Bougain
Arlei Lima
Arlei Lima

As novas esplanadas em Lisboa para o Verão

Corremos a cidade para encontrar as novas esplanadas em Lisboa de que vamos usar e abusar o Verão inteiro.

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Os dias são quentes e longos, e as noites não arrefecem. Bebe-se um copo (e outro e outro) e acabamos a jantar. Se é verdade que Lisboa tem mais de 230 dias de sol por ano, é igualmente verdade que o verbo esplanadar (inventado por nós há muito tempo) se conjuga melhor nesta época do ano. Não por acaso, há muitas e boas novidades. Seja para comer ou apenas para beber um copo, estas são as novas esplanadas em Lisboa que prometem animar o Verão. Tome nota porque a vida é demasiado curta para os desperdiçar numa esplanada má. 

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As novas esplanadas em Lisboa para o Verão

  • Cascais

Depois da casa movimentada na baixa de Lisboa e da casa boémia no Porto, o Nicolau abriu uma casa de férias em Cascais, com esplanada e uma casa-de-banho toda cor-de-rosa. No menu brilham alguns dos clássicos deste all day café, como os ovos Amélia (8€), ou as populares panquecas (entre 5,20€ e 8€). Mas o que não falta são novidades exclusivas, a condizer com a vibe de Verão: a couve-flor e húmus (8€), com pesto, pistáchio e romã; ou a Get Dirty Sandwich (8,50€), uma montanha de rosbife com maionese especial entre duas fatias de pão. No campeonato dos doces, as novidades incluem as panquecas Choco (8€), que além do recheio de chocolate, têm chocolate na massa, e gelados caseiros. Os cães são sempre bem-vindos e têm direito a tacinhas de água fresca. 

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Vera Moura
Directora Editorial, Time Out Portugal
  • Estrela/Lapa/Santos

Abriu no ano passado e tornou-se de imediato num dos sítios da moda na cidade. Para comer, beber uns copos e até dançar (ou fazer yoga). O espaço é parte do segredo, ou não ficasse o Go A Lisboa no miradouro da Casa de Goa, com uma vista espectacular para o rio e para a Ponte 25 de Abril. Há um relvado onde é possível comer em almofadas, uma esplanada mais tradicional e umas mesas baixas em mármore com uns grandes sofás, além de duas redes enormes onde, conforme a idade, é possível relaxar ou brincar. Na cozinha está Inga Martin, a provar que o Go A Lisboa não é só fogo de vista. O crítico Alfredo Lacerda passou por lá e não teve dúvidas: comeu o melhor caril de gambas. E vaticinou: “Temos restaurante, e dos bons, e com uma das melhores vistas”. Ao fim-de-semana há ainda um menu brunch. 

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  • Avenida da Liberdade

Há esplanadas que se vêem a léguas e outras que se escondem, quais refúgios no rebuliço da cidade. É o que acontece no Hotel Hotel, a dois passos da Avenida da Liberdade. Passando o lobby, avista-se o oásis. É o Animal, o restaurante do hotel mais irreverente da cidade, onde tanto se pode fazer uma aula de yoga como uma tatuagem (sim, leu bem), além de pernoitar, claro. No pátio, as mesas estão dispostas entre plantas, algumas com vista para a piscina, só acessível a hóspedes. Na esplanada tanto se podem beber uns cocktails, como devorar a carta ecléctica do chef Carlos Soares, vindo do restaurante de praia do Vila Joya, em Albufeira. As opções vão das refeições ligeiras e plant based à carne maturada. Pelo meio, um piscar de olho às cozinhas do mundo que inclui Japão, Itália e Peru. O sushi, por exemplo, não é de se deixar passar. Feito com peixe da costa, sempre fresco, é preparado pelo japonês Saito Kosuke, há cinco anos a viver e a trabalhar em Portugal. De segunda a sexta-feira, ao almoço, há um menu que, por 16€ ou 18€, dependendo da escolha da proteína (vegetal ou animal), inclui prato, bebida e café.

