Restaurante, Cozinha Chinesa, Robalo frito com molho Douchi, Boa Bao
©DRRobalo frito com molho Douchi do Boa Bao
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Os melhores restaurantes do mundo em Lisboa

Lisboa é um mapa-mundi gastronómico. Celebre a diversidade à mesa num destes restaurantes do mundo em Lisboa.

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Lisboa pode bem ser uma das melhores cidades do mundo para se comer... o mundo. É verdade que sempre fomos tendo bons restaurantes italianos, japoneses e chineses, mas nos últimos anos a cidade viu as fronteiras caírem para abraçar novas nacionalidades – e com isso novos negócios. Ganhamos todos que ficamos a conhecer ainda mais sabores e aromas à mesa, com destaque para os restaurantes do Médio Oriente e do Indostão que nos têm feito descobrir todo um mundo novo. Percorremos a cidade e arriscamos apontar os melhores restaurantes do mundo em Lisboa, na certeza de que muitos mais se poderão juntar.

Recomendado: Os melhores restaurantes baratos em Lisboa

Os melhores restaurantes do mundo em Lisboa

  • Brasileiro
  • Bairro Alto
  • preço 2 de 4

Numa cidade com tantos brasileiros, não há assim tantos restaurantes do Brasil. O Acarajé da Carol foi uma pedrada no charco de um Bairro Alto adormecido e, desde logo, prosperou: entretanto abriu outra casa na Rua de São José. Entre os pratos mais famosos está, claro, o acarajé à moda da Bahia, um pastel com camarão seco e feijão fradinho, frito em azeite de dendê e que deve ser ensopado no molho picante de malagueta, a famosa pimentinha brasileira. Aos domingos, manda a feijoada à brasileira, para festejos que se prolongam pela tarde e onde não falta a calabresa (linguiça) nem a própria da Carol, impecavelmente vestida de baiana. 

  • Asiático contemporâneo
  • Grande Lisboa
  • preço 2 de 4

Estávamos em 2019 quando António Carvalhão e João Azevedo Ferreira abriram o Ajitama, na Avenida Duque de Loulé, depois do sucesso instantâneo do seu supperclub que somava já quase duas mil pessoas em lista de espera. Quase quatro anos depois, ainda sem dar vazão, e uma febre de ramen na cidade, abriram um segundo restaurante, apostaram em caldos mais complexos e voltaram até fazer os noodles em casa, tal como acontecia quando o Ajitama era ainda uma espécie de segredo. O motivo de romaria, esse, mantém-se: um ramen japonês que é aconchego.

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  • Avenida da Liberdade/Príncipe Real

Há quem desconfie por achar que é mais um restaurante de hotel, mas se há coisa que não falta a este italiano é identidade. Depois de uma troca de chef – Nuno Costa é quem está à frente da cozinha – as atenções viraram-se para as massas frescas, feitas ali todos os dias e em destaque num menu executivo (29€). Às segundas-feiras, há tagliatelle carbonara; às terças, serve-se um tortello de camarão e molho crustáceos. Quartas são dias de parpadelle al ragu, enquanto às quintas-feiras há gnocchi de pesto e stracciatella. Por fim, na sexta-feira serve-se tagliatelle alla puttanesca. Já aos fins de semana, a aposta é para o menu de partilha com preço definido (30€) numa tentativa de abrir ainda mais a porta a quem vive na cidade.

  • Italiano
  • Beato
  • preço 2 de 4

Eis um italiano de Nápoles, um italiano do mar, com pasta al dente, sem concessões aos tugas do esparguete molinho. Fica na Penha de França e dá-nos produto fresco, seja peixe ou bivalves, sejam massas com anchovas ou ovas de tainha (botarga), mas deixando também a proteína viver por si, como nas entradas de lulinhas e petingas fritas, servidas embrulhadas em papel, ou nos polipetti affogati, polvinhos guisados, “mesmo inhos, profundos no molho escuro de tomatada e vinho” — para usar as palavras do crítico Alfredo Lacerda, após a sua visita, em 2021. É um sítio onde se procura fugir à banalidade do italiano para exportação, seja na comida, nos vinhos ou na música.

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  • Asiático contemporâneo