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Fotografia: Manuel MansoRestaurante Loco
Fotografia: Manuel Manso

Roteiro dos restaurantes com estrela Michelin em Portugal

Há 28 restaurantes com estrela Michelin em Portugal. Faça-se à estrada e sente-se à mesa a comer estrelas.

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O Guia Michelin Espanha & Portugal para 2021, revelado em Madrid, na Real Casa de Correos, deu apenas duas novas estrelas aos restaurantes portugueses. Os premiados foram o 100 Maneiras de Ljubomir Stanisic e o Eneko de Eneko Atxa, que tem como chef executivo Luís Bernardes. Mas pelo menos foi um ano sem baixas.

A equipa do guia ibérico tem cerca de uma dúzia de inspectores, sempre anónimos, portugueses e espanhóis. A avaliação aos restaurantes é feita com base em cinco factores primordiais: a selecção dos produtos, a criatividade e apresentação, o domínio do ponto de cozedura e dos sabores, a relação qualidade/preço e, por fim, a consistência. Este ano, contudo, fruto do período conturbado, as avaliações foram mais flexíveis.

Abra os cordões à bolsa (ou faça um pé de meia) mas não se perca nesta constelação. Estes são os restaurantes com estrela Michelin em Portugal.

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Restaurantes com estrela Michelin em Portugal

  • Haute cuisine
  • Bairro Alto

O 100 Maneiras (re)abriu em 2019, ao lado da primeira casa do restaurante, no Bairro Alto. O ambiente é escuro, nas casas de banho ouvem-se discursos de ditadores, e tudo isso corresponde ao que se esperaria de Ljubomir Stanisic. Um ano depois de fazer renascer o restaurante, chegou a primeira estrela. O objectivo é contar histórias através dos três menus de degustação disponíveis. O primeiro, de seu nome História (125€), leva-nos às origens do chef. São 17 pratos, numa viagem física, mas sobretudo emocional. Se preferir narrativas mais curtas, fique-se por O Conto (95€), uma versão condensada do primeiro menu, explicada em 11 momentos. Por fim, tem o Ecos dos 100 (110€), um menu vegetariano, num compromisso de sustentabilidade.

  • Haute cuisine

A Cozinha, em Guimarães, liderada pelo chef António Loureiro foi eleito o restaurante mais sustentável do mundo em Setembro de 2018 pela Green Key. E dois meses depois recebeu a primeira estrela Michelin. António Loureiro foi eleito o Chefe Cozinheiro do Ano em 2014 e em 2016 abriu este restaurante ao pé de casa, com 40 lugares, onde trabalha os produtos da região e com muita atenção à sazonalidade.

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  • Chiado
  • 4/5 estrelas
  • Recomendado

Henrique Sá Pessoa manteve a segunda estrela no seu Alma. Neste restaurante do Chiado, o chef está cada vez mais preocupado com o produto português e com a sua valorização no prato. Tem dois menus de degustação (ambos a 120€): no Alma mostra os seus clássicos, no Costa a Costa faz uma viagem pela costa nacional e traz para a mesa a água do mar e espécies sustentáveis. Ao almoço, encontra o Origens (75€) com quatro momentos.

Na Quinta da Macieirinha, que mantém muitas características do século XIX, altura em que foi fundada, nasceu o restaurante onde o chef Vítor Matos cozinha segundo a sazonalidade, os produtos e as tradições da região e o respeito pelo ambiente. O Guia Michelin valorizou tudo isso no final de 2016 e colocou-o no guia dos estrelados para 2017, em Espanha e Portugal.

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  • Português
  • Chiado
  • 5/5 estrelas
  • Recomendado

Com duas estrelas Michelin, o Belcanto é o laboratório onde José Avillez aplica todas as suas técnicas de alta cozinha. Tem uma cozinha onde se trabalham produtos de luxo e se reinventam algumas tradições portuguesas. No início de 2019 mudou para umas portas ao lado da localização inicial, ganhando mais 15 lugares.

Foi a grande surpresa do Guia Michelin 2016: o restaurante do chef Rui Silvestre, na altura com apenas 29 anos, ganhou uma estrelinha. Entretanto Rui Silvestre foi para outras paragens mas Louis Anjos, o novo comandante desta cozinha, manteve a estrela na edição de 2021. 

