Mercado Oriental Martim Moniz
©Inês Félix
©Inês Félix

Tudo o que pode comer no novo Mercado Oriental no Martim Moniz

Enquanto a praça central não ganha uma nova vida, o Martim Moniz cresce noutras direcções. Há um novo Mercado Oriental para conhecer.

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O novo Mercado Oriental em Lisboa, no primeiro andar do supermercado oriental Amanhecer, tem sete restaurantes asiáticos em U, com mesas de um lado e restaurantes do outro, incluindo três com mão do chef André Magalhães.

O letreiro é discreto e quando entrar no edifício pode nem entender à primeira onde estão os restaurantes. A ideia deste projecto partiu de Joana Huang, uma das responsáveis pelo supermercado.

Ao lado da Sushi House, um espaço com combinados de sushi a partir dos 8€ e opção take-away, com niguiris, rolos maki tradicionais ou com fusão simples, sashimi e temakis, encontramos André Magalhães, o taberneiro da Taberna da Rua das Flores e da Taberna Fina, no Chiado.

“Somos clientes do supermercado e a Joana e os proprietários convidaram-nos para ter uma banca. Eu tinha há muitos anos na cabeça a ideia de fazer uma coisa com petiscos macaenses. Tenho feito muitas viagens à Ásia, duas ou três por ano, e sou muito fã das comidas asiáticas. Então perguntei-lhes por que é que não íamos um bocadinho mais longe”, conta André. Aconteceu. Ao lado dos coloridos letreiros dos tabuleiros de sushi, está o Kamakura, um espaço inteiramente dedicado à sanduíche de panado japonesa katsu sando. “Isto está a começar a ficar na moda nos Estados Unidos e há um ou dois restaurantes em Londres que as fazem, mas são com carne de kobe e a conta sobe para 100 dólares ou 80 libras”, explica o chef, cujo trabalho de antropologia da alimentação passa por seguir os rastos da passagem dos portugueses pelos diferentes países da Ásia. “Isto tem uma ligação a Portugal. Foram os portugueses que introduziram os fritos, o panado, no Oriente, nomeadamente no Japão”, continua.

O segundo espaço de André é a Taberna Macau, porque não podia faltar uma taberna e foi a primeira ideia, com os tais petiscos macaenses e pratos festivos, como a sopa de lacassá.

O último espaço é o Bao Bar, o mais iluminado de todo o food court, com um néon forte vermelho. “Temos uns baos famosos na Taberna da Rua das Flores, fomos o primeiro sítio a servir baos em Portugal em 2012, inspirados pelos do David Chang em Nova Iorque”, relembra o chef.

Aqui têm esse primeiro bao famoso, que é também a versão original fiel à que existe em Taiwan. Têm ainda o de caranguejo de casca mole (8€), outro de pato lacado e o Bao Mis, inspirado na sandes vietnamita bánh mì (8€/duas unidades). Aqui bebem-se cocktails como o Lychee&Tonic, como se fosse um gin tónico mas feito com licor de líchias, leve, menos alcoólico, e um forte Sorgo Sour (5€), uma reinterpretação do peruano pisco, que já tinham feito na Taberna da Rua das Flores com bagaço e aqui, fiel ao Oriente, com aguardente de sorgo (uma bombinha que, no estado puro, tem 62% de álcool). 

Do outro lado está o vietnamita Mint House, com malgas grandes de pho, com massa de arroz e fatias finas de carne de vaca (6€), spring rolls vietnamitas (3€), massa de arroz salteada com camarão ou frango (6€). Ao lado está o coreano K-Bob, um dos primeiros no centro de Lisboa, uma cidade com uma pequena comunidade coreana. Aqui servem o clássico desta gastronomia bibimbap, um arroz misturado com carne e vegetais com pasta de malagueta e um ovo no topo, pronto a ser misturado com uma colher (12€), a sopa coreana picante sundubu-jjigae (11€), o frango frito à maneira coreana, guloso e doce, yangnyeom-chicken (10€) ou ainda o prato ra-bokki, com massa, couve, bolinho de peixe, ovo cozido, cebola e alho francês (12€), todos eles servidos com uma dose de arroz e kimchi. 

Mas como há sempre um amigo menos corajoso no que toca a aventuras gastronómicas (ou um apreciador acérrimo da nossa cozinha tradicional portuguesa, escolha a hipótese que melhor se enquadrar), há um Cantinho do Chef, com um menu do dia de prato e bebida por 7,90€ e clássicos portugueses como o polvo à lagareiro e o bitoque.

