Croquetes de alheira
Na carta, as entradas começam com uns croquetes de alheira com mostarda em grão (1,80€) servidos num azulejo a fazer de prato – um dos que foram pintados à mão para reproduzir os que faltavam nas paredes.
Fazia frio por culpa de uma porta entreaberta nas traseiras do restaurante, pronta para fugas rápidas nos tempos da clandestinidade. Mas a porta fechou-se e o Faz Frio iniciou um novo ciclo na última semana, após dez meses de obras. O balcão de inox desapareceu e o restaurante ganhou luminosidade, mas tudo o que faz desta casa uma Loja com História mantém-se: os compartimentos com mesas (onde havia as tais tertúlias e conspirações clandestinas), o candeeiro cacho de uvas na entrada do bar, o marinheiro feito por Cesariny que ficou a dar as boas-vindas aos clientes, uma vitrine de um dos compartimentos, o chão em pedra, os azulejos e os desenhos nas paredes agora pintadas de verde-água. Está cá tudo, garante Jorge Marques, o novo dono do espaço, que desmente qualquer expulsão ou guerra com antigos gerentes. Aliás, explica, antes de começar as obras trabalhou de perto com a coordenadora do grupo de trabalhos do programa municipal Lojas com História para ter a certeza de que nada se perdia.
“Está tudo igual, preservámos tudo”, confirma Jorge, formado em gestão hoteleira e com passagem por projectos internacionais como Dinner by Heston Blumenthal, em Londres, o três estrelas Michelin Maaemo, na Noruega, uma cadeia de restaurantes em Miami ou o Sal e o Sublime Comporta, na Comporta.
A nova carta do Faz Frio foi feita com o chef Mateus Freire, que passou pelos restaurantes Tágide e Fortaleza do Guincho e segue os preceitos que estiveram na renovação do restaurante – é que apesar de haver cada vez mais novas propostas de cozinha do mundo, não há nada como a nossa comidinha de conforto.
Prove estes três pratos e, no fim, peça o pastel de nata, feito de raíz nesta casa (1,50€) ou o arroz doce com creme de canela. E para beber? Parte da nova vida do Faz Frio (que perdeu o “antiga casa” do nome, apenas para facilitar), passa também pelo novo balcão e bar, na entrada, onde vai haver cocktails de autor. Por enquanto há um Ginga ou um À Moda Antiga e meia dúzia de clássicos, a acompanhar uma carta de vinhos com atenção aos vinhos naturais e orgânicos.
Recomendado: Os melhores balcões em Lisboa
Na carta, as entradas começam com uns croquetes de alheira com mostarda em grão (1,80€) servidos num azulejo a fazer de prato – um dos que foram pintados à mão para reproduzir os que faltavam nas paredes.
Os pratos ganharam uma apresentação diferente, as matérias-primas e modos de confecção são mais elaborados mas a essência está toda lá: a casa era conhecida por ter sempre uma proposta de bacalhau nos pratos do dia e isso vai continuar a ser regra: à terça há açorda de bacalhau (11,50€), à quarta feijoada de sames (12€), à quinta bacalhau à Narcisa (13€), à sexta bacalhau à Assis (12€). Este bacalhau à Zé do Pipo é um dos que está na carta fixa e tem todos os elementos e sabor do prato mais tradicional mas aqui é empratado de maneira completamente diferente (16€).
O bitoque do lombo com ovo a cavalo vem acompanhado por umas batatas bem crocantes por fora e suaves no interior (14€). Numa apresentação clássica, com os pequenos tachinhos a lembrar as cozinhas dos avós. Nas carnes há também ensopado de borrego com hortelã (16€) ou uma carne de porco à Faz Frio com xerém de amêijoas (15€).
Demos uma volta ao país sem sair da cidade e reunimos uma colecção de grandes exemplares da cozinha tradicional portuguesa, região por região, servidos nos restaurantes de Lisboa. É muito provável que a sua comida de conforto esteja aqui. Esta é a nossa zona de conforto.
O que é uma tasca? O dicionário diz-nos que é "um estabelecimento modesto que vende bebidas e refeições", mas também nos ensina que "tasca" é o nome do "utensílio em que se espadela o linho". Para que não haja dúvidas: estamos a falar dos restaurantes. Mas para um restaurante ser uma tasca precisa de cumprir uma série de requisitos. Juntámos 20 características que ajudam a definir o nosso objecto de estudo para que, da próxima vez que frequentar um estabelecimento do género, possa perceber em que classe de tasca está.
É clássico de cozinha tradicional portuguesa e não está nada mal representado na cidade. Aqui tem três sítios para comer favas com enchidos em Lisboa.
Discover Time Out original video