Velho Macedo
Mariana Valle Lima
Mariana Valle Lima

Onze sítios para comer francesinhas em Lisboa

Também se comem boas francesinhas em Lisboa – não acredite se alguém disser o contrário. Dizemos-lhe onde.

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O tema é controverso e não faltam opiniões sobre boas francesinhas em Lisboa, mesmo que haja quem diga que só no Porto é que se come bem este monumento ao colesterol. Mas que as há, há. E bem boas. Já foi eleita umas das melhores sandes do mundo, embora seja muito mais do que uma sandes, ora atente nos ingredientes básicos: bife, lombo assado, salsicha, linguiça, fiambre e queijo (muito queijo!). E depois há o molho – para muitos o segredo de uma francesinha está exactamente no molho (se houver refill, melhor ainda). Com ou sem ovo, mas sempre em camadas, dizemos-lhe 11 sítios para comer francesinhas em Lisboa.

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Onde comer francesinhas em Lisboa

  • Baixa Pombalina

Casa de minhotos, vindos de Paredes de Coura, n’O Velho Macedo a francesinha (15€) parece ser uma carta fora do baralho. Conforme os dias, aqui comem-se pratos cheios, do cozido à portuguesa ao pernil ou às tripas à moda do Porto. Do Porto, ou de Matosinhos, para sermos mais precisos, é também a receita da francesinha que José Barbosa só faz chegar à mesa por encomenda. Ou é para ser bem feita e com boa matéria-prima ou não vale a pena, garante. O molho é picante e sem invenções, o pão é ligeiramente torrado, a linguiça saborosa, o bife tenrinho e o queijo na dose certa. O ovo segue por cima. As batatas, caseiras, são cortadas finamente às rodelas. É, sem qualquer dúvida, uma das melhores francesinhas da cidade (senão a melhor).

  • Português
  • Estrela/Lapa/Santos
  • preço 1 de 4

Não se pode dizer que seja um segredo, ou não tivesse esta casa uma imagem gigante de uma francesinha na vitrina, com a afirmação de que ali se faz “provavelmente a melhor francesinha de Lisboa”. No entanto, quem conhece a Imperial de Ourique (quase) prefere não partilhar o lugar. Compreende-se: o espaço é pequeno, com menos de 20 lugares, quase tudo habitués. Há sempre alguém a comer francesinha, mas na carta há pratos do dia em conta, dois de peixe e dois de carne – no dia em que por lá passámos sem aviso havia, por exemplo, bacalhau à Brás (7,50€) e feijoada à transmontana (7€). A francesinha é feita à moda do Porto, picante como dita a tradição, com bife, linguiça e salsicha, queijo com fartura e ovo. Na carta, a Imperial de Ourique (não confundir com a Imperial de Campo de Ourique) distingue entre a francesinha com bife (8€) e a francesinha com bife à casa (9,50€), que leva acrescento de bacon e presunto, explicam-nos. Há ainda variações como a francesinha com hambúrguer (7,80€) ou a francesinha com bife de peru ou bifana (8€). A batata, em palitos sem medida certa, é caseira, como se quer.

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  • Português
  • São Sebastião

Fica escondido no Bairro de Santos, ao Rego, mas nem por isso costuma estar vazio. A clientela sabe que aqui se serve boa comida tradicional portuguesa e entre as especialidades da casa está a francesinha, com uma boa dose de molhanga a banhá-la, perfeita também para mergulhar as batatas. Pode optar pela francesinha tradicional, com bife de vaca, peru ou porco (9,95€). Também há uma opção que troca a carne pelos legumes (8,25€). Vale a pena pedir uma inteira, mas não julgamos se só pedir meia (5,95€, a tradicional). É da maneira que guarda espaço para os doces da casa.

  • Cervejarias
  • Alvalade

Das imagens aos sabores, o Porto está um pouco por todo o lado nesta cervejaria que já tem vários espaços espalhados por Lisboa. Um dos pontos fortes é o molho, picante q.b. e nada enjoativo. Há seis tipos de francesinha: uma versão mais tradicional, com bife de novilho (11,95€); a de frango (12,50€); uma vegetariana (11,95€), com “bife” e salsicha de soja, igualmente bem apetrechada com legumes assados, alface, tomate e muito queijo; uma de vitela (12,95€); de bifana (11,95€); e uma especial (11,95€), com bife de novilho e linguiça fumada. Para estômagos mais pequenos, há a vantagem de poder pedir só meia francesinha (7,90€-8,30€).

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  • Grande Lisboa

A casa é do Norte, onde tem todo um império sempre a servir francesinhas feitas no forno, mas chegou à capital em 2016. Em Lisboa a receita é a mesma e leva bife de jarrete, salsicha crioula, salsicha fresca e linguiça. A normal (9€) tem bife de rolo e ainda há uma opção com frango (10,50€). Todas elas levam cerca de oito fatias de queijo gordo na cobertura, gratinado, guloso. Pode sempre pedir mais batatas para mergulhar no molho (a dose extra é 2€) e ovo para rebentar no topo (1€). 