  • Santa Maria Maior

Depois de sucessivos anúncios adiados, a Doca da Marinha está, finalmente, no seu plano. Os quiosques (Vermelho, Amarelo e Azul) há meses que animam a zona, mas é o restaurante Anfíbio, mesmo ao lado Estação Sul e Sueste, em frente ao Campo das Cebolas, que promete ser a sensação dos próximos tempos. Com Miguel Rocha Vieira ao leme, está em cima do rio, e tem uma bonita esplanada. Afastado da alta-cozinha e dos longos menus de degustação, o chef preparou para aqui uma carta para quem gosta de estar à mesa a desfrutar, das entradas como um brás do mar (17€), com camarão da costa e molho de crustáceos, ou uma cavala em escabeche como "lá em casa" com pão alentejano molhadinho (12€), aos pratos mais compostos como o cherne assado com manteiga queimada, limão e alcaparras e puré de couve-flor (32€) e uma costela de novilho (25€), que é primeiro cozinhada ao longo de 20 horas a baixa temperatura, para depois ser finalizada no barbecue. Aos fins-de-semana, está garantida animação fora de horas.

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  • Cascais

O mega-projecto de Vítor Sobral em Cascais já era grande, mas acaba de ficar ainda maior. Aos dois mil metros quadrados da lota, divididos entre o restaurante de peixe (Mar), o de carne (Terra) e o bar com espaço para um passinho de dança, juntou-se agora uma esplanada ampla, com 56 lugares, no Largo Cidade de Vitória. E até a esplanada vai crescer, ainda este Verão, para acolher quem aparece para beber um copo. A carta disponível é a do Mar, cheia de coisas frescas para os dias quentes. Atire-se à colorida salada de choco, pepino, pimentos e limão (16,90€), ou ao ceviche de peixe, citrinos, mirtilos e amêndoa (16,50€) e remate com um gelado artesanal (5,50€ duas bolas; 12,50€ degustação de quatro sabores): os sabores incluem ginja, pêra e fava tonka, maçã verde e gengibre ou laranja e maracujá.

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Vera Moura
Directora Editorial, Time Out Portugal
  • Campo Grande/Entrecampos/Alvalade

Pensar num restaurante italiano sem queijo pode parecer uma incoerência, mas o novo Giulietta é prova do contrário – e também a confirmação de que se pode esperar de um restaurante vegan tudo o que se espera de qualquer outro restaurante. Foi por aí, aliás, que começou a história do The Green Affair, dos mesmos donos, e que hoje tem já quatro restaurantes na cidade. Em vez de apostarem num quinto, arrojaram neste Giulietta, com esplanada em plena Avenida de Roma. A carta do restaurante tem a divisão clássica de um menu italiano: antipasti, insalate, risotti, pasta, second piatti, pizze e dolce. Tudo o que a completa é que pode surpreender. Nas entradas, há por exemplo um carpaccio di portobello (6,50€), enquanto nas saladas a caprese (9,50€) leva mozzarella vegan fresca, rúcula, pesto e manjericão. Os risottos (12,50€) podem ser de espargos verdes e tomate, de cogumelos (marron, paris, shiitake e pleurotus), mas também de tofu, alga wakame e salicórnia. Nas pastas, há um spaghetti alla bolognese (12,50€), que em vez de carne leva cogumelos e tofu biológico, enquanto nas pizzas a Giulietta (13,50€) leva tomate, mozzarella vegan, cebola roxa caramelizada, cogumelos, rúcula e nozes. 

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  • Cais do Sodré

Com uma esplanada, uma zona de bar e mesas no interior, o peruano Amaru, no Cais do Sodré, é um sítio para petiscar, para jantar ou simplesmente para beber um copo. Nos pratos, além dos ingredientes da nossa praça, o chef Pedro Brandão utiliza também produtos vindos do Peru, como a pimenta vermelha peruana (ají panca) ou o milho tostado (cancha). Os ceviches lo puro (14,50€), com corvina em leite de tigre e o de atum nikkei (17€) são boas opções para comer e para acompanhar há uma carta de bebidas bem completa. Vá pelo cocktail beerful chilcano (9€), preparado com sumo de gengibre caseiro, pisco, cerveja e lima.

  • Chiado

Foi durante anos o Café Royale, uma das paragens para brunch no Chiado, mas é agora o Pizzaiollo, um restaurante italiano apenas de pizzas. A massa é fina e foi alvo de muitos testes. Por trás, está o grupo Fullest, que no portfólio de restaurantes, tem já os italianos Bellalisa Valmor e La Vita è Bella. A esplanada, no Largo Rafael Bordalo Pinheiro, um sítio que não é estranho ao grupo Fullest, que ali também tem o Cru e o Tapas n’ Friends, é pequena e acolhedora. Nas pizzas, são várias as opções, entre as prováveis margherita (9,50€), com tomate, mozzarella e manjericão, e diávola (12,40€), com tomate, mozzarella e spianata picante, às mais incomuns como a carbonara (11,90€), feita com mozzarella fior di latte, panceta, cebila branca e salsa. 

