Bonança
Rita Chantre
Rita Chantre

Os melhores novos restaurantes em Lisboa (e arredores)

É difícil acompanhar o ritmo da cidade? Damos-lhe uma ajuda e indicamos-lhe os novos restaurantes em Lisboa (e aqui ao lado) que não vai querer perder.

Cláudia Lima Carvalho
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As novidades na restauração multiplicam-se de tal forma que, à medida que damos conta dos restaurantes que abriram nos últimos meses, novas mesas já nos esperam. Entre os espaços que ainda cheiram a novo há restaurantes de alta-cozinha, comida democrática e street food, refeições para qualquer hora do dia, do pequeno-almoço ao jantar, pratos daqui e do mundo. Fazemos-lhe um guia com os melhores novos restaurantes em Lisboa e arredores, abertos nos últimos meses. Não se deixe sentir desactualizado e marque uma mesa – é só escolher o que mais lhe apetece hoje

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Os melhores novos restaurantes em Lisboa

  • Belém

Na Doca de Belém, na mais antiga associação náutica da Península Ibérica, abriu o Bonança, imponente e bonito, depois de um grande investimento de diferentes sócios, nem todos ligados à restauração, que viram ali a oportunidade de criar um “espaço de alegria” e de “trazer mais vida à beira-rio”. O majestoso mural que abraça a sala, pintado em 1940 e que retrata o cortejo da embaixada de D. Manuel ao Papa Leão X em 1514, agora recuperado, serve de mote. É impossível ficar indiferente à pintura, recuperada pelo WOA – Way of Arts. Pode comer-se logo ali, mas há mais mesas no piso em cima, sem que se perca a vista para o mural – o pé direito tem cerca de dez metros e ao todo há 150 lugares (sem contar com a esplanada que já existe, mas ainda não está a funcionar). Em cima, na verdade, ganha-se também a vista para o rio. Na cozinha, o peixe e o marisco estão na base de tudo, com algumas influências do mundo. Veja-se a barriga de atum rabilho com ponzu e wasabi (28€) ou o carpacio de camarão vermelho com ovas de truta e vinagrete de yuzu kosho (28€), mas são os arrozes como o de carabineiro com limão e harissa (59€/duas pessoas) que são a grande aposta. À noite, aos fins-de-semana, há ainda espaço para dançar. 

  • São Sebastião

Estávamos em 2017 quando o casal Hanna e Misha Lytvynenko abriam em Santos, numa zona onde pouco acontecia, o Heim com uma carta de brunch para todo o dia. Por esta altura, a moda dos pequenos-almoços combinados com almoços ainda não tinha pegado, mas não tardava. Em pouco tempo, o café rapidamente se revelou pequeno para a grande procura e ao Heim seguir-se-iam novos negócios e conceitos na cidade. Oito anos depois, esse mesmo Heim está fechado para obras e um novo nasceu, bem pertinho do Parque Eduardo VII. Continua a não ser muito grande, mas tem uma nova imagem, mais actualizada. Junto à Rua Castilho, é luminoso e acolhedor. A tosta de abacate (11€) leva pimentos grelhados, queijo feta, quinoa crispy e folhas verdes. Há uma opção que junta ovo escalfado, húmmus de pimentos, cogumelos grelhados com cebola e abacate esmagado (13€) ou uma outra que combina ovos mexidos com molho verde, abacate, salmão, tomate, folhas verdes e pão (14,50€). Os mais gulosos não resistirão ao hambúrguer com bacon, ovo, tomate abacate e maionese de sriracha em pão brioche (13€). E nos doces, além das habituais panquecas (10€), com creme de caramelo ou de café e cereja, há a novidade de um crème brûlée em brioche com um molho de laranja (10€). 

