"Press for cocktails." A campainha do Red Frog diz logo ao que vamos nesta cave na Rua do Salitre, já quase a chegar à Avenida da Liberdade – embora seja provável que em breve o bar se mude para outra morada também no centro da cidade, mas disso logo daremos notícia. Por enquanto são só rumores e não há confirmações. Talvez lá para o Inverno, altura em que o bar voltar a lançar nova carta (são duas por ano). Agora, contentemo-nos com a carta de Verão, mais tropical do que nunca e com uma reinvenção de tikis (cocktails exóticos, inspirados na Polinésia), “mas sem rum”, salienta Paulo Gomes, bartender e dono do bar que recentemente foi nomeado Melhor Bar de Portugal na Lisbon Cocktail Week e que também levou o prémio de Melhor Carta de Bar.
Paulo Gomes é uma espécie de cientista das bebidas e no bar até tem um laboratório com máquinas elaboradas onde faz experiências com ingredientes para os próximos cocktails. Não é de espantar que com este historial surja uma carta como esta, em que o Aloha, uma das surpresas, é feito com gin Monkey 47, vinho goji, arando, durião (um fruto oriental parecido com jaca, que dizem cheirar mesmo muito mal), amêndoa e, como se não bastasse, choco e carvão (custa 12,5€).
Da carta antiga pouco restou, mas ainda dá para matar saudades do The New Bee’s On The Block (com whiskey, pólen e cera de abelha, a 10€), um verdadeiro jardim. Aos ingredientes tropicais e praticamente impossíveis de encontrar por aí juntam-se nomes sugestivos. Papai Tucano, por exemplo, com cachaça Capucana e fruta da Amazónia e água de côco fermentada (12€) ou The Good, The Bad & El Gringo (12,5€), com rum Plantation de ananás, sementes de funcho, tepache, mezcal e vegetais.
Um conselho para os mais esquisitinhos: talvez o melhor seja ir pelos nomes, pedir as bebidas (uma delas, Femme Fatale, tem patchouli) e só depois perceber o que está a beber.