Recomendado: Nestes restaurantes pan-asiáticos em Lisboa cabe a Ásia toda

Tudo o que pode comer no novo Mercado Oriental no Martim Moniz

Sushi House

Na Sushi House há combinados de sushi a partir dos 8€ e opção take-away, com niguiris, rolos maki tradicionais ou com fusão simples, sashimi e temakis

Kamakura

O Kamakura é um espaço inteiramente dedicado à sanduíche de panado japonesa katsu sando. Tem a versão mais clássica da sanduíche, a kurashiku, com panado de porco (6€), cortada em três pedaços exactos, a tori katsu, de peito de frango (6€), uma com vaca (7€), outra com camarão (9€) e a vegetariana, com cogumelos portobello (5€). Mas como os japoneses comem arroz com tudo, há a variação edonburi, uma taça de arroz japonês com os mesmos panados por cima. Bota abaixo com uma cerveja japonesa de pressão. 

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Taberna Macau

Aqui há sopa de lacassá, muito consumida em ocasiões festivas, com um caldo de camarão e massa de arroz muito fina (7€), cabidela de pato (9€), um prato de minchi, com carne moída, batata frita cortada em cubinhos pequenos, e um ovo estrelado, acompanhado por uma taça de arroz (8€) ou o arroz gordo bao zai fan (8€). Como boa taberna, aqui há vinho a copo. 

Bao Bar

Além do bao original, de barriga de porco cozinhada lentamente com molho de soja, especiarias, couve fermentada e pó de amendoim torrado (Pok! Bang!, 8€/duas unidades), há de caranguejo de casca mole (8€), de pato lacado e Bao Mis, inspirado na sandes vietnamita bánh mì (8€/duas unidades). O mais surpreendente é o Bao Priscos, um bao recheado com pudim Abade de Priscos.

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Mint House

O vietnamita Mint House tem malgas grandes de pho, com massa de arroz e fatias finas de carne de vaca (6€), spring rolls vietnamitas (3€), massa de arroz salteada com camarão ou frango (6€).

K-Bob

O coreano K-Bob tem bibimbap, um arroz misturado com carne e vegetais com pasta de malagueta e um ovo no topo, pronto a ser misturado com uma colher (12€), a sopa coreana picante sundubu-jjigae (11€), o frango frito à maneira coreana, guloso e doce, yangnyeom-chicken (10€) ou ainda o prato ra-bokki, com massa, couve, bolinho de peixe, ovo cozido, cebola e alho francês (12€), todos eles servidos com uma dose de arroz e kimchi. 

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Cantinho do chef

O Cantinho do Chef é da responsabilidade de Diego Sousa, que tinha dois quiosques na praça central do Martim Moniz e agora se mudou para aqui para agradar a quem não é assim tão fã da comida asiática. Tem um menu do dia de prato e bebida por 7,90€ e clássicos portugueses como o polvo à lagareiro e o bitoque.

O mundo em Lisboa

Já sabemos que não há comida como a nossa, mas é bom variar. Hoje em dia não tem de ir aos shoarma de centro comercial nem aos chineses com chop soy para ser uma boca viajada. O mundo é redondo como um prato e cabe inteirinho em Lisboa. Se dúvidas houvesse, demos a volta ao mundo em Lisboa com uma visita a 80 restaurantes que nos pôs a barriga a dar horas em todos os fusos horários. Dizemos-lhe onde comer em Lisboa a comida internacional. Aperte o cinto e atire-se aos melhores restaurantes do mundo em Lisboa. 

  • Mexicano

O melhor é pedir uma marguerita ou um cocktail com mezcal assim que chegar um destes restaurantes mexicanos em Lisboa – afinal a cozinha mexicana é conhecida pelo seu nível de picante (e aqui convém ter atenção às malaguetas assinaladas nas cartas, que não estão lá para enganar ninguém). As maiores influências desta cozinha vêm dos povos pré-colombianos e dos costumes dos colonizadores espanhóis, mas os pratos típicos variam consoante a zona (a partir da cozinha mexicana surgiu, entretanto, a tex-mex, que reúne os sabores do estado do Texas, nos Estados Unidos, com o México). A base da cozinha mexicana tradicional é o milho – daí que não seja fácil fugir às tortilhas, que acompanham quase todas as refeições –, o feijão e a pimenta. Prove os tacos, o chilli com carne ou as enchiladas. 

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  • Japonês

A cozinha japonesa apareceu em Lisboa nos anos 1980 mas só nos anos 2000 atingiu o seu boom. Nos últimos anos a oferta de restaurantes tem crescido em larga escala por toda a cidade, em parte por culpa dos buffets de sushi que democratizaram a relação dos portugueses com estas pecinhas de arroz e peixe e cru. Nem tudo o que abriu, porém, tem a qualidade de matéria-prima desejada ou mãos que a saibam tratar como merece. Comida japonesa não é, de todo, só sushi, mas há já umas boas mãos cheias de restaurantes que servem sushi de qualidade e confeccionado com talento, seja ele mais ou menos tradicional. E cada vez mais restaurantes japoneses onde o sushi assume o papel secundário. Prove o melhor da gastronomia daquele país num destes 21 restaurantes japoneses em Lisboa.

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