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  • Santos

É dos donos da Cervejaria Sem Vergonha e do Descarado (entretanto fechado), mas pretende subir de nível. Durante a semana, ao almoço, tem um menu mais em conta e aos domingos tem cozido à portuguesa à discrição. A ideia é que o Duro seja um conceito mais premium com uma carta de clássicos. Junto ao balcão, fica a montra do marisco. Do lavagante ao lagostim, da gamba da costa aos ouriços ou aos percebes, é possível pedir tudo ao peso. Mas também há uma bandeja de marisco (130€) que inclui quatro ostras, gamba, gamba da Costa, dois ouriços e uma lagosta. Já nas entradas, a base pode estar assente na gastronomia tradicional, mas não deixa de ir buscar algumas referências a Espanha com uns ovos rotos com presunto (18€) e outros com carabineiro (45€). A salada russa é feita com atum rosa (23€) e o tártaro de novilho (24€) chega à mesa num carrinho, à moda antiga, e é todo preparado à frente do cliente. No peixe, olhando para os clássicos, há linguado au meunière (preço ao kg) e um bacalhau fresco à Brás (23€), além de bisque de lavagante (45€) e de arroz de forno com robalo e gambas (60€/duas pessoas). Nas carnes, o arroz de forno é com magret de pato e foie (50€/duas pessoas). As atenções têm-se virado, porém, para o “txuleton angus maturado” (110€/kg) e para o “entrecôte angus maturado” (130€/kg). Os acompanhamentos são pedidos à parte, da mais usual batata frita (6€) ao menos comum puré de batata com queijo da ilha 24 meses (10€) e um inusitado risotto de semolina com trufa negra (10€).

  • Baixa Pombalina

Quando em 2019, João Luc e Catarina Terenas abriam o Miolo no Bairro Alto, num espaço tão pequenino que mal dava para sentar clientes, dificilmente imaginariam que seis anos depois estariam com duas casas bem vistosas em duas das zonas mais movimentadas da cidade: Belém e Baixa. O café na Rua dos Fanqueiros é a mais recente novidade e chama à atenção logo desde a rua. Mantêm-se os tons rosa e o ambiente acolhedor, mas mais do que isso, o propósito com que tudo foi criado: "ter comida de qualidade”. À mesa chegam sempre pratos bonitos (e bem instagramáveis). Tudo o que pode é feito em casa. Dos tempos do Bairro Alto, mantém-se também o brioche artesanal com bochecha de porco estufada em vinho do Porto, cebola roxa caramelizada, bacon crocante, lascas de parmesão e puré de batata doce (13€). As novidades também não são de se ignorar, ora atente nesta descrição: creme de tomate e pimento assado, ovo escalfado, cogumelos salteados, parmesão e cheddar em focaccia artesanal (12,50€). Isto para além dos ovos e das tostas mais clássicas, das panquecas e do afamado bolo de cenoura e queijo-creme. Para aqueles que gostam de decisões simples, há um menu composto (19€).

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  • Avenida da Liberdade/Príncipe Real

A nova Jezzus, na Rua de Santa Marta, aproveitou o facto de ter finalmente uma cozinha com espaço para se dedicar também aos pequenos-almoços e aos brunchs com toda uma linha de padaria e pastelaria bem tentadora (e sem vacilar, já que margarina não entra no restaurante), do pain au chocolat (2,30€) ao croissant de amêndoa (3€) ou ao cruffin de pistáchio (3€). É até ao meio-dia que a carta de pequeno-almoço funciona e é aí que se encontram algumas das grandes novidades como o brioche de ovo e papada de porco preto (8€), o croque monsieur “aka tosta mística” (9,50€) ou os ovos cocotte servidos com torradas (8€). Já entre as 11.30 e as 18.30, fica também disponível a carta de sandes e focaccias – há uma com presunto de porco preto alentejano com 30 meses de cura (11€) e há um brioche com chambão (10€). Nos doces, além da pastelaria, destaca-se a rabanada com coalhada de iogurte, maçã e raspa de lima (6€). Imperdível. 