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  • Estrela/Lapa/Santos

Três anos depois de chegar a Portugal, o Honest Greens ganhou no Cais do Sodré o maior restaurante, com nada mais, nada menos que 179 lugares no interior e 100 no exterior. No cruzamento da Praça Dom Luís I com a Avenida 24 de Julho, a esplanada é bem espaçosa. O menu é o que se espera desta cadeia de restaurantes de comida saudável, que começou em Espanha, e que em Portugal soma já seis casas: o mais sazonal, sustentável e saudável possível. Para os dias mais quentes, há novidades fresquinhas como o carpaccio de courgette (5,50€), com vinagrete de frutos vermelhos e limão, queijo feta, aneto, laranja e amêndoas torradas, ou a salada Caesar (8,50€), sem proteína animal. 

  • Alfama

Depois do Cais do Sodré, Lisboa ganhou um segundo Antù, desta vez no coração de Alfama. No lugar de uma antiga casa de culto da gastronomia – o restaurante de luxo de Filipa Vacondeus, Cota de Armas – está agora um sítio de brunch para todas as horas, que pode e deve experimentar na esplanada. É possível escolher à carta, mas também há um menu brunch (16€), que inclui ovos à maneira do cliente com bacon, salada, granola com iogurte e frutas, sumo de laranja e café. O menu é diversificado e inclui também propostas de almoço e jantar. Há ainda espaço para ver arte, com exposições temporárias em várias zonas do edifício, e fazer compras, com uma área dedicada a roupa e acessórios vintage.

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  • Cascais

Em plena Avenida Valbom, dificilmente haverá alguém em Cascais que não conheça a Casa da Pérgola, uma bonita mansão centenária protegida por um jardim. Do lado de fora do portão, sempre se tiraram fotografias à fachada, que se destaca também pelos azulejos pintados à mão, mas foram raras as vezes em que se transpôs essa barreira, mesmo que ali exista um pequeno hotel com apenas 12 quartos. Até agora. O Bougain Restaurant & Garden Bar abriu no piso inferior da Casa da Pérgola com uma esplanada que ocupa de forma discreta o jardim e onde se está muito bem (como se nota na capa). A carta é de clássicos, o serviço atento. Apesar de o restaurante ainda só estar aberto ao almoço e ao jantar, a ideia é que até ao Verão a cozinha funcione sem interrupções com um menu para todas as horas. Por um lado, há os clássicos como o linguado à meunière (25€), o pato confitado (25€), o carré de borrego (27€) ou o Chateaubriand, servido com molho bernaise e batatas fritas (60€/duas pessoas). Mas não é de se descartar o arroz de carabineiro e citrinos (65€/duas pessoas), nem as entradas como o lírio curado com pickles de ruibarbo e mostarda (12€) ou o steak tartare (13€), que é feito à frente das pessoas e que também pode ser pedido como prato principal (26€), acompanhado com batatas fritas. De segunda a sexta-feira, ao almoço, há um menu mais económico. Por 29€, inclui uma entrada e um prato ou um prato e uma sobremesa (água, refrigerante, café ou chá, incluídos). 

  • Grande Lisboa

O nome soa estranho, mas não a toda a gente. Quem vive em Oeiras desde sempre sabe que Catalazete é o nome da praia que fica junto ao Forte de Nossa Senhora das Mercês de Catalazete. Agora, é também o nome da cervejaria na Marina de Oeiras. Na cozinha, está Bruno Oliveira, chef que deixou a alta cozinha – era sub-chef do estrelado LAB by Sergi Arola, no Penha Longa – para se atirar aos petiscos como o choco frito com maionese de alho e lima (9,5€), as amêijoas à Bulhão Pato (16€), a salada de polvo (9,5€), as gambas al ajillo (13,5€), a casca de sapateira recheada (14,5€) ou pica-pau de novilho ou do lombo com ovo a baixa temperatura (9,5€/16,5€). Também há uma mariscada (65€), que inclui habitualmente seis ostras, 300g de camarão cozido, uma sapateira cozida e 200g de amêijoas à Bulhão Pato. “Queremos trabalhar muito o peixe do mar e alguns mariscos, sem nunca fugir ao nosso conceito de cervejaria”, acrescenta Bruno, destacando ainda a grelha a carvão, para peixe e carne, bem como as diferentes opções de prego, entre as quais o prego no pão à Catalazete, com queijo da serra (14,5€). A esplanada é grande, perfeita para qualquer hora do dia.

