Tea pot
©Cole Hutson/Unsplash
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Hora do chá: onde comprar, onde beber e como escolher

Falta de chá? Nós temos o que precisa

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Não sabemos se são cinco da tarde no seu relógio, mas um cházinho cai sempre bem – verde, branco, preto, amarelo ou até azul, cada um com as suas propriedades. Se não sabe quais são nem os seus benefícios, não se preocupe, porque preparámos um guia para o orientar (que é também óptimo para impressionar aquela tia-avó que adora o chá das cinco). Depois de ler esta lista atentamente, saberá sempre onde beber, comprar e, claro, como preparar, caso aprecie melhor chá enrolado numa manta ou em frente à lareira de casa.

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As diferentes variedades de chá

Chá Verde

Os chás vêm todos do mesmo arbusto, chamado Camellia sinensis. O que difere é apenas o processamento. No chá verde, por exemplo, as folhas são imediatamente secas após a colheita, por isso não perdem a cor.

Quando beber: a Partir das 12.00
Temperatura da água: entre 80ºC a 85ºC
Tempo de infusão: 3 min.

Chá oolong ou azul

Está entre o verde e o preto e é semi-oxidado, ou seja, não é sujeito a uma oxidação tão longa como no caso do chá preto. É um dos chás que os chineses mais valorizam porque pode ter muitas fragrâncias. Se está mais perto do chá verde, por exemplo, vai ser um chá mais floral, mas se estiver mais perto do preto, vai ser mais frutado.

Quando beber: a partir das 12.00
Temperatura da água: 95ºC, quase fervente 
Tempo de infusão: 4 min.
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Chá Branco

Quando está muito frio, o arbusto Camellia sinensis produz uns botões terminais com pêlo. É a partir desses botões, que são secos, que se obtém o chá branco de melhor qualidade. O mais valorizado é o chá Agulhas-Prateadas (BaihaoYinzhen). Diz-se que é o que traz mais benefícios para a saúde.

Quando beber: a partir das 12.00
Temperatura da água: entre 80ºC a 85ºC 
Tempo de infusão: 8 min.

Chá Preto

Na China, este chá é considerado vermelho. As folhas são rasgadas e deixadas ao ar durante uma hora. É durante este período de tempo que a folha oxida e fica preta. Só depois é que vai ao calor para ficar seca.

Quando beber: Até às 12.00
Temperatura da Água: 95ºC, quase fervente
Tempo de Infusão: 4 min.
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Pu-erh

Na China chamam-lhe chá preto e na Europa, chá vermelho. A fermentação das folhas é feita com a ajuda de bactérias e fungos na província de Yunnan. Tem um cheiro intenso a terra e, por se usarem folhas mais velhas, é considerado um chá medicinal. Se for bem conservado pode durar até 70 anos.

Quando beber: até às 12.00
Temperatura da água: 95ºC, quase fervente
Tempo de infusão: 30 seg.

Chá Amarelo

É um chá com um processo semelhante ao do chá verde. A diferença é que se secam as folhas, depois humedecem-se e voltam-se a secar, e assim sucessivamente para que o chá ganhe muitas fragrâncias e a infusão fique amarela. A cor do imperador. É mais caro e mais raro também.

Quando beber:
 a partir das 12.00
Temperatura da água: 80ºC a 85ºC
Tempo de infusão: 3 min.

Três dicas para melhorar o ritual do chá das cinco

Fazer chá pode parecer apenas uma tarefa rotineira, mas pode estar a fazê-lo da forma errada. Não é só pôr água a ferver. Ora, espreite estas dicas do biológico Luís Mendonça Carvalho, especialista em chás e especiarias.

1. Compre chá em pouca quantidade e conserve-o fechado, longe da luz, da humidade e de cheiros intensos. As folhas do chá absorvem os aromas.


2. Não compre chá em saquetas. Se ainda assim as preferir, compre-as à parte, vazias.

3. Utilize água filtrada ou água engarrafada pouco mineralizada. Não use açúcar, nem leite (só no chá preto) e, de preferência, sirva-o em porcelana.

Onde comprar chá

  • Compras
  • Mercearias finas
  • Chiado/Cais do Sodré
  • preço 2 de 4

É o paraíso para qualquer apaixonado por este universo tão complexo. O espaço do argentino Sebastian Filgueiras está forrado de latas de chá, bules de ferro e chávenas de porcelana. Ao todo, estão à venda mais de uma centena de variedades, desde chás chineses, como os pretos Yunnan Imperial “28 Imperadores” biológico, aos oolong da Ilha Formosa. Segundo o biólogo e sommelier de chás Luís Mendonça Carvalho, esta casa presta um serviço pedagógico ao vender chás de origem, biológicos e de qualidade”.

  • Compras
  • Mercearias finas
  • Princípe Real

É uma espécie de instituição na cidade. Criada nos anos 70, na Charcutaria Moy uma coisa é certa: se anda à procura de chá, não terá problema em encontrá-los. Com uma selecção de mais de uma centena de variedades, que podem ser compradas embaladas ou a peso, tanto encontra os russos Kusmi Tea como os franceses Mariage Fréres. Há ainda compotas, queijos, enchidos, bolos e bolachas – para o caso de a conversa estar boa e querer prolongar o lanche pela tarde fora.

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  • Compras
  • Areeiro/Alameda

Neste espaço, o chá é, em absoluto, o rei da casa. Ao seu dispor, há mais de duzentas variedades, mas também bules, canecas, filtros de chá e um sem número de apetrechos que vão tornar a sua hora do chá numa experiência muito mais completa. Por outro lado, caso tenha tempo para uma pausa dentro de portas ou na esplanada, é de aproveitar a tarte de maçã com leite-creme e os scones servidos ainda quentes, com manteiga e doce, que também atraem muitos fãs.

  • Compras
  • Alimentos especializados
  • Bairro Alto

Experimente passar dez minutos encostado ao balcão desta histórica 
loja de cafés e chás do Chiado
 só para contar quantos turistas
 entram encantados com as preciosidades da montra, abrem a boca de espanto uma, duas e três vez e acabam, lá está, por sair com sacos cheios. Os chás vêm da Índia, Japão, China e Açores, mas também os há a piscar o olho à modernidade: há lotes da casa vendidos em cápsulas para as máquinas Nespresso – e são bem bons.

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  • Compras
  • Lisboa

A Rota das Índias dedica-se à importação e exportação de especiarias, frutos secos, chás e plantas medicinais. Na loja do Mercado 31 de Janeiro, terá a oportunidade de comprar produtos que não são fáceis de encontrar em Portugal. Entre a oferta de chás, encontra brancos, oolong, pretos, verdes, vermelhos e até de frutas (pina colada, sangria e frutos silvestrees), mas também infusões, como rooibos e tisanas.

  • Compras
  • Chiado

Tudo começou com um sonho. Nos meados dos anos 80, um empreendedor sueco lançou-se numa aventura que até então parecia impossível: abrir uma loja de chá de alta qualidade. A primeira Tea Shop, especializada em chá fresco a granel e todos os complementos necessários para desfrutá-lo plenamente, abriu em Barcelona, no Outono de 1990. Actualmente, há mais de 96 lojas, espalhadas em Espanha, Portugal e Brasil. Neste espaço em Lisboa, encontra uma cuidada selecção de 120 variedades de chá e infusões, entre as quais se destaca a Original Gracia Blend, a mistura da casa, mas também determinados aromas, como o do chá branco de base Pai Mu Tan com morangos caramelizados, uma mistura de chá verde e chá preto com flores que o transportará às noites frescas de verão.

Onde beber chá

  • Cozinha contemporânea
  • Baixa Pombalina

Apesar do nome com que foi baptizado, a verdade é que ao restaurante do Internacional Design Hotel, no Rossio, nunca faltou chá. Durante os estilosos anos 50, eram muitos os que paravam na Rua da Betesga para o beber a meio da tarde. Servido em cima de um aparatoso carrinho cheio de chás e infusões de assinatura (entre 2€ e 4€), algumas delas feitas com ervas aromáticas plantadas no jardim interior do hotel. Aproveite já que está com tempo e prove as panquecas com chocolate e banana e a tarte tatin à hora do lanche.