  • Campo Grande/Entrecampos/Alvalade
  • preço 2 de 4

Um clássico em Guimarães e bem famosa em Vila Nova de Famalicão, Braga, Póvoa de Varzim e Porto, a Taberna Londrina também já dá nas vistas em Lisboa. Neste espaço em frente ao jardim do Campo Grande cabem 150 comensais (e não é demais, a julgar pela afluência à hora de almoço). Seguindo a tradição minhota, a francesinha é mais adocicada (o molho, entenda-se) e menos picante. Há várias opções, mas a que tem mais saída é a especial com bife de novilho (10,80€). E para quem não tem estômago para uma inteira (uma heresia, dirão alguns), é sempre possível pedir meia (8,80€). Há ainda uma opção vegetariana (10,80€), com hambúrguer vegetariano, alface, tomate, queijo e ovo. As entradas também valem a pena. É o caso do cachorrinho da Batalha, com molho de mostarda e mel (5€) ou do folhado de alheira (5,60€).

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  • Areeiro/Alameda

No Dom Tacho, a francesinha é feita à maneira nortenha por quem também vem de lá. O responsável é António Valente, que guarda o segredo do molho (mas garante que é o tradicional), e que quis trazer para Lisboa um bom tasco à moda do Porto – tanto no ambiente como no repasto. No menu vai encontrar as francesinhas normais (9€), com ovo ou batatas (10,50€) e as especiais, com tudo a que tem direito, ovo e batatas (11,95€). Na categoria “snacks à moda do Porto”, há ainda os cachorrinhos, que não são o que está a pensar: António explica que se trata de uma francesinha mais pequena (7,50€-9€). Convém reservar, especialmente em dias de bola.

  • São Vicente 

Este Boémia Bar teve uma outra vida em Alcântara, antes de se mudar para a Graça. Quem por ali passa não diz que aquele pequeno restaurante com lugares para apenas 20 pessoas se tornou conhecido pela francesinha, muito graças a Frederico Pombares, argumentista conhecido pela autoria de programas de televisão como Último a Sair, que nunca se coibiu de fazer uso da sua faceta de gastrónomo para reivindicar para esta francesinha o estatuto de melhor de Lisboa. O molho é digno de nota: saboroso e picante. Escondido entre o pão, além de um bife de vaca, encontra também um bife de frango (9,50€), uma invenção da casa. Se uma francesinha é demasiado para si, deixamos- lhe um segredo: o simpático casal Cândido e São providencia umas mini-francesinhas de entrada.

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  • Cais do Sodré

O chef portuense Miguel Castro e Silva, que já conta com cerca de 30 anos de carreira, é mestre da comida portuguesa e a ela acrescenta-lhe um toque de contemporaneidade. Lidera três restaurantes a norte. Em Lisboa, podemos encontrá-lo no Time Out Market, onde é possível provar os seus famosos pratos de arroz, bem como alguns petiscos tradicionais, incluindo a inevitável francesinha (12,50€), preparada com carnes assadas e linguiça. Também no mercado, Marlene Vieira apresenta uma francesinha clássica (12€).

  • Português
  • Santos
  • preço 2 de 4

A casa-mãe, em Vila Nova de Famalicão, compete com os mais conhecidos restaurantes do Porto. Só isso já é um bom cartão de visita para o restaurante de Lisboa, em Santos. A clássica é a Portuense (11,95€), claro, também chamada como a “berdadeira”, assim mesmo com b e com tudo a que tem direito: queijo, fiambre, salsicha e linguiça fresca (vindas lá de cima), mortadela e bife de vaca. Acompanha com batata frita e ovo. Se for adepto de picante, arrisque tudo na Dragon Red (11,95€) – “até deitas lume dos olhos”, dizem eles. Também tem uma versão mais leve, a Lady (11,95€), com queijo, fiambre, alface, tomate, bacon, salsicha, linguiça fumada e ovo. A última novidade é a francesinha à caçador (11,95€), com alheira de caça.

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  • Bairro Alto
  • preço 2 de 4

Também se avista o Norte de um dos bairros mais típicos de Lisboa. Em Novembro, a Francesinha do Bairro instalou-se no Bairro Alto, para dar a conhecer as francesinhas à moda de Braga, que em comparação com as do Porto têm um molho mais adocicado e menos picante. Aqui, a rainha da festa é, claro, a francesinha (do Bairro, 11,90€; de frango, 10,90€; vegetariana, 11,90€), mas também há cachorros (10,90€) de tamanho muito generoso, hambúrgueres, saladas e até um menu infantil. A isto juntam-se as entradas, como as Melted chips (7€) ou o queijo brie folhado (8€).

Comida de prato cheio em Lisboa

Já foi mais fácil encontrar restaurantes em Lisboa até dez euros e a culpa não é só do turismo ou dos tempos difíceis que o sector atravessa depois de dois anos intermitentes. Na maior parte das vezes, a qualidade paga-se, mas ainda há excepções. Comer fora não tem de ser uma extravagância e na cidade existem verdadeiros achados. Pense num prato rico, em comida saborosa e atendimento simpático às vezes até familiar. Para encher a barriga sem esvaziar a carteira, este barato não lhe vai sair caro.

À beira-rio ou mais para dentro, clássicos de sempre convivem com novidades que dão cada vez mais cor e vida a Alcântara. Tanto há tascas tradicionais a preços acessíveis como um estrela Michelin, restaurantes de diferentes latitudes, espaços pensados para levar a família e restaurantes que à noite viram discotecas. As Docas, agora renovadas, voltam a ter a vida de outros tempos, enquanto a LX Factory continua uma paragem obrigatória. Nestes restaurantes em Alcântara, há opções para todos os gostos e ocasiões.

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