anjos quase não existia. Mas esta zona foi alvo de uma reabilitação profunda, concluída no essencial em 2012, e desde então começaram a crescer ou a surgir espaços que faziam a ligação entre o dia e a noite nestes bairros. Sobretudo associações culturais muito viradas para a recreação feita de copo numa mão e a anca na outra. Quem cá estava antes disso cá continua: o ambiente é de coexistência.
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