Vinhos petiscos
Time Out Lisboa
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Petiscar à portuguesa, é com vinho, com certeza

Com o Verão vêm os petiscos estivais, e com o calor, uma sede dos diabos. Felizmente, há um vinho português para todos eles.

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Com o Verão vêm os petiscos estivais, e com o calor, uma sede dos diabos. Felizmente, há um vinho português para todos eles. Mas, independentemente do perfil de vinho ser mais ou menos adequado a esta altura do ano e aos pratos típicos, há algo que adequa qualquer garrafa a uma mesa num dia quente: servir a uma temperatura mais baixa do que é costume. Sim, até os tintos, porque a temperatura ambiente do Verão é totalmente diferente da do Inverno. É colocá-los meia hora no frigorífico, sem medos. O pior que pode acontecer, se não se gostar, é esperar 5 minutos que o vinho aqueça no copo.

Recomendado: Os melhores vinhos para o Verão (alguns a preços convidativos)

Amêijoas à Bulhão Pato

Cedro do Noval branco 2022, Douro

Quinta do Noval

18,36€

Basta ler as palavras "Bulhão Pato" para sentir o sabor do molho, de tão marcante que é para a cultura gastronómica portuguesa. Alho, cebola, azeite, coentros, limão. Pela maioria destes ingredientes, isolados, poderia ser difícil combinar um vinho, mas quando os juntamos, torna-se muito fácil. Um branco com o perfil deste duriense Cedro do Noval será ideal, porque tem estrutura ácida que corta o azeite, um lado cítrico delicado que se liga ao limão, e uma leve componente mineral que puxa pelas amêijoas. É um lote de Viosinho, Gouveio, Rabigato, Fernão Pires, Códega do Larinho e Arinto, que originou um vinho elegante e muito suculento.

Camarões ao alho

Firmamento Alvarinho branco 2022, Vinho Verde Monção e Melgaço

Firma


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O que é um guilho? Segundo os dicionários portugueses, é um espigão ou uma cunha de ferro. Mas se há coisa que um guilho não é, é a inspiração para um prato de camarão. "À la guilho" é, na verdade, a adaptação portuguesa do espanhol "al ajillo", ou seja, ao alho. Agora que já esclarecemos algo (muito pouco) essencial para o assunto, resta dizer que qualquer Alvarinho de Monção e Melgaço que se preze, harmoniza de forma muito bonita com camarões ao alho. Por "que se preze", entenda-se um que tenha bom corpo, cremosidade e equilíbrio, para suportar o azeite, e aquele lado pedregoso de que todos gostamos, que encaixa mesmo bem no iodo e na salinidade do camarão. Firmamento é uma das marcas de um novo projecto, com vinhos nas regiões do Douro e do Vinho Verde. Este Alvarinho, é tudo o que um camarão quer.

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Pipis e moelas

Quinta da Lapa Retro Clarete 2020, Reg. Tejo 

Agrovia

9,60

Há poucos petiscos mais portugueses do que os pipis e as moelas. São pratos que até com determinados tipos de vinho branco poderiam ser combinados, mas aproveita-se a deixa para introduzir um tinto totalmente estival. Este Quinta da Lapa Retro é um tinto Clarete, feito de uma mistura de uvas brancas com tintas, neste caso Fernão Pires e Castelão, as castas mais emblemáticas do Tejo, num rácio de 50/50. Como a designação Clarete indica, é um tinto de cor clara, aqui muito bem conseguido ao nível da estrutura e da intensidade de sabor. O seu perfil mais terroso e florestal conecta-se perfeitamente às moelas e aos pipis, e só há duas regras a seguir: servir o vinho fresco e molhar o pão no prato.

Marisco ao natural

Soalheiro Pet Nat Alvarinho branco 2022, Regional Minho 

Vinusoalleirus

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Embora os espumantes sejam bastante versáteis à mesa, com capacidade para acompanhar muitos pratos desde as entradas às sobremesas, há um factor nos Pet Nat que os torna perfeitos para marisco ao natural: a simplicidade. Pet Nat, abreviatura de "pétillant naturel", é, de forma resumida, um método de vinificação muito antigo no qual só há uma fermentação (em oposição ao método convencional de espumantização, com duas fermentações), e esta ocorre, ou acaba, já dentro da garrafa. Isto gera dióxido de carbono, e o vinho fica naturalmente gaseificado. Apesar da antiguidade da coisa, os Pet Nat fizeram recentemente um regresso em grande, e este Soalheiro é um dos melhores que se fazem no nosso país. A frescura e a "crepitância" é tal, que matará a sede até a quem faz um monte, no prato, com cascas de percebes. 