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  • Marvila

A vista é desafogada, numa zona da cidade que tem vindo a ganhar um novo impulso à boleia do empreendimento Prata Riverside Village, mas também do Parque Ribeirinho Oriente. O Rio de Prata, aberto desde Novembro, é, na verdade, o casamento entre os dois mundos. Fica num destes prédios novos, colado ao novo jardim. Tem esplanada, duas salas amplas e uma carta de conforto com sabores conhecidos, mas toque de chef – até mesmo nas sobremesas. Junto ao Tejo, o restaurante quer honrar a gastronomia portuguesa, mas não sem lhe dar um twist, pelas mãos da chef Carla Sousa, que estava num interregno depois de oito anos à frente do restaurante do Hotel Valverde, na Avenida da Liberdade. Na carta, dividida entre pratos para partilhar e principais do campo, do mar e da terra, já se começam a destacar alguns pratos, como as chamuças de pato e laranja caramelizada (9€) ou os ovos rotos com duo de batata (9€). Nas sobremesas, há tantas entradas como nos pratos, sendo tudo feito em casa. Nada como um passeio à beira-rio para descobrir.

  • Pastelarias
  • São Sebastião

Em Julho, Sofia Paulo saiu de Campo de Ourique e levou a sua cozinha para um espaço no Bairro Azul. Está mais pequena, mas mais composta, com os bolos a serem os ex-libris da casa, apesar de também servirem salgados, como saladas ou quiches. O brunch, disponível de terça a domingo (14,50€ o menu individual, servido durante a semana, e 35€ para dois ao fim-de-semana), é outro chamariz. Do interior é possível assistir à preparação dos pratos, já que a cozinha é aberta, à vista de todos, onde tudo é feito artesanalmente, mas a esplanada também é agradável.

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  • Avenidas Novas

Os donos do Ofício ocuparam o antigo Rabo d’Pêxe com uma marisqueira moderna que não quer abdicar das tradições. À entrada, para petiscar, encontra um balcão em inox com o marisco exposto em tabuleiros de gelo, como no mercado. É pedir a dedo. O mesmo acontece com o peixe, que fica à vista de todos, à boca da cozinha, a caminho da sala principal e do bar. O bicho é pesado à frente do freguês, que pode trocar impressões com quem o atender sobre o modo de confecção (cozido, grelhado, ao sal). Na casa faz-se gala da frescura do produto, que ali chega, sempre que possível, do mar português. Carne, há. Mas pouca. E menus para crianças também, que podem ser deixadas a brincar no espaço isolado, almofadado e ao ar livre, montado numa zona visível a partir da sala. Ou deixá-las a correr à-vontade na avenida pedonal, se ficar na esplanada, que tem quase 30 lugares.

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Hugo Torres
Director-adjunto, Time Out Portugal
  • Chiado/Cais do Sodré

Em frente à Assembleia da República, o Senhor Lisboa tem um segundo restaurante com uma carta completamente diferente, mais focada nos vegetais, e um espaço maior que inclui até uma esplanada. Em comum, os dois restaurantes têm os protagonistas: Francisco Breyner, o proprietário; e Pedro de Sousa, o chef executivo. E se na Cozinha do Sr. Lisboa, a dupla aposta numa carta de petiscos de base tradicional, no Jardim, a dupla vai mais longe. O menu não é só mais arrojado, como provocador (nos nomes e na apresentação). De acompanhamento a estrela no prato, é esse o destaque que se procura dar aos vegetais. As tarteletes de cenoura (7€) ou a couve-flor frita (9€) são bons exemplos. Aproveitando a esplanada (e o bom tempo), as sextas-feiras são agora de música, havendo sempre convidados a animar o serão entre as 20.30 e as 23.00. 

