Nos anos 70, o fundador Luís Pinto Coelho tinha ali uma loja de antiguidades onde aconteciam tertúlias a favor da revolução. O nome é uma homenagem à revista de sátira de Rafael Bordalo Pinheiro e muitos dos seus desenhos estão nas paredes. Entre os clientes famosos está, por exemplo, José Cardoso Pires que costumava monopolizar o enorme cinzeiro do balcão do bar e enchê-lo de beatas. Tem um ambiente intimista e convida a largas horas de boa conversa.
Luzes a meio gás, madeiras e veludos a forrar o espaço, sala de jogos, cocktails trabalhados e cartas com selecções vastas, que vão dos chás aos pratos. Os bares históricos de Lisboa carregam um misticismo que serve de cápsula do tempo, mesmo que a data de fundação possa não corresponder à decoração, e há neles uma vertente quase-secreta que continua a entusiasmar quem os escolhe. Salas de conspiração, retiros jornalísticos ou speakeasies, embalados por bandas sonoras que nos remetem ao cinema noir, transformaram-se em pontos de encontro de muitas gerações. E é por isso que deve uma visita aos melhores bares históricos em Lisboa.
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