Velho Macedo
Mariana Valle LimaVelho Macedo
Mariana Valle Lima

Nove sítios para comer francesinhas em Lisboa

Também se comem boas francesinhas em Lisboa – não acredite se alguém disser o contrário. Dizemos-lhe onde.

Cláudia Lima Carvalho
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O tema é controverso e não faltam opiniões sobre boas francesinhas em Lisboa, mesmo que haja quem diga que só no Porto é que se come bem este monumento ao colesterol. Mas que as há, há. E bem boas. Já foi eleita umas das melhores sandes do mundo, embora seja muito mais do que uma sandes, ora atente nos ingredientes básicos: bife, lombo assado, salsicha, linguiça, fiambre e queijo (muito queijo!). E depois há o molho – para muitos o segredo de uma francesinha está exactamente no molho (se houver refill, melhor ainda). Com ou sem ovo, mas sempre em camadas, dizemos-lhe nove sítios para comer francesinhas em Lisboa, sem que saia desiludido. Conhece mais algum? Diga-nos onde. 

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Onde comer francesinhas em Lisboa

  • Baixa Pombalina

Casa de minhotos, vindos de Paredes de Coura, n’O Velho Macedo a francesinha (18€) parece ser uma carta fora do baralho. Conforme os dias, aqui comem-se pratos cheios, do cozido à portuguesa ao pernil ou às tripas à moda do Porto. Do Porto, ou de Matosinhos, para sermos mais precisos, é também a receita da francesinha que José Barbosa tem na carta. Ou é para ser bem feita e com boa matéria-prima ou não vale a pena, garante. O molho é picante e sem invenções, o pão é ligeiramente torrado, a linguiça saborosa, o bife tenrinho e o queijo na dose certa. O ovo segue por cima. As batatas, caseiras, são cortadas finamente às rodelas. É, sem qualquer dúvida, uma das melhores francesinhas da cidade (senão a melhor).

  • Português
  • Estrela/Lapa/Santos

Não se pode dizer que seja um segredo, ou não tivesse esta casa uma imagem gigante de uma francesinha na vitrina, com a afirmação de que ali se faz “provavelmente a melhor francesinha de Lisboa”. No entanto, quem conhece a Imperial de Ourique (quase) prefere não partilhar o lugar. Compreende-se: o espaço é pequeno, com menos de 20 lugares, quase tudo habitués. Há sempre alguém a comer francesinha, mas na carta há pratos do dia em conta, dois de peixe e dois de carne – no dia em que por lá passámos sem aviso havia, por exemplo, bacalhau à Brás e feijoada à transmontana. A francesinha é feita à moda do Porto, picante como dita a tradição, com bife, linguiça e salsicha, queijo com fartura e ovo. Na carta, a Imperial de Ourique (não confundir com a Imperial de Campo de Ourique) distingue entre a francesinha com bife (9,50€) e a francesinha com bife à casa (11€), que leva acrescento de bacon e presunto, explicam-nos. Há ainda variações como a francesinha com hambúrguer (9,50€). A batata, em palitos sem medida certa, é caseira, como se quer.

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  • Português
  • São Sebastião

Fica escondido no Bairro de Santos, ao Rego, mas nem por isso costuma estar vazio. A clientela sabe que aqui se serve boa comida tradicional portuguesa e entre as especialidades da casa está a francesinha, com uma boa dose de molhanga a banhá-la, perfeita também para mergulhar as batatas. Pode optar pela francesinha tradicional, com bife de vaca, peru ou porco (11,95€). Vale a pena pedir uma inteira, mas não julgamos se só pedir meia (6,50€, a tradicional). É da maneira que guarda espaço para os doces da casa.

  • Cervejarias
  • Alvalade

Das imagens aos sabores, o Porto está um pouco por todo o lado nesta cervejaria que já tem vários espaços espalhados por Lisboa. Um dos pontos fortes é o molho, picante q.b. e nada enjoativo. Há seis tipos de francesinha: uma versão mais tradicional, com bife de novilho (14,95€); a especial (14,95€) que em vez de salsicha e linguiça frescas leva estes enchidos fumados; a de frango panado (14,95€); uma de vitela (12,95€); e outra bife da vazia (19€); e uma com bacon grelhado e tomate (14,95€). Há ainda uma versão vegetariana (9,95€).