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  • Alcântara

Depois da pasta artesanal, a focaccia – um conceito diferente, mas nem por isso distante. Michel Fant e Valentina Franchi, que em 2019 abriram em Alcântara o Ruvida, o restaurante italiano que não demorou a destacar-se entre os melhores da cidade, têm agora também o Pausa & Crescente, uma salumeria e focacceria, que como o nome indica aposta na charcutaria e nas focaccias. Mas há mais: um aperitivo italiano de terça a quinta-feira e pizzas. De um lado fica a fábrica e um pequeno balcão de vendas para fora, do outro a charcutaria, com meia dúzia de mesas e uma esplanada a convidar a ficar. A focaccia é o centro de tudo, recheada de variadas formas. No menu, há várias combinações, simples ou mais complexas. Todas elas, ou praticamente todas, estão disponíveis no aperitivo italiano de terça a quinta-feira que, para quem não está familiarizado com o conceito, pode resumir-se de forma simples como um buffet de final de tarde. A ideia é que, por 10€, se beba um copo e se coma o que se quiser. Sempre ao som de música.

  • Chiado/Cais do Sodré

Era uma padaria de bairro, ponto de encontro de moradores na zona, que ali tinham o ritual de tomar o seu café. Em meia dúzia de meses, a Padaria Renascente, nome marcado num bonito fresco no tecto, deu lugar ao Magnólia, um bar de vinhos e petiscos, que também serve pequenos-almoços. O ponto de encontro, esse, mantém-se. A pequena esplanada enche-se em menos de nada e prolonga-se para lá da estrada, para a Praça das Flores, cada vez mais cheia de vida. Tem sido assim desde que Camila Martins e Yves Callewaert abriram o Magnolia, no ano passado. Antes desta aventura, Camila estava no Café São, não muito longe daqui, na Rua de São Bento, mas o bichinho para abrir um espaço seu já existia há algum tempo. Já Yves, fotógrafo belga em Lisboa há 14 anos, é conhecido por organizar belas jantaradas em casa. A carta é simples, até porque a cozinha é pequena, e tem pratos frescos como a burrata com pesto de majericão  e pistáchio e tosta de focaccia (8€). Para acompanhar, as atenções viram-se para os vinhos, nem só naturais, nem só portugueses. 

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  • Chiado

Abriu em Londres e tornou-se um pequeno fenómeno em menos de nada. No ano passado, chegou a Lisboa, à Rua Nova da Trindade, no Chiado, agora também conhecida como Rua Azul. Fechada ao trânsito, são as esplanadas que lhe dão vida. O Gunpowder e o Bloco são as mais recentes adições. No indiano, foge-se aos clichés do que se pensa sobre esta cozinha. A carta divide-se entre pequenos pratos e pratos para partilhar, apesar de tudo poder ser partilhado. Das ostras do Algarve com moilee e caviar (4€), aos brócolos grelhados e mostarda de malai (8€), passando pela gulosa tosta de gambas (8€), o caranguejo de casca mole de Karwari (18€), a santola ovo bhurji (11€) ou a raia konkani com molho de solkadi (32€). A carne aparece à parte, apenas com três sugestões: vindaloo de espetadas de porco preto (5€), donute de vermicelli com borrego picante (8€) e costeleta ou costela de borrego assada com ghee caxemira (28€) – este último é, provavelmente, o prato estrela desde o início. 

  • Baixa Pombalina

À primeira vista, o M Bistro & Terrace, no hotel Esqina, é um restaurante formal e sofisticado, com ambiente mais escuro, assentos em veludo. Mas, ao explorarmos o espaço, percebemos que abarca dois ambientes: a sala, mais sofisticada; e o amplo terraço, mais descontraído. No terraço o menu é feito de hambúrgueres e snacks, enquanto que na sala não falham as gambas, o polvo e o bacalhau. O conceito é da dupla Tiago Drummond, um “foodie” assumido, e Dimas Cavallo, o chef, que já conhecemos bem do Gambar, no Cais do Sodré, e da hamburgueria Blue Jeans, em Paço de Arcos.

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  • Cervejaria artesanal
  • Marvila

A afirmação é arrojada, mas arriscamos ainda assim: a Musa de Marvila tem a esplanada mais cool da cidade. É grande e protegida, da rua nem se dá por ela, é cheia de pinta e ainda tem um pequeno parque infantil para se poder levar a família atrelada. A cerveja, já se sabe, não falha, e a cozinha, chefiada por Pedro Abril, também não. O menu é curto, mas saboroso e surpreendente. Há sempre uma ou outra novidade, é confiar porque não tem corrido mal. Vale a pena também ficar atento à programação porque não faltam bons motivos para rumar a Marvila, tanto de dia, como à noite.

