Quando em 2019 se soube que o Maravilhas ia mudar de casa, para umas portas ao lado, para poder crescer, temeu-se o pior. Estaria o futuro deste templo da comida tradicional portuguesa ameaçado? José Margarido, crítico da Time Out, voltou lá nesta nova vida e percebeu que não. O restaurante tem agora dois pisos. Cresceu no espaço, no pessoal e nos preços, mas não perdeu a alma de casa de pasto. O menu continua de conforto, sempre seguro, e um serviço eficiente, de simpatia tranquila.
São uma instituição da cidade, por vezes ameaçada pela especulação imobiliária ou simplesmente pelo cansaço de famílias que depois de tantos anos dedicadas a fazer-nos felizes optam pela reforma, sem que tenham que lhes siga as pisadas. Felizmente, ainda temos boas tascas em Lisboa que resistem – daquelas onde nos decoram o nome e os hábitos, onde as doses são sempre fartas e a comida sabe a casa. Nestas tascas, nunca faltam os pratos do dia (cabidela, cozido à portuguesa, mão de vaca, massada de peixe...), nem os doces da casa para acabar. No final, poucas serão as contas tão em conta.
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