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  • Campo Grande/Entrecampos/Alvalade

Um clássico em Guimarães e bem famosa em Vila Nova de Famalicão, Braga, Póvoa de Varzim e Porto, a Taberna Londrina também já dá nas vistas em Lisboa. Neste espaço em frente ao jardim do Campo Grande cabem 150 comensais (e não é demais, a julgar pela afluência à hora de almoço). Seguindo a tradição minhota, a francesinha é mais adocicada (o molho, entenda-se) e menos picante. Há várias opções, mas a que tem mais saída é a especial com bife de novilho (13,90€). E para quem não tem estômago para uma inteira (uma heresia, dirão alguns), é sempre possível pedir meia (10,70€). Há ainda uma opção vegetariana, com hambúrguer vegetariano, alface, tomate, queijo e ovo.

  • Areeiro/Alameda

No Dom Tacho, a francesinha é feita à maneira nortenha por quem também vem de lá. O responsável é António Valente, que guarda o segredo do molho (mas garante que é o tradicional), e que quis trazer para Lisboa um bom tasco à moda do Porto – tanto no ambiente como no repasto. No menu vai encontrar as francesinhas normais (11€), com ovo ou batatas (12,50€) e as especiais, com tudo a que tem direito, ovo e batatas (13,95€). Também há umas versões mini, que são, no fundo, meias francesinhas (9€-11,95€). E há a opção vegetariana (11,95€). Convém reservar, especialmente em dias de bola.

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  • Português
  • Santos

A casa-mãe, em Vila Nova de Famalicão, compete com os mais conhecidos restaurantes do Porto. Só isso já é um bom cartão de visita para o restaurante de Lisboa, em Santos. A clássica é a Portuense (14,95€), claro, também chamada como a “berdadeira”, assim mesmo com b e com tudo a que tem direito: queijo, fiambre, salsicha e linguiça fresca (vindas lá de cima), mortadela e bife de vaca. Acompanha com batata frita e ovo. Se for adepto de picante, arrisque tudo na Dragon Red (14,95€) – “até deitas lume dos olhos”, dizem eles. Também tem uma versão mais leve, a Lady (14,95€), com queijo, fiambre, alface, tomate, bacon, salsicha, linguiça fumada e ovo. A última novidade é a francesinha à caçador (15,95€), com alheira de caça.

  • Alfama
  • preço 3 de 4

Marlene Vieira tem sangue nortenho e não é de estranhar por isso que a francesinha também faça parte do lote das suas especialidades, até porque são poucos os pratos em que a chef não tenha destreza. No Zunzum, a chef começou por ter a francesinha na carta, acabou por tirá-la ao fim de algum tempo e voltou agora a apostar no prato, embora com novidades (ou com um twist). A nova francesinha (18€) é feita em bolo lêvedo, com vaca açoriana, presunto e queijo São Jorge.

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  • Coisas para fazer
  • Cais do Sodré

O chef portuense Miguel Castro e Silva, que já conta com cerca de 30 anos de carreira, é mestre da comida portuguesa e a ela acrescenta-lhe um toque de contemporaneidade. Lidera três restaurantes a norte. Em Lisboa, podemos encontrá-lo no Time Out Market, onde é possível provar os seus famosos pratos de arroz, bem como alguns petiscos tradicionais, incluindo a inevitável francesinha (13,90€), preparada com carnes assadas e linguiça. Também no mercado, Marlene Vieira apresenta uma francesinha clássica.

Outras sugestões gastronómicas

Fingir que está a comer na escola de feitiçaria de Hogwarts, ainda que esteja em Sintra. Descobrir e quem sabe participar num espectáculo burlesco sem pudores, ou num restaurante do chef José Avillez escondido e inspirado nos cabarets de outros tempos. Viajar até aos Estados Unidos ou ao tempo de Maria Antonieta. Apreciar os objectos de colecção de lendas e estrelas do rock e do pop. Não há muitos, mas ainda são alguns os restaurantes temáticos em Lisboa que prometem refeições divertidas e fora do vulgar, para famílias ou amigos.

  • Pizza

É um assunto sensível, sobretudo numa cidade onde há cada vez mais restaurantes de pizzas de qualidade. E a verdade é que uma pizza é capaz de ser o prato mais consensual e com mais adeptos um pouco por todo o mundo. Mas a escolha teve de ser feita. Escrutinámos uma lista de dezenas de pizzarias, pensámos nas melhores pizzas trincadas nos últimos tempos e chegámos a um veredicto final. Estas são as pizzarias em Lisboa que vai querer conhecer. Tudo o que tem de fazer é dar uma olhada pela lista que se segue e decidir onde vai marcar mesa (ou guardar lugar na fila).

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