Loco 147
Fotografia: Manuel MansoRestaurante Loco
Fotografia: Manuel Manso

Quatro novos restaurantes de Lisboa onde ir antes que se armem em estrelas

Reserve já estas mesas. Daqui a um mês, podem custar mais caro… ou podem já estar ocupadas

Publicidade

De entre os candidatos a ganhar a sua primeira estrela Michelin, no próximo guia vermelho francês, que será anunciado a 23 de Novembro, estão alguns restaurantes que os nossos críticos visitaram recentemente. O Loco e o Alma apareceram claramente com essa ambição, já este ano, tendo à frente dois chefs com mundo, que quiseram criar espaços sofisticados mas informais. Já o japonês Kanazawa é um projecto pessoal do portentoso chef Tomoaki Kanazawa – que não tem qualquer estrutura financeira por trás, mas está entre os melhores executores da cozinha kaiseki na Europa. Por fim, Ana Moura, do Cave 23, é a estrela mais duvidosa de entre estas quatro. Para além de o seu restaurante ser novo e ter ainda fragilidades no serviço, o seu currículo também é ainda curto. Em todo o caso, é pegar no telefone e marcar mesa. Antes que seja tarde.

Restaurantes de Lisboa que podem entrar no Guia Michelin 2017

  • Estrela/Lapa/Santos

Chef: Alexandre Silva

O que é: Foi pensado e criado de raiz para ser um restaurante com estrelinha. O chef Alexandre Silva, ex-vencedor do concurso Top Chef, com residência fixa no Time Out Market do Mercado da Ribeira (cujos donos são os mesmos dos desta revista), serve um menu de cozinha de vanguarda de 14 ou 18 pratos, num ambiente de fine dining mas informal. Ninguém gosta de tudo, mas não há nenhuma proposta tão arrojada como esta em Lisboa, nem um serviço tão competente.

Prato a não perder: Ovas de pregado com funcho.

Preço: De 100€ a 120€.

O que diz o nosso crítico: 5 estrelas

“A comida deste Loco produz muitos humms, e eu ainda não conheço outro método de avaliação de comida tão bom. O pastel de bacalhau, três ou quatro humms. O mesmo para as ovas de pregado com funcho. O carapau frito com alecrim e flor de sabugueiro um longuíssimo hummm. Dez humms para as ostras com água de flor de laranjeira e para o pato fumado, antecedido de um hummmíssimo pargo com caril tailandês e bolacha de spirulina.” Alfredo Lacerda

  • Chiado

Chefe: Henrique Sá Pessoa

O que é: Um dia o empresário Rui Sanches, da Multifood, decidiu que, para além dos Honorato, também queria um restaurante de alta cozinha. Tinha já um chef com potencial Michelin a trabalhar para ele, Henrique Sá Pessoa, no Cais da Pedra e no Time Out Market, e foi só uma questão de encontrar o espaço certo e tratar de desenhar a carta. Desde o dia da inauguração que se pensa na estrela e é muito provável que ela esteja a caminho.

Prato a não perder: Coulis de pimentos com vinagre fumado.

Preço: 110 a 130€

O que diz o nosso crítico: 4 estrelas

“O menu Alma, espécie de best of do chef (90 euros), inclui quatro snacks, duas entradas, dois pratos principais, mais dois doces e mignardises. Destes, seis eram obras-primas, os outros só muito bons". "O que Sá Pessoa conseguia, aqui, era a prova derradeira do seu maior talento: extrair o melhor dos produtos (sim, cenoura pode ser uma coisa boa) e acertar sempre nas combinações. Não há uma invenção estapafúrdia, tudo sabe bem. O sabor acima de tudo.” Alfredo Lacerda

Publicidade
  • Belém

Chefe: Tomoaki Kanazawa

O que é: A cozinha kaiseki, com origem em Quioto, no Japão, é das mais exclusivas do mundo. Tomoaki, que fundou o mítico Tomo, em Algés, é um intérprete de classe mundial que, para mais, tem a felicidade de viver num país com peixe e marisco de excelência.  Neste Kanazawa, um balcão com apenas oito lugares, aberto no ano passado em Pedrouços, só serve menus de degustação, um por 150 euros, com os melhores pratos de cada estação, outros mais baratos, a partir de 60 euros. Duas estrelas não seriam demais.

Prato a não perder: É quase tudo a não perder, mas os niguiris, feitos a partir de um tabuleiro, onde pode encontrar desde gamba azul de Cascais a ouriço, são obrigatórios.

Preço: 80 a 170€

O que diz o nosso crítico: 5 estrelas

“O Kanazawa tem falhas? Tem. A carta de vinhos é relativamente básica para um restaurante deste nível. Os electrodomésticos fazem um zumbido excessivo. O espaço, lá está, também não é bonito. Em todo o caso, no final o que interessa é o seguinte: ninguém se lembra disso. Eu saí eufórico. A minha namorada beijou o chef.” Alfredo Lacerda

  • Cozinha contemporânea
  • Lisboa
  • preço 4 de 4

Chef: Ana Moura

O que é: Com passagem pelo célebre restaurante Arzak, um três estrelas Michelin no país Basco, Ana Moura tornou-se na nova menina bonita da alta cozinha portuguesa quando, já este ano, abriu o Cave 23. A chef Elena Arzak foi lá comer e promoveu publicamente os dotes da discípula, já elogiada antes por outros críticos portugueses, à excepção do nosso. Depois de uma visita em Setembro, o nosso crítico deu apenas três estrelas ao restaurante, criticando sobretudo o serviço.

Prato a não perder: O “Pregado”.

Preço: 50€

O que diz o nosso crítico: 3 estrelas

“Apesar de momentos memoráveis (o pregado), muito bons (amuse bouche, o morango), e entre o bom e o médio (tudo o resto), uma entrada e um prato principal não justificam uma refeição mais longa do que alguns dos filmes do “Senhor dos Anéis” (e, a 50€/pessoa, mais cara que a trilogia em blu-ray). Ainda assim, ignorando o relógio e alguma sobranceria no trato, parece haver qualquer coisa nesta Cave 23. O quê, só o tempo dirá.” Manuel F. Caldeira 

Mais Estrelas Michelin 2017

  • Haute cuisine
17 estrelas. 14 restaurantes. Se a sua lista de coisas para fazer antes de morrer inclui correr todos os restaurantes estrelados da cidade — e do país — imprima esta lista e pendure no frigorífico. Depois é só ir fazendo "check". Cuidado com as poupanças e bom apetite.
Publicidade
Recomendado
    Também poderá gostar
    Também poderá gostar
    Publicidade