  • Pastelarias
  • Lumiar

A pastelaria de Telheiras, com uma marca própria de bolachas, tem serviço de chá à inglesa. Com leite e tudo (entre 1,40€ e 2,60€). “Temos um mais convencional, com chás da Tetley, para quem só quiser beber um chá para se aquecer, e outro em que servimos chás da Tea House, uma marca italiana muito agradável”, explica Tiago Marques, um dos donos. Hortelã-pimenta, ervas e mel e até de maçã oriental são alguns dos sabores que podem ser acompanhados de torradas, fatias de bolo e miniaturas diversas.

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  • Bares de hotéis
  • Chiado

E agora, num registo completamente diferente, esqueça o chá quentinho, servido numa chávena de porcelana com bolinhos e compotas, e beba-o sob a forma de um cocktail, à noite, com os amigos, com ou sem álcool. O bar do 9hotel Mercy adoptou uma moda que tem ganho adeptos em cidades como Nova Iorque e Londres e apostou as cartas todas nesta nova tendência. Kiko Pericoli, o barman italiano, é o responsável por estes cocktails.

  • Pastelarias
  • Chiado/Cais do Sodré
  • preço 2 de 4

O nome nasceu da conjugação de vermelho e maravilhosa, duas das palavras portuguesas preferidas de Marine Casteloa, a proprietária deste espaço na Calçada da Estrela. Na vitrine do balcão, há tarteletes de fruta — limão, morangos, framboesas — que eram a obsessão de Marine em criança (3€), ou o mil folhas de baunilha ao estilo francês (3,50€). Mas, para além da pastelaria, o forte desta casa são os chás. Os blends da Companhia Colonial, marca francesa de chás, são preparados com todas as regras necessárias. Uma cafeteira elétrica controla a temperatura da água que deve ser diferente para diferentes chás, e três ampulhetas vêm para a mesa para controlar o tempo de imersão das folhas na água quente. A lista tem uns quantos chás Grand Cru — as misturas feitas por esta marca francesa (3€).

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  • Cafés
  • Beato

É mais provável que conheça os rolls por caracóis, doces, normalmente com recheio de canela, em versões mais brioche ou mais folhadas, com um topping cremoso no topo, mas também há versões salgadas. No Rolls Brunch & Café, um café com espaço luminoso e cores pastel na Penha de França, a especialidade é precisamente o roll, mas para acompanhar também há chá, mais especificamente infusões da Glory Tea, uma marca portuguesa, de Aveiro, que chegou ao mercado em 2011. A carta longa contém receitas, como o Inverno Português, com pedaços de maçã, gengibre e canela, cascas de laranja, folhas de amoreira, erva-príncipe, sementes de romã, pétalas de rosa e groselhas vermelhas, ou a Essência do Norte, com sultanas, flores de hibisco, bagas de sabugueiro, groselhas negras e raiz de beterraba.

Outras bebidas

  • Cafeteria

É aquele amigo que está sempre lá nas horas difíceis, nas manhãs complicadas depois de uma noitada ou para aguentar firme mais um dia. Pedimos uma bica e, juntamente com uma chávena fumegante, veio uma lição sobre café de especialidade: os grãos não têm defeitos e são todos produzidos a no mínimo 1100 metros de altitude.

Se agora pode chegar a chatear, dada à insistente loucura em torno desta bebida espirituosa, lembremos que foi esta moda que nos permitiu dizer adeus ao gin tónico de copo alto, com gelo até cima, gin barato ou martelado e tónica já aberta e sem gás. E nessa medida nunca serão suficientes as nossas palavras, nem os nossos artigos.

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  • Cervejaria artesanal

A cerveja artesanal demorou a impor-se em Lisboa, mas hoje já não vivemos sem ela. Não é por acaso que cada vez mais sítios, desde restaurantes típicos portugueses a auto-intituladas tabernas asiáticas, têm pelo menos uma marca e duas ou três variedades de cerveja artesanal por onde escolher. E depois há os sítios especializados, onde as pessoas vão de propósito para beber um bom néctar de cevada.

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