Mesa de Marisco no Ramiro
Fotografia: Arlindo CamachoMesa de marisco no Ramiro
Fotografia: Arlindo Camacho

Os melhores restaurantes no Intendente, nos Anjos e em Arroios

Na freguesia mais multi-cultural do país, Lisboa dá a provar sabores de todo o mundo – tradicional, étnico ou vegan

Hugo Torres
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Levar as papilas gustativas a passear pelas imediações da Almirante Reis é fazer a circum-navegação em três estações de metro: Intendente, Anjos e Arroios. Há comida para todos os gostos e feitios. Ensopados, grelhados, churrasco, hamburgueres, kebabs, pizzas, empanadas, peixe, marisco, moluscos, rãs (sim, rãs), caris, noodles, baba ganoush... uma imensidão de opções para omnívaros mais um polígono imaginário desenhado no mapa com as três paragens vegan obrigatórias que existem lá para os lados da Praça do Chile. Se uma ementa diversicada não lhe basta, saiba que entre clássicos e novidades há muito sítio para ver a bola. Eis os melhores restaurantes no Intendente, nos Anjos e em Arroios.

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Intendente, Anjos, Arroios: onde comer

  • Cafés
  • Lisboa

Um oásis de boa comida a preços imbatíveis. Nuno Pereira e Inês Araújo tinham aberto há pouco a Casa Amarela, ao Rato, quando se juntaram ao arquitecto Luís Carvalho e ficaram com o Brick. Mantiveram o brunch que fez a clientela na primeira vida da casa e começaram a trabalhar na cozinha com influências asiáticas, peixe fresco e produtos sazonais. Os sabores dispararam, os preços ficaram no sítio: 7,50€ a 8€ os pratos de carne e de peixe, 6,20€ a 6,70€ o prato económico e a salada (um deles é sempre  vegetariano). As sobremesas são  caseiras (a tarte de lima, 2,50€ a fatia, é a mais popular), há cerveja artesanal (3,20€) e vinho (3€/copo) da semana, sumos do dia (1,50€-1,70€) e ambiente de bairro. O que é um feito num sítio onde nem sempre é fácil conseguir mesa, sobretudo ao fim-de-semana.

  • Lisboa

Carlos Correia é um antigo jogador de futebol com olho para a cozinha. Depois de abrir restaurantes em Olhão e em Évora, chegou a Lisboa para se estabelecer no Parque das Nações e, desde Setembro, no Mercado de Arroios. A má notícia é que ocupou o espaço do Solar dos Cortadores. A boa é que a carne continua a vir do talho do antigo proprietário do Solar, logo ali ao lado. As bochechas estufadas o vinho tinto (13€), os bifes de vitela (15€), o rabo de boi (13€), o naco de alcatra (22€) e o costeletão (28€, para duas pessoas) são as estrelas da casa, que também tem petiscos e peixe. O nome vem da decoração vintage.

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  • Lisboa

A hamburgueria do bairro, aqui, é a Gutsy. Abriu em 2016, depois de encher as barrigas veraneantes de Carcavelos. 140 gramas de carne de novilho em sanduíches gulosas acompanhadas de chips. O espaço é amplo e com 10€ fica resolvido, mas se estiver demasiado barulho pode sempre levar para casa. Tem opções vegetarianas.

  • Intendente
  • 3/5 estrelas
  • Recomendado

O menu executivo (12,50€) é uma forma económica de comer durante a semana no Infame, no piso térreo do Hotel 1908 (que está na capa desta revista). A outra é o brunch (17€), servido aos fins-de-semana entre as 11.30 e as 16.00. A versão de Inverno já chegou à lista e inclui ovos, bacon, feijão, cogumelos e bloody mary sem álcool (The Brady Brunch), ou chutney de manga, esmagada de grão, gyosas  com molho de iogurte e eggnog (Korma Police). Para que os mais pequenos não fiquem a salivar, também há a versão Kids (9,50€).