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O projecto de Álvaro Siza insere o restaurante no meio dos rochedos da falésia e dá-lhe vista para o mar. A cozinha está à altura com carta do chef Rui Paula que, em 2016, ganhou aqui a sua primeira estrela Michelin. Esta é a versão fine dining do chef nortenho com destaque para os pratos de peixe e marisco.

  • São Sebastião
  • 4/5 estrelas
  • Recomendado

Joachim Koerper é a cabeça do restaurante estrelado desde o primeiro dia. É um defensor acérrimo da sazonalidade e não há estação em que a ementa não receba um extreme makeover, sempre surpreendente. Pode almoçar e jantar à la carte, atirar-se a um menu de degustação ou perder a cabeça e pedir o menu lavagante, com o marisco presente do princípio ao fim. Peça uma das mesas junto à janela e aproveite aquela que é uma das melhores vistas sobre Lisboa.

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  • Alcântara

Tem o nome do chef basco que é o comandante de um dos melhores restaurantes do mundo, o Azurmendi, em Espanha. Tem menus de degustação num espaço pequeno e intimista, com a comida a ser preparada e explicada aos clientes com toda a atenção. O chef executivo brasileiro Luís Bernardes é o responsável por servir os dois menus, o Adarrak (125€ sem bebidas) e o Erroak (110€ sem bebidas). Há pairing de vinhos a 75 e 85€. A má notícia é que o restaurante está encerrado temporariamente. A boa é que deve reabrir a 3 de Março do próximo ano.

  • Chiado
  • preço 4 de 4

Vincent Farges abriu, em Maio de 2018, o primeiro restaurante em nome próprio em Lisboa. Tem uma cozinha com grandes janelas viradas para o Largo da Academia Nacional de Belas Artes, térrea, e três salas distintas no interior, altas, com uma vista incrível para o rio Tejo. O chef francês descreve este como um restaurante gastronómico “depurado”. Trabalha com pequenos e grandes produtores, com uma relação de grande proximidade, e depende completamente deles – a carta tem sempre três entradas, uma com elementos de água, outra de horta e uma terceira de terra; três pratos principais, do mar ou do rio, do campo e recordações de receitas familiares; e três sobremesas, uma com chocolate, outra com fruta e uma vintage. Há quatro menus de degustação: o de quatro momentos (90€, sem vinhos), o de seis (125€) e oito momentos (160€). Ao almoço há o menu Essencial, de 45€.

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  • Belém
  • preço 4 de 4
  • 4/5 estrelas
  • Recomendado

A estrela Michelin deve-a à cozinha competente e sem falhas do chef João Rodrigues (que, em boa verdade, merece a segunda estrela há uns anos). A ementa é, como manda o figurino, feita de sabores tradicionais e influências externas, confeccionadas ao detalhe com produtos de época. O restaurante está temporariamente encerrado.

  • Haute cuisine
  • Parque das Nações
  • preço 4 de 4

O primeiro restaurante em Lisboa de Martín Berasategui, o chef espanhol com mais estrelas Michelin, fica no topo da Torre Vasco da Gama, no hotel Myriad by Sana, e o nome faz jus à subida: do sopé até à sala demoramos exactamente 50 segundos. O nosso crítico Alfredo Lacerda explica que a experiência começa logo no estacionamento. Lá em cima, vista 360º (parte da experiência é também a visita à cozinha, que com jeitinho permitem), dois menus de degustação (e escolha à carta) para uma viagem de três horas, no mínimo, pelos clássicos de Berasategui, como o mil-folhas de foie gras com maçã verde e enguia fumada e outras criações em parceria com o chef executivo Filipe Carvalho.

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  • Cascais
  • 5/5 estrelas
  • Recomendado

A cozinha da Fortaleza do Guincho mantém a estrela Michelin desde 2001. Tem uma carta mais virada para o mar e assente na sazonalidade. Em Novembro de 2018, depois da saída de Miguel Rocha Vieira, o sous chef Gil Fernandes subiu de posição e ficou a comandar a Fortaleza. O restaurante mantém o marisco e o peixe fresco como habitués à mesa, quer nos dois menus de degustação, quer ao longo de toda a carta.