  • Benfica/Monsanto

Abriu no início de 2023, pela mão de três amigos, e já tem clientes fiéis, a maior parte deles bairristas encantados com o novo ponto de encontro de Benfica, que “bem fica” ali na Avenida Gomes Pereira. Localizado junto ao Auditório Carlos Paredes, não só é abençoado pelo sol, como – diz quem lá vai de propósito só para isso, como nos conta Mariana Oliveira, uma das responsáveis – “tem a melhor tosta-pizza da cidade”, a Diavola (6€). Há mais opções, claro, e servem-se todas com chips de batata doce. Para acompanhar, os smoothies (4,50€) são a escolha óbvia para este Verão.

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Raquel Dias da Silva
Jornalista, Time Out Lisboa
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  • Cascais

Foi no ano passado que a Gleba se estreou em Cascais e não fez por menos. Pela primeira vez, a padaria ganhou um espaço onde também se pode beber e comer, com esplanada e tudo. Numa parceria com a cafetaria Milkees, na Gleba em Cascais tanto se pode comprar um bom pão, um bauletto ou outra das muitas especialidades da casa, como se pode ficar para um brunch. Não há um menu fechado, funciona à carta e tanto se pode pedir um croissant (1,80€), como um pain au chocolat (3€) ou umas sandes gulosas e são várias: ovo frito na bola de chorizo (4,5€), salada de atum (7,5€), pulled pork (7,60€) e turkey terrine (7,60€). Também há umas tostas, umas empanadas e uma salada. 

  • Chiado

É casa de pequenos-almoços, brunches, almoços e lanches e, agora, também de jantares. O Fauna e Flora chegou ao Chiado, onde antes morou o Mini Bar de José Avillez, em pleno Teatro São Luiz. Para acompanhar as necessidades do teatro municipal, esticou o horário habitual de funcionamento e estreou uma carta só disponível a partir das 19.00 com pratos que não existem em mais nenhum dos outros Fauna e Flora como uma pizza nann de salame picante (7€), um hambúrguer de novilho maturado (14€) ou até um robalo braseado com puré de tupinambur e batata doce (16€). A carta de cocktails também está mais composta, pensada para os finais de tarde que se podem prolongar noite dentro, especialmente na esplanada do quiosque, pertencente ao restaurante e que serve como apoio ao serviço.

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  • Lisboa

Abriu em Novembro, nos Anjos, às mãos de Gonçalo Santos e os seus sócios e tem cerca de 40 referências de vinhos de baixa intervenção, naturais, e comida maioritariamente fria, mas com muita personalidade. A escolha dos vinhos, que vão sempre variando, é feita por Alexandre Fraga, o chefe de sala do 100 Maneiras, e a carta foi criada pelo chef Eugeniu Musteata, do mesmo grupo. Para comer há vários pratos para partilhar, entre eles anchovas dom bocarte (sete peças, 15€), húmus de beterraba à marroquina (4,50€), sandes de pastrami jugoslavo (13€) ou o tártaro maturado (14€). Na charcutaria, não dispense o presunto (12,50€) e o toucinho fumado (9,50€). O interior é apelativo, mas a grande esplanada é a escolha certa para os dias de sol. 

  • São Sebastião

A poucos passos da estação de metro de Picoas, o Gulden Draak – Casa da Cerveja tem 50 torneiras e muitas garrafas à escolha. Os proprietários são Neko Pedroso e Verónica Fernandes, que também têm mão no Delirium Café, o primeiro bar que este casal carioca abriu na capital, no início de 2017, também em parceria com uma marca belga sobejamente conhecida. Para forrar o estômago há petiscos. Além dos habituais tremoços (2€), amendoins picantes (2€), das tábuas de queijos (12€) e de enchidos (11€), há uma série de sandes e tostas, pregos e hambúrgueres, cujos preços vão dos 6€ aos 13€. Para passar o tempo há mesa de bilhar e um alvo de setas. 