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  • Cafeteria
  • Lisboa
  • preço 2 de 4

Por aqui também encontra um brunch exótico com empanadas e alfajores (15€). São petiscos peruanos servidos com sumos naturais aos domingos (a partir das 13.00) a quem se inscrever antecipadamente. Foi uma forma que Valeria Olivari encontrou para promover esta pastelaria de gosto sul-americano, que durante a semana tem porta aberta.

  • Italiano
  • São Vicente 
  • preço 1 de 4
  • 3/5 estrelas
  • Recomendado

Bruno Cardinale é um italiano que chegou a Lisboa vindo da  Austrália. Gostou do bairro e decidiu abrir uma pizzaria,  sonho que trazia de Palermo, onde em miúdo fazia massa nos restaurantes da família. Importou todos os produtos que  usava em Itália, incluindo uma farinha especial, e numa semana tinha a porta aberta. O sucesso foi imediato: pizzas de qualidade, a bom preço e feitas em cinco minutos até tarde. É habitual estar cheio, com caixas de pizza sempre a sair para quem quer levar para casa. Em pouco tempo, veio também Nino Gallico, pizzaiolo com quem trabalhou lá do outro lado do mundo. Na lista têm pizzas como a Madonna  (10€) ou a Pistachiosa (10€), com pistáchios e mortadela sobre uma massa que fica 36 horas a levedar. Em 2019 contam ter almoços de cozinha siciliana.

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  • Francês
  • Lisboa
Mabiche Pizza
Mabiche Pizza

Massa mais fina e crocante, feita com azeite, e produtos do mar como sardinhas e anchovas – a pizza transformou-se quando os italianos imigraram para o Sul de França. E o que aqui se come é pizza marselhesa que resultou dessa fusão. Comece pela típica Mimi (9€), coberta de um lado com molho de tomate e emmental e, de outro, com molho de tomate e anchovas.

  • Churrasco
  • Lisboa
O segredo desta churrasqueira está no molho com que se lambuzam os pitos acabados de sair da grelha. Um piripíri de inspiração indiana que faz a síntese desta casa no Bairro das Colónias: frango moçambicano, picante indiano, atendimento brasileiro. Para acompanhar  com batata frita e arroz basmati bem seco (meio frango com ambos, 5,50€). O espaço é  muito pequeno, halal (não serve álcool) e ponto de encontro da comunidade muçulmana local. Quando lá fomos, duas senhoras de hijab discutiam os méritos de Shakira.
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  • Sírio
  • Lisboa
  • preço 2 de 4
  • 4/5 estrelas
  • Recomendado

A gastronomia do Médio Oriente está bem representada no  Mercado de Arroios, com comida feita pela mão de refugiados. O nosso crítico Alfredo Lacerda elogiou a sopa de lentilhas, o baba  ganoush, o hummus, o pão sírio ou a salada de tomate, pepino e hortelã com pão árabe estaladiço. Vá acompanhado, peça vários menus (11€-15€) e partilhe.

  • Chinês
  • Lisboa
  • 4/5 estrelas
  • Recomendado
Mr. Lu
Mr. Lu

Depois de meses a cozinhar num dos muitos clandestinos que pululam pela Mouraria, Mr. Lu puxou pelos galões de chef premiado e abriu este restaurante onde faltam mesas para tantas bocas que por lá passam. Vão à procura da sopa de tomate (4,50€), das pernas de rã fritas em polme (8,50€) ou do peixe agridoce (12€). Se ainda não foi lá, devia.

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  • Turco
  • Lisboa

Não faltam casas de kebab à volta da Almirante Reis, mas este é um dos mais antigos e mais queridos do bairro. Tem doner (4,50€), falafel vegetariano (4,50€), kebab de frango, vitela ou falafel (5€), durum (6€) e sopa tradicional turca (2€). Não serve álcool. Para beber tem o lassi indiano de manga e ayran, uma bebida tradicional turca.

