A próxima edição do guia vermelho da Michelin, que será apresentada no dia 23 de Novembro, deverá significar uma pequena revolução na gastronomia portuguesa. O director para as Relações Exteriores do Guia Michelin, Ángel Pardo, anunciou ontem que Portugal “duplicará” o número de galardões – considerando desde logo a notícia como “uma bomba”.
Neste momento, existem 11 restaurantes em Portugal com uma estrela Michelin e três restaurantes com duas estrelas Michelin. De acordo com as declarações de Ángel Pardo, feitas durante um encontro com jornalistas em Espanha, e citadas pela agência nacional de notícias espanhola Efe, Portugal passará a contar com 34 estrelas Michelin.
Entre os restaurantes que são candidatos a ganhar o galardão em Lisboa estão o Loco, de Alexandre Silva, o Alma, de Henrique Sá Pessoa, o japonês Kanazawa, de Tomoaki Kanazawa, o Varanda, do chef francês Pascal Meynard, o Lab, do chef espanhol Sergi Arola, o Cave 23, de Ana Moura, o Feitoria, de João Rodrigues, e a Fortaleza do Guincho, de Miguel Rocha Vieira (estes dois últimos passariam a ter duas estrelas).
No mesmo encontro com os jornalistas, a directora comercial da Michelin, Mayte Carreño, assinalou que se tratou de “um muito bom ano, o melhor para Espanha e Portugal desde há vários anos, com estrelas muito repartidas e a constatação de que a alta gastronomia não se desenvolve apenas com destinos consolidados”.
A duplicação de estrelas em Portugal parece revelar uma nova forma dos inspectores do guia mais respeitado do mundo olharem para o nosso país. As visitas aos restaurantes portugueses costumam ser feitas por inspectores espanhóis.
No ano passado, o livrinho vermelho foi parco em estrelinhas, concedendo o mesmo número obtido no guia do ano anterior. E se é previsível que restaurantes que apareceram entretanto ganhem a estrela, a maioria dos candidatos já existiam.
Para além dos candidatos em Lisboa, o galardão deverá chegar ainda a outros pontos do país. Entre eles estão o Gusto, do chef Heinz Beck (Almancil), o São Gabriel, de Leonel Pereira (Almancil), o Vista, de João Oliveira (Portimão), o L’And and Vineyards, de Miguel Laffan (Montemor), o Esporão, de Pedro Pena Bastos (Reguengos de Monsaraz), o The Yeatman, de Ricardo Costa (Gaia), a Casa de Chá da Boa Nova (Porto), e o William, de Luís Pestana e Joachim Koerper (Funchal).