  • Haute cuisine

Óscar Geadas chefia o primeiro restaurante com estrela Michelin de Bragança, atribuída na gala de 2019. Fica na Pousada de Bragança (gerida pelo irmão de Óscar, António Gonçalves) e é uma cozinha regional contemporânea que trabalha com produtos de alta qualidade – o chef contacta directamente com pequenos e grandes produtores, desde criadores de gado, pescadores ou agricultores. O prato de assinatura do chef é o rocher de alheira, feito com alheira, castanha e amêndoa e servido em forma de jóia.

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Há oito anos que o Gusto está de portas – e cozinha – abertas no Conrad, em Almancil. À frente da carta está Heinz Beck, o chef alemão que comanda o La Pergola, em Roma, conhecido por ser o único restaurante da capital italiana a ostentar três estrelas Michelin. Mas à frente da cozinha está Daniele Pirillo, o chef residente, que chegou em 2014 ao Gusto, fazendo desta a sua primeira experiência gastronómica fora de Itália. 2021 confirmou a estrela Michelin no cardápio deste fine dining que trabalha os produtos locais com influências italianas.

A primeira estrela a chegar à Madeira deve-se ao francês Benoît Sinthon, que no restaurante Il Galo d'Oro, do hotel de luxo The Cliff Bay, exalta os produtos e tradições que estão na base da cozinha local. No guia de 2017 ganhou a segunda.

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  • Sintra

O chef catalão Sergi Arola abriu no Penha Longa Resort, em Sintra, uma espécie de laboratório com vista para o campo de golfe do hotel. À mesa há muitas influências espanholas pontuadas com ideias de outras paragens, o que se vê facilmente nas suas icónicas loucuras – uma espécie de pijaminha refinado de entradas que faz par com outro pijaminha refinado de sobremesas.

Numa antiga casa senhorial, mesmo em cima do rio Tâmega, o restaurante do hotel Casa da Calçada, com chancela da Relais & Châteaux, eleva a gastronomia típica da região, incluindo os doces conventuais, a outro nível. Em 2013 foi considerado o melhor restaurante da Europa pelos internautas do guia online European 50 best. Conquistou uma estrela Michelin no tempo do chef José Cordeiro, Ricardo Costa reconquistou-a, Vítor Matos soube mantê-la e André Silva reconfirmá-la.

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  • Estrela/Lapa/Santos
  • 5/5 estrelas
  • Recomendado

Em menos de um ano, Alexandre Silva abriu um pequeno restaurante na Estrela e sacou uma estrela ao Guia Michelin. Lá dentro há uma experiência total, da comida ao serviço, apenas para 20 sortudos de cada vez (agora ainda menos), com uma com conjugações surpreendentes: já lá teve sardinha assada com melancia ou gelado de pêra, camomila e miso.

  • Grande Porto
  • preço 3 de 4

É aqui que o chef Diogo Rocha põe em prática uma cozinha com bases tradicionais mas criativa. A estrela chegou em 2019 e mantém-se, fruto de um trabalho sério. Claro está que os vinhos da Quinta de Lemos, onde o restaurante está inserido, têm palco privilegiado, mas não se preocupe. Tem à escolha dois menus, um de cinco momentos (80€) e outro mais completo com sete momentos (105€).

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  • Japonês
  • Sintra
  • preço 4 de 4
  • 4/5 estrelas
  • Recomendado

Ao fim de 25 anos, o Midori mudou. E essa mudança valeu ao chef Pedro Almeida a primeira estrela Michelin na edição de 2019. Durante o primeiro ano de vida do Midori 2.0 (dos cento e muitos lugares ficaram apenas 18, num ambiente mais intimista), o chef afinou pratos e todos os meses criou um novo menu de degustação, o que resultou em mais de 200 pratos. Agora há duas opções finais de menu de degustação, o Umi e o Kiri, com sete e oito momentos, e uma experiência bem mais rica. O restaurante está temporariamente encerrado.

Com duas estrelas desde 2012, como o vizinho Vila Joya, este restaurante tem um chef austríaco a liderar a cozinha: Hans Neuner. A experiência à mesa faz lembrar um mergulho no mar — da decoração à vista, passando pelos sabores do menu, que muda todas as semanas e nunca deixa de surpreender.