Os clássicos: históricos, populares e imperdíveis

  • Frutos do mar
  • Intendente
  • 4/5 estrelas
  • Recomendado

Dispensa apresentações. A fama internacional torna-a destino de hordas de turistas e demove os nativos. Mas a maior fila de Arroios continua incontornável, segundo o crítico Alfredo Lacerda: não há outra marisqueira com esta relação  qualidade/preço; come-se bem, gasta-se pouco. Os 40 minutos de espera e o ruído serão compensados.

  • Lisboa

Paragem obrigatória para carnívoros de aquém e além-bairro: há carne de novilho no carvão, mirandesa, wagyu e maturada, tudo no ponto. O preço depende do corte e do peso e vai dos 6,25€ aos 44,60€ por peça. Os acompanhamentos são à parte. Deixe as aves, o porco e o peixe para outra altura. Criado em 1953, o restaurante foi inteiramente remodelado neste Verão. Mal abriu voltou a ter fila à porta. A cerveja ajuda a esperar.

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  • Português
  • Intendente

Quando o Intendente renasceu para esta nova vida, a Adega dos Arcos – conhecida por Cova Funda – funcionava como uma espécie de cantina do gabinete de António Costa, que ocupava o edifício em frente. Comida portuguesa bem apurada, servida em doses fartas e a preços de cidade pequena. Já houve um ajustamento, mas nada que justifique divórcio.

  • Salão de cerveja
  • Lisboa
  • 3/5 estrelas
  • Recomendado

A mítica cervejaria modernizou-se, franchisou-se e espalhou-se  um pouco por toda a cidade, mas este permanece o seu quartel-general em Lisboa. Serve os famosos bifes (9,95€-19,60€) e pregos do lombo (8,50€), com o molho da casa, e tem a mais  antiga happy hour de Lisboa: imperial a 1,30€, das 16.30 às  18.30, todos os dias úteis.

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  • Português
  • Lisboa
Horta dos Brunos, 1998
Horta dos Brunos, 1998

É o mais novo. Se quisermos, um aspirante já muito bem colocado no hall of fame local. Obra do chef Pedro Filipe, que aqui chegou em 2001 e cuja cozinha se baseia em produtos frescos e sazonais. Os petiscos e pratos tipicamente portugueses acompanham uma extensa carta de vinhos e whiskeys. Consta que se fecham muitos negócios a estas mesas.

Onde ver a bola

  • Beato
É uma tasca como mandam as regras. Antes do copo de vinho, aqueça-se com uma sopinha de legumes à moda da avó – com batata, massa e verduras em barda. Não se faz menos adepto por isso. Depois peça o bitoque (vaca ou porco, é à escolha) com o papo-seco para molhar no ovo (5,50€) enquanto vê o trio do meio-campo a fazer um quadrado.
  • Português
  • Lisboa
Delícia de Arroios
Delícia de Arroios

Se gosta de acompanhar a angústia de adepto com pratos de encher o olho, é para aqui que se deve virar. O espaço é pequeno, mas o cozido à portuguesa, o bacalhau à minhota e o polvo à lagareiro são grandes. Bom para travar o sofrimento em caso de derrota. Com 15€ faz a festa.

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  • Grande Lisboa

Espaço aconchegado. Logo, óptimo para achegas mais ou menos directas sobre os adversários na sala. A imperial a 0,80€ ajuda a perder a vergonha e a pôr as frustrações com o árbitro cá para fora. O prego no pão (2,75€) e o cachorro (2,60€) estão ali para ninguém naufragar. Mas se for pessoa de mais alimento, tem arrozinho de pato ou de coelho (6€).

  • Lisboa
  • 3/5 estrelas
  • Recomendado

Não tem de se contentar com um prato de iscas para ver futebol. Nem com um étnico qualquer. Aqui tem uma alternativa indiana que vai para lá do caril e do basmati, com opção de pratos vegan e sem glúten. Enquanto a bola vai trocando de pés, pode ir viajando pela dieta ayurvédica típica do Sudoeste da Índia.

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  • Gastropubs
  • Beato

Gustavo Gallas é analista de sistemas. Quando morava no Rio de Janeiro, produzia cerveja em casa. Convidava os amigos, fazia uns hambúrgueres e ia levando (cantaria Chico). Há cinco  anos veio para Lisboa e agora abriu uma cervejaria onde faz o mesmo mas de porta aberta para a rua. Além da marca própria, a Gallas, tem a inglesa BrewDog e a brasileira Lohn, que colecciona  prémios. É um pub perfeito para ver desporto com bolinhos de picanha (6,80€), nachos (3,40€)  ou chouriço assado (5,90€) à mesa. A cerveja custa entre 2,60€  (25 cl) e 6,80€ (50 cl). No intervalo dos jogos, o que sai das colunas é música rock.

  • Cervejarias
  • Intendente

O procedimento é o seguinte: entra, senta-se ao balcão e  pede uma imperial, tremoços, e vai metendo conversa com  quem está deste lado e do outro. Queixe-se do treinador. Indo acompanhando, ocupe uma mesa e divida um prato de percebes (65€/kg) ou uma dose de amêijoas à Bulhão Pato (11,90€). Mais um prego no pão (3,40€) e sai daqui jantado.

Estações de serviço para vegans e vegetarianos

  • Vegetariano
  • Lisboa
Saladas, sandes, hambúrgueres, noodles ou brownies: peça o que pedir no restaurante de Ricardo Macedo, virá com um aspecto apetecível e um trocadilho a acompanhar. Coisas de artistas. O Las Vegan abriu em finais de Outubro, juntando-se ao Veganeats e ao Bio nesta zona, à qual já há quem chame o triângulo dos veganos. O pão é da Micropadaria.
  • Vegano
  • Lisboa
Bolo de chocolate com amendoim. Lembrem-se destas palavras quando forem ao Veganeats e Célia Tereso vos perguntar, com o tom mais maternal possível, o que vai ser para lanche. É o único bolo que se repete todos os dias. Os restantes vão variando, pela mão de Ana Filipa Tereso, filha, cozinheira e dona do espaço. As fatias são a 1,5€.
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  • Vegetariano
  • Lisboa
  • preço 1 de 4

Estabelecido em 2005, é um dos restaurantes indispensáveis do roteiro vegan da cidade. A fórmula vencedora tem sido: lasanha de legumes, porções generosas e atendimento com dose extra de simpatia. Os preços variam entre os 5,50€ do miniprato e os  9,50€ do prato misto. Os clientes habituais não poupam elogios às sobremesas nem aos sumos naturais.

  • Vegetariano
  • Lisboa
Fechou a Boulangerie Costes, abriu o Moko. É uma pastelaria vegetariana que nos dá tudo a que temos direito – café, croissants de frutos vermelhos, pãozinho com queijo e pão de beterraba – mas sem uma única molécula animal. O dono é Renato Lai, taiwanês que chegou a Lisboa depois de passar pelo Brasil. Ao almoço, serve sopa de noodles (2,90€), dumplings vegan (2,80€), tostas (2€), hambúrgueres vegetarianos (3,50€-4€) e sumos naturais (1,70€-2€). Também pode levar os seus congelados vegan daqui.

Os melhores sítios para comer em Lisboa

Os 148 melhores restaurantes em Lisboa
Os 148 melhores restaurantes em Lisboa

Todos os restaurantes que encontra nesta lista foram visitados pela nossa equipa pelo menos uma vez e que resulta de uma escolha criteriosa. Como de costume, a coisa valeu discussões e zangas. Mas lá chegámos a um consenso e estes são os restaurantes em Lisboa que tem mesmo de conhecer.

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