vinhos versáteis
Time Out Lisboa
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Inventámos uma nova categoria: os vinhos-camaleão

Escolher um único vinho para acompanhar diferentes pratos pode ser uma tarefa complicada. Para lhe facilitar a vida, temos três dicas de vinhos versáteis e deliciosos.

Liana Saldanha
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O mundo do vinho já é suficientemente complexo pelas extensas terminologias, diversos modos de produção possíveis e outros mil motivos que não cabem neste texto. Na hora de apreciar uma refeição, na maioria das vezes, nós só queremos relaxar, desfrutar o momento, com vinho que sabe bem no copo e comida cheia de sabor no prato – sem nos sentirmos obrigados a seguir regras e mais regras. Vinho branco com peixe, vinho tinto com carne… É o que a já ultrapassada “regra de ouro da harmonização” nos diz. Mas imaginem a cena: um jantar entre amigos que desejam pedir apenas uma garrafa. Duas pessoas pediram carne e as outras duas pediram peixe. O que devem fazer? 

a) Tiram à sorte e a dupla que perder fica triste, pois se a regra não for seguida, o jantar estará fadado ao fracasso.

b) Já que regras são feitas para serem questionadas, a mesa escolhe um vinho versátil que vai combinar bem com ambos os pratos.

Quem votou B, levanta a mão!

Sem mais delongas, aqui estão três sugestões de vinhos-camaleão, e porque este trio pode harmonizar perfeitamente com variados pratos.

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Vinho Versátil nº 1: Espumante Seco

As versões secas dos espumantes, como Brut (ou Bruto), Extra Brut ou Brut Nature, são consideradas as mais polivalentes na hora de harmonizar com diferentes tipos de pratos. A alta refrescância, dada pelas bolhas e pela acidez, cria contrastes muito interessantes no paladar. Sobre os pratos que combinam com espumante, podemos começar por um guilty pleasure: nuggets ou frango frito. Também casa bem com leitão à Bairrada ou com o meu bacalhau favorito – e frito: à minhota.

Sugestão: Espumante 3B Blanc de Blancs Extra BRUT, da Filipa Pato. Bolhas suaves, acidez refrescante no ponto, textura cremosa, aromas cítricos e de panificação.
PVP: 12,95€

Vinho Versátil nº 2: Loureiro dos Vinhos Verdes

Outro exemplo em que a refrescância trazida pela acidez é um sucesso para harmonizar com diferentes pratos. No caso do Loureiro, há um detalhe especial: os sedutores aromas de flor branca, maçã, pêssego e, frequentemente, frutas cítricas. Vinhos aromáticos (com intensidade média, de preferência) podem funcionar como um tempero especial durante a degustação dos pratos. Recomendo experimentar com queijo de cabra, frutos do mar em geral, atum grelhado e cozinha oriental (chinesa, japonesa, indiana), com picante moderado.

Sugestão: Pequenos Rebentos Loureiro 2022. Refrescante, com aroma floral e leve açúcar residual que suaviza a picância de alguns pratos.
PVP: 6,90€.

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Vinho Versátil nº 3: Tinto Leve

No meu jantar de 10 anos de casamento, o empregado de mesa indicou-nos um vinho tinto leve, com baixos taninos e aromas de frutas vermelhas, para acompanhar toda a refeição. Atenção à questão dos taninos, pois os vinhos com taninos altos podem dar sabores metálicos com comida do mar e dão muito peso ao vinho, o que se pode sobrepor a alguns pratos mais leves. De volta ao jantar: pedimos berbigão (com molho médio picante), tártaro de novilho, guiozas de peixe e gnocchi com molho branco. Que espectáculo de casamento que ficou o vinho com TODOS os pratos. Foi como se eu sentisse um abraço a cada dentada e a cada golo. Arrisquem mais, esqueçam aas regras e testem comer pratos do mar e da terra com vinho tinto leve.

Sugestão: Um excelente exemplo de vinho tinto leve e frutado é o Senhora Companhia Vinho Novo Tinto 2023.
PVP: 10€

Aprenda mais sobre vinho

  • Compras

Já lá vai o tempo em que os vinhos das marcas próprias dos super e hipermercados eram maus ou não compensavam a compra, sobretudo porque, na mesma prateleira, havia outros bastante melhores e pouco mais caros, de várias empresas populares. O cenário mudou – e muito, não só porque o vinho em Portugal deu um salto qualitativo gigante nos últimos 20 anos, apoiado numa maior profissionalização e formação técnica e académica dos enólogos, mas também porque as próprias cadeias de supermercado têm investido generosamente em responsáveis acreditados e em consultorias para vários departamentos, não sendo o do vinho uma excepção.

Se a mentira tem perna curta, as que se contam sobre os vinhos parecem ter pernas um pouco mais longas e resistentes. Há mentiras que se repetem tanto ao longo do tempo que acabam legitimadas. É uma pena. A disseminação dessas ideias falsas pode tornar a experiência de beber vinho bem menos divertida e prazerosa. Até agora. Chegou a hora de desvendar alguns dos mitos sobre vinho. Sabia que o vinho verde é feito com uvas maduras e que o vinho branco também pode ser feito com castas tintas?

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Existem vinhos de qualidade com todas as idades, não é mérito apenas dos vinhos antigos. A maioria esmagadora dos vinhos no mercado foi produzida para ser consumida em até três ou cinco anos – no máximo. Além disso, existem diversas pessoas que preferem os aromas primários de frutas frescas e a vivacidade do vinho jovem do que os aromas terciários de frutas secas, tabaco, cogumelos, e outros aromas dos vinhos com mais idade. 

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