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A Time Out Porto já lhe tinha dado cinco estrelas duas vezes quando veio o Guia Michelin, em 2014, e confirmou o talento de Pedro Lemos com mais uma. Numa ruela estreita da Foz, o restaurante tem dois andares, lareira e uma esplanada com horta, de onde saem alguns legumes directamente para a cozinha. Destaque para o cordeiro com favinhas crocantes, pedaços de cebola, toucinho fumado e cuscuz.
  • Hotéis

Com vista sobre o Douro, a ponte Luís I e o Porto, o restaurante do hotel vínico de luxo The Yeatman conquistou a primeira estrela Michelin em 2012 e a segunda em 2016. O chef Ricardo Costa, que veio da Casa da Calçada, em Amarante, mistura cozinha contemporânea com vinhos como nenhum outro no nosso país.

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O austríaco Dieter Koschina, há 25 anos no restaurante do Vila Joya, conseguiu a proeza de conquistar as primeiras duas estrelas Michelin em Portugal – a primeira em 1995 e a segunda em 1999. O primeiro restaurante de alta cozinha do país continua a ser uma referência à escala planetária.

João Oliveira passou pelo Vila Joya, Largo do Paço e The Yeatman até aterrar no Vista, o restaurante do Bela Vista Hotel & Spa, em Portimão – também passou pelo futebol e chegou a ser árbitro até enveredar pela cozinha. Consigo trouxe a experiência e os ingredientes que foi encontrando pelo caminho, de norte a sul do país, sem esquecer as influências mediterrânicas. Do Algarve, usa as amêijoas, os crustáceos e a laranja; as lulas são dos Açores; o leitão vem da Bairrada: 95% da carta usa produtos nacionais. 

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  • Haute cuisine
  • Grande Lisboa

O Reid's Palace é um dos hotéis do grupo Belmond e tem como restaurante o William, que ganhou uma estrela Michelin há uns anos, com Luís Pestana e Joachim Koerper no comando. Aqui o foco são os produtos da Madeira: pimpinelas regionais, carne biológica do arquipélago ou maracujás são para ser provados aqui com o traço da alta cozinha.

O alemão Wilhelm Wurger, que todos conhecem como chef Willie, é um veterano no Algarve e um mestre a misturar peixes e legumes portugueses com molhos e técnicas internacionais. Recebeu uma estrela em 2006 e serve coisas como sapateira marinada em abacate e vieiras fritas. 

Aproveite para fazer uma escapadinha

  • Hotéis

Há de tudo em Braga, no coração do Minho: vestígios romanos que a tornaram conhecida por Bracara Augusta; a primeira Sé Catedral do país, iniciada (ainda que com muitos altos e baixos) no século XI; a escadaria mais desafiante de Portugal (a do Bom Jesus do Monte); um estádio de futebol que garante romarias além do dia de jogo (com desenho do Pritzker Eduardo Souto Moura). Além disso, tem boa comida – como as frigideiras, as papas de Sarrabulho, o Pudim Abade de Priscos ou os Fidalguinhos , bons bares, boa programação cultural e boa música. Vai daí e fizemos uma lista dos melhores hotéis em Braga. 

  • Coisas para fazer

É sobretudo na planície dourada, mas também nos declives das serras que crescem as vinhas alentejanas. E cada terroir garante um sabor distinto aos vinhos. Dividida em oito principais sub-regiões vinícolas – Borba, Évora, Moura, Redondo, Granja/Amareleja, Portalegre, Reguengos e Vidigueira – a vinicultura no Alentejo esteve até tarde em segundo plano, por causa da produção de cereais, tendo apenas começado a desenvolver-se nos anos 50 do século passado. Com a região a ser demarcada em 1988, o Alentejo tornou-se numa das zonas mais ricas e interessantes em enoturismo. Conheça as nossas sugestões de enoturismo no Alentejo.

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  • Viagens

A Equipa Time Out adora a sua cidade do fundo do coração, mas às vezes sabe-lhe bem ir dar uma volta. Vai daí e fez uma selecção de sete hotéis onde a palavra de ordem é descansar. Seja em quartos com vista para o Douro, em casas nas árvores ou em tendas de luxo, seja para entrar em casas modernas de inspiração nórdica, num spa desenhado por Álvaro Siza ou provar um menu de Ljubomir Stanisic, são várias as sugestões que encontrámos para que possa passar uns dias longe de tudo. 

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