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Choco frito

Quinta Nova rosé 2022, Douro 

Quinta Nova de Nossa Senhora do Carmo

15,50

Final de um longo dia de praia, banho tomado, sentar à mesa com aquela sensação de que o mar nos deu uma "coça", os miúdos bronzeados, choco frito, um bom copo de rosé. Nomeie-se uma melhor definição de paraíso. A componente cremosa e volumosa da nova colheita do rosé da Quinta Nova, combina com a textura igualmente cremosa do choco, e o toque de pimenta branca que apresenta liga à fritura de uma forma sobre a qual nem é bom falar. E no nariz, além de sugestão de grafite e levíssima pólvora, traz um toque de folha de limeira que faz a ponte para quem gosta de regar o choco frito com limão.

Peixinhos da horta

Quinta do Gradil Saltimbancos Sauvignon Blanc branco 2021, Regional Lisboa 

Quinta do Gradil

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Feijão verde e fritura pedem um Sauvignon Blanc de perfil vegetal, para harmonizar em semelhança com o primeiro elemento, e em contraste com o segundo. O bónus será termos um vinho com garra suficiente para aguentar a maionese de alho, e entre esta e o Saltimbancos, da Quinta do Gradil, teremos um autêntico combate sem luvas, onde o vinho ficará de pé: o nariz, nada tímido, evoca erva fresca cortada, citrinos ácidos, casca de pepino, tudo envolvido numa bonita pureza. Na boca tem uma enorme presença, e elegância em simultâneo, que roubará o show em qualquer mesa.

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Gelados

Flor de Trois Moscatel Roxo de Setúbal 2018, Setúbal

Trois - Vinhos com Identidade

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Escolher vinho para um gelado é um desafio, sobretudo porque depende muito do tipo e do sabor. Por isso, a melhor técnica é simplificar. Sorvete de frutos vermelhos? Um espumante rosé ou um tinto licoroso equilibrado. Gelado de chocolate? Um Porto LBV. Mas se falamos de um sorvete de citrinos ou um gelado na onda da baunilha, nata ou doce de leite, um Moscatel Roxo de Setúbal, que combine ambas as dimensões, será tiro certeiro. É o caso do Flor de Trois 2018, um vinho com excelente relação qualidade-preço nesta categoria, que junta um lado de panificação e frutos secos a outro de citrinos cristalizados e compotas, com toque exótico de especiarias. Servido fresco, ainda melhor.



Sabores de Verão

Muda a estação e mudam, habitualmente, as cartas dos restaurantes. Entre pratos incontornáveis que se mantêm, surgem novidades, quase sempre frescas, não estivéssemos no tempo quente. Procurando olhar para os ingredientes sazonais, adaptando receitas ou reinventando por completo o cardápio, há muitos e novos pratos para provar, todos eles com tanta cor como sabor. Comida tradicional e do mundo, cozinha contemporânea e de chef, há de tudo nestes restaurantes em Lisboa (e aqui bem pertinho porque se há altura em que andamos com vontade de descobrir mesas é no Verão). 

  • Coisas para fazer

Os dias são quentes e longos, e as noites não arrefecem. Bebe-se um copo (e outro e outro) e acabamos a jantar. Se é verdade que Lisboa tem mais de 230 dias de sol por ano, é igualmente verdade que o verbo esplanadar (inventado por nós há muito tempo) se conjuga melhor nesta época do ano. Não por acaso, há muitas e boas novidades. Seja para comer ou apenas para beber um copo, estas são as novas esplanadas em Lisboa que prometem animar o Verão. Tome nota porque a vida é demasiado curta para os desperdiçar numa esplanada má. 

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Nem só de mar se fazem os melhores sonhos de Verão. Teremos sempre as praias, onde nos pomos em menos de nada, da linha de Cascais a Sintra, sem esquecer, claro está, os areais da Costa da Caparica, mas nem sempre são esses os mergulhos que nos apetece dar. Felizmente, temos hotéis que, assim que chega o Verão, abrem as portas até àqueles que não fazem check-in, partilhando as suas comodidades também com quem vive na cidade. Quase sabe a férias: o lobby de hotel, o lufa-lufa das entradas e saídas, o serviço cuidado e as atenções viradas para quem chega, independentemente de se ter feito check-in ou de se ter chegado apenas para passar o dia.

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