Hot-smoked salmon bruschetta
Tosta de salmão fumado a quente, rábano, ricotta, funcho e limão.
Preço: 5,75€
Já chegou a Portugal o novo livro de receitas de Jamie Oliver, que explora a cozinha italiana à boleia das matriarcas do país. Entretanto, no restaurante do chef britânico, em Lisboa, há oito novos petiscos.
De um modo semelhante a Portugal, a comida ocupa um lugar central na vida dos italianos. São, na sua maioria, “bons garfos”, como Jamie Oliver os apelida e, sejam ricos ou pobres, “a comida simples, bonita e acessível é o mínimo exigido”. É à gastronomia deste país que o chef britânico dedica o seu último livro, “Jamie e a Cozinha Italiana”, acabado de editar pela Porto Editora.
Foram dois anos passados a viajar por Itália, a querer desenterrar as origens da (tão reconfortante) cozinha típica, com a ajuda das matriarcas que lhe dão nome - as carinhosas nonnas. Mas a meta deste livro vai para lá da enumeração de técnicas e truques culinários. Outro valor mais alto se alevanta: impedir que as receitas e tradições mantidas pelas avós caiam no esquecimento. Nos últimos 25 anos, Jamie visitou várias vezes Itália e, com alguma preocupação, assistiu a uma rápida mudança na cultura gastronómica do país - culpa da modernização, da tecnologia, da vida vivida a correr. São poucos os que, no meio do frenesim diário, dedicam à comida o cuidado (e o amor) que as nonnas sempre lhe dedicaram.
Jamie quis provar que essa não é uma missão impossível. Por isso, enfrentou o fogão com as senhoras que o dominam há mais de 50 anos e “roubou-lhes” alguns segredos. Mas a César o que é de César - no livro, entre as receitas e dicas, vão surgindo algumas páginas com retratos e (por vezes, comoventes) histórias de vida destas matriarcas. Não deixa de ser curioso entender que a pobreza, que muitas delas enfrentaram ao crescer, deu origem a uma das mais conhecidas idiossincrasias da gastronomia italiana - fazer muito com pouco, tirando o máximo de sabor do mínimo de ingredientes.
A ementa do livro traz um pouco de tudo: desde as sopas compactas, às massas moldadas cuidadosamente (com instruções!), passando pelo peixe, pela carne, até à mais de uma dezena de sobremesas tradicionais. Sempre com um olho posto na componente nutricional, preocupação prioritária (principalmente) desde a publicação do livro “Receitas Saudáveis”. Este novo livro não escapou à regra: no fim de cada página encontramos uma tabela nutricional, que põe a nu aqueles números que quem gosta de encher o prato prefere nem saber: as calorias, a gordura saturada, os hidratos, o açúcar e o sal.
“Jamie e a Cozinha Italiana” foi lançado neste Verão, em Inglaterra, altura em que a carta de Inverno já estava alinhavada. Por isso, nenhuma das receitas do livro pode, para já, ser testada no restaurante que abriu este ano em Lisboa, o “Jamie’s Italian”. Mas, na próxima carta, a de Verão, a conversa já será outra.
Oito novos petiscos
Num restaurante já vestido a rigor para a época, com direito às luzes e enfeites natalícios, contam-se pelos dedos as mesas por ocupar, à hora de almoço de terça-feira. E, a partir desta quarta-feira, há oito novos motivos para visitar o restaurante na estação fria: uma generosa tosta de salmão fumado a quente, rábano e ricotta (5,75€) ou uma opção semelhante com abóbora (4,75€); o risotto de vieiras e camarões (15,75€); uma massa recheada de cogumelos (13,95€); o fantastic fish stew, que dá uma piscadela de olho à caldeirada de peixe e é, obrigatoriamente, produto de pesca sustentável (15,75€); o bacalhau do Atlântico grelhado (14,95€); a pizza chicken melanzane, com beringela e frango free-range (12,95€); e, finalmente, a pavlova com framboesas (4,75€).
Também já está finalizado um menu especial (25€) para quem visita o restaurante entre o Natal e o Dia de Reis, que inclui o melanzane parmigiana - um prato protagonizado pela beringela e pelo queijo da ilha, que não se encontra em mais nenhum dos restaurantes de Jamie Oliver.
Desde o início que o restaurante tenta, ao máximo, incluir produtores portugueses na equação. Mas assumindo como prioridades ter ingredientes biológicos e de produção sustentável, nem sempre é fácil. “O produtor português ainda não está sensibilizado para o sustentável. Continua a ser muito caro e não é um mercado muito interessante. Ainda assim, começamos a trabalhar agora com alguns produtores de gado bovino do Alentejo, por exemplo”, explica Helena Farinha, responsável de marketing do restaurante.
No entanto, e apesar de dificuldades como esta, quase um ano após a abertura do restaurante, o balanço é positivo. “Os primeiros tempos foram muito intensos. Sempre com casa cheia e com alguma incapacidade de dar vazão às pessoas que ficavam à porta, com expectativas frustradas, a achar que éramos os piores do mundo”, confessa Helena Farinha. Felizmente, cenário mudou. Mas, pelo sim, pelo não, marque mesa com antecedência, para evitar decepções a uma sexta ou a um fim-de-semana.
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Tosta de salmão fumado a quente, rábano, ricotta, funcho e limão.
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Preço: 12,95€
Pavlova coberta de framboesas e molho de framboesa.
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Durante três dias a Praça da Figueira, em Lisboa, é italiana. O Mercato Italia, organizado pela Camera di Commercio Italiana per il Portogallo, é um minifestival que celebra a cultura italiana, promovendo a gastronomia, turismo e a música do país. Haverá pizzas a sair dos fornos a toda a hora, o tradicional aperitivo italiano, gelados artesanais – há inclusive um concurso que elegerá o melhor gelato italiano – e workshops para se pôr, literalmente, as mãos na massa. Há especialidades italianas de seis restaurantes para conhecer e provar neste Mercato.
Restaurantes italianos em Lisboa há muitos (aqui encontra os melhores) – e não param de aumentar. Os que encontra nesta lista são os que abriram no último semestre e que merecem uma visita.
Entre restaurantes italianos com poucos anos de vida, pratos novos em cartas antigas e prémios atribuídos pelo Governo de Itália, fomos à procura dos melhores pratos de massa em Lisboa, cozinhados al dente e cronometrados ao minuto por quem percebe do assunto.
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