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  • Noite
  • Grande Lisboa

Chegaram a Lisboa vindos de Paris, em plena pandemia, com o sonho de reunir, no mesmo espaço, as coisas boas da vida: vinho, petiscos e música. E foi o que fizeram. Cassandra e Antoine abriram o Bom Bom Bom, na Penha de França, com uma uma decoração minimalista, mas bonita, e uma esplanada descontraída. É um bar de vinhos naturais e entre as referências vínicas encontram-se, por exemplo, um tinto Menina d’Uva, um vinho do Nordeste transmontano (6,50€ o copo); um Penhó Nomos branco (6€ o copo), da região do Minho. Já nos petiscos, o húmus marinado com cogumelos pleurotus (6,50€) e os bites de couve-flor com molho chilli e cheddar (6€) são boas opções. 

  • Noite
  • Baixa Pombalina

O RubyRosa fica no último piso do hotel Lisbon Art Stay, e tem um interior inspirado numa caixinha de jóias, mas quando está bom tempo é no exterior, com uma vista panorâmica sobre a cidade, que apetece estar. É um speakeasy inspirado na época da Lei Seca, nos Estados Unidos, onde reina a coquetelaria de Alex Camargo. Para beber a sugestão vai para o knickerbocker (15€), uma bebida adocicada, cítrica e frutada, feita com calda de framboesa, licor de casca de laranja e sumo de lima. A acompanhar, uns petiscos do chef Marcus Stoll. 

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  • Grande Lisboa

No hotel do Palácio Ludovice, no Miradouro de São Pedro de Alcântara, não falta com o que se entreter. O restaurante, o Federico, aberto a hóspedes e não hóspedes, tem uma carta dedicada à cozinha portuguesa e, além disso, por ser um hotel virado para o vinho português, há provas diárias, tratamentos de vinoterapia e ainda uma novíssima carta de bar com cocktails feitos com vinho. A nova esplanada, aberta há muito poucos dias, fica nas traseiras, em pleno Bairro Alto, e tem carta própria de petiscos, entre eles pica-pau de novilho (15€) e camarão ao alho (15€), para acompanhar com vinhos, claro.

  • Chiado

O espaço aberto em Janeiro no troço fechado ao trânsito na Rua Nova da Trindade, no Chiado, é uma “espécie de listening bar, mas mais ruidoso”, como diz o dono, Duarte Ornelas. A música é uma parte importante, mas também a comida, os vinhos, os cocktails e, sobretudo, as boas vibrações. É uma presença descontraída, cheia de animação, e que compõe a vizinhança naquela que já é chamada de Rua Azul. Está-se bem no interior em tons rosa ou na ampla esplanada que aguarda chapéus de sol.

À procura de mais sugestões?

Este é o roteiro perfeito para quem não é egoísta à mesa e gosta de partilhar – agora, mais do que nunca, com as devidas cautelas, é claro. Para almoçaradas de amigos, para finais de tarde depois da praia, para melhorar os dias de chuva, para lanches ajantarados ou até para jantares fora de horas. A arte de picar é bem típica portuguesa e calha bem a qualquer hora do dia ou a qualquer refeição. Descubra aqui os melhores restaurantes de petiscos em Lisboa, ponha de lado o egoísmo do prato principal só para si e peça uma série de pratinhos da próxima vez que se sentar à mesa.

As novidades na restauração multiplicam-se de tal forma que, à medida que damos conta dos restaurantes que abriram nos últimos meses, novas mesas já nos esperam. Entre os espaços que ainda cheiram a novo há restaurantes de alta-cozinha, comida democrática e street food, refeições para qualquer hora do dia, do pequeno-almoço ao jantar, pratos daqui e do mundo. Fazemos-lhe um guia com os melhores novos restaurantes em Lisboa, abertos nos últimos meses. Não se deixe sentir desactualizado e marque já uma mesa – é só escolher o que mais lhe apetece hoje.

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  • Haute cuisine

De portas abertas há menos de um ano em Lisboa, o Encanto de José Avillez e o Kabuki, que tem na cozinha o chef Paulo Alves, conquistaram a primeira estrela Michelin. Distinção também entregue ao Kanazawa de Paulo Morais, em Algés, ao Euskalduna Studio de Vasco Coelho Santos, e ao Le Monument do francês Julien Montbabut, ambos no Porto. A boa notícia é que nenhum dos anteriores perdeu a estrela. No total há agora 16 restaurantes com estrelas Michelin em Lisboa (e aqui mesmo ao lado). 

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