  • Bairro Alto
  • Recomendado

Depois de 20 anos a viver em Portugal, Guram Baghdoshvili voltou para a Geórgia, onde abriu restaurantes e ganhou mediatismo. Agora, o chef regressou a Portugal e abriu um restaurante cheio de carácter. Desde o final de Outubro que no Bairro Alto tem sido entra e sai para provar (e repetir) a comida georgiana com um twist português, sempre com atenção ao produto e cuidado na cozinha. O espaço era uma antiga leitaria, fechada há 30 anos. Na carta, Guram destaca, por exemplo, a beringela, tão pouco explorada por cá. E no Karater, tanto é servida como chips com sal de Svaneti, mel de castanha, romã e vinagre (7€), como com uma emulsão de nozes (10€). Destacam-se ainda os khinkali, símbolo da cozinha georgiana, podem ser servidos na sua versão tradicional (10€/três), que o chef aconselha a comer-se com a mão. E o guloso khachapuri (12€), que à primeira vista podem fazer lembrar uma pizza, em que a massa de pão tem a forma de um barco e é coberta com uma mistura de queijos, manteiga e um ovo cru por cima, também não foi deixado de fora.

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  • Alvalade

A ideia já existia de alguma forma e por isso quando a oportunidade surgiu não foi preciso pensar muito. Havia um espaço para ser explorado no Kübe Coworking e o desafio foi lançado aos sócios do Cobaia, não muito longe dali. O Cultural Club abriu com um menu curto e simples de sandes italianas. O espaço tem onda e é pequeno – ao contrário dos planos. De Itália, chegam os ingredientes escolhidos a dedo, entre vários testes. Já o pão é feito na vizinha Isco, agora nas mãos do grupo Paradigma (OfícioCanalha…). São seis as opções, mais uma especial que muda semanalmente – nos últimos dias, por exemplo, destacava-se uma sandes com salame rosa, stracciatella, pasta de trufa, pesto genovese e rúcula (12€). Em pouco tempo, a sandes de pancetta, stracciattela, pesto trapanese e agrião (12€) já se tornou na mais pedida. 

  • Campo Grande/Entrecampos/Alvalade

O Matsukawa Sushi & Ramen Bar fica nas Laranjeiras e combina sushi e ramen na mesma carta, dois universos que, embora pareçam próximos, não têm por hábito comungar no mesmo espaço. Mas, se é disso que os clientes gostam, é isso que Harry vai fazer. Foi em Portugal que o chef, como gosta de ser chamado e como é conhecido, teve contacto com a gastronomia japonesa. Vindo do Nepal, há cerca de 12 anos, entrou na restauração nos Meninos do Rio. Seguiram-se passagens pela Confraria Lx e pelo Arigato Sushi House, antes de chegar ao Tomo, onde acabaria por ficar à frente do restaurante depois da saída do chef Tomo. Depois de muitas formações e com a ideia de abrir o seu próprio restaurante, Harry não deixa nada ao acaso. Tudo o que pode é feito em casa, sem atalhos, incluindo a massa. A carta é extensa com espaço para tempuras e para os fritos. Nos noodles, o destaque vai para o ramen, onde Harry se orgulha por fazer seis variedades. No sushi, a oferta multiplica-se. Há também um menu omakase (65€), que obriga a uma reserva antecipada, e que oferece um pouco de tudo e combinados (30€/22 peças, 55€/42 peças). Pode até pedir só uma selecção de vários peixes em sashimi (30€/25 fatias).

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  • Campo de Ourique

Grace Lora e Marc Pinto conheceram-se, há muitos anos, no Lasarte, o restaurante com três estrelas Michelin de Martín Berasategui, em Barcelona. Apaixonaram-se e foram acalentando o sonho de ter um negócio próprio que casasse os seus dois mundos (ela é pasteleira e ele sommelier), não tão distantes assim. A Kitu Champanheira é a concretização dessa vontade. Fica em Campo de Ourique e é tanto perfeita para beber um copo como para provar algumas das iguarias inspiradas no país de origem de Grace, o Equador. A carta foi pensada, contudo, para servir qualquer ocasião e, sobretudo, para acompanhar bem com qualquer champanhe, espumante ou vinho escolhido. Ao ceviche de tremoços junta-se outro de peixe (11€), esse na sua versão mais peruana, e ainda uma gamba acevichada (12€). Mas também há opções menos comuns como o alho francês com achiote e sal prieta (7€) ou a batata andina com espuma de queijo, chouriço e pickle de beterraba (9€). Nas sobremesas, a mestria de Grace mostra-se no brownie de chocolate e nozes com tamarilho e granizado de especiarias (7€) e na mousse de maracujá e alfarroba (5€).

O Joanino é um restaurante que fica em Sassoeiros e aposta nos petiscos modernos portugueses com twists internacionais. Com uma sala interior e uma esplanada, cada uma com 25 lugares, serve pratos com ingredientes (ou detalhes de confecção) que vêm das experiências e viagens acumuladas pelo chef e gerente, Ivo Salgueiro.

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A Bodega Brava é uma casa de tapas tradicional, sobretudo de inspiração catalã, pensada para os finais de tarde entre amigos, com petiscos e copos à mesa. Com um ambiente descontraído e de familiaridade, tem uma carta repleta de bons produtos, escolhidos a dedo pelo chef Henrique Rosa, que passou por gigantes da alta cozinha como o El Bulli ou o Noma antes de se dedicar ao seu próprio projecto.

  • Italiano

Neste novo restaurante na Praça do Junqueiro, em Carcavelos, os produtos são italianos de origem (tal como a dona). Há massas, risottos e pinsas romanas além de saladas e alguns pratos de carne e peixe. Para acompanhar, há uma selecção de vinhos italianos, mas também pode optar por um spritz, se preferir algo mais espirituoso.

 
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  • Oeiras

O Intemporal é o restaurante de fine dining que marca o regresso de Miguel Laffan a um universo gastronómico que conhece bem. No novo restaurante, em frente ao mar, o chef está sem rédeas. O restaurante é pequeno, mas nem por isso menos vistoso. Fica na antiga casa do fiscal, junto à Marginal, praticamente em cima do mar, onde fica o repuxo de Paço de Arcos. Depois de anos ao abandono, o edifício ganhou vida, cor e luz. Se antes nem se dava por ele, hoje é impossível desviar o olhar da fachada coberta de azulejos amarelo torrado, quase laranja. A entrada faz-se praticamente pela cozinha. Há um balcão que serve como mesa do chef e onde se sentam quatro pessoas. No piso de cima fica a sala com 12 lugares e com uma vista para o mar hipnotizante. A servir almoços e jantares, tem um só menu de degustação (80€/130€ com harmonização) que mudará obrigatoriamente a cada três meses. Em 12 momentos, Miguel Laffan não teve medo de arriscar nos temperos, nas especiarias e na conjugação de influências, fugindo a etiquetas que o possam pôr numa caixa.

Mais que comer

O tema é controverso e não faltam opiniões sobre boas francesinhas em Lisboa, mesmo que haja quem diga que só no Porto é que se come bem este monumento ao colesterol. Mas que as há, há. E bem boas. Já foi eleita umas das melhores sandes do mundo, embora seja muito mais do que uma sandes, ora atente nos ingredientes básicos: bife, lombo assado, salsicha, linguiça, fiambre e queijo (muito queijo!). E depois há o molho – para muitos o segredo de uma francesinha está exactamente no molho (se houver refill, melhor ainda). Com ou sem ovo, mas sempre em camadas, dizemos-lhe nove sítios para comer francesinhas em Lisboa, sem que saia desiludido. Conhece mais algum? Diga-nos onde.

Vamos lá cambada, mas não é para andarmos todos à molhada. Todas as razões são boas para reencontros, para festas, para jantares de grupo, com a família, amigos ou colegas de trabalho. Juntemo-nos à mesa que não há melhor. Além dos restaurantes tradicionais sempre prontos para um grupo ou dos novos que têm aparecido na cidade com espaço para muitos comensais, apontamos-lhe os restaurantes que têm menus de grupo já feitos e que nos facilitam a vida na hora da escolha. À procura de restaurantes para jantares de grupo em Lisboa? Não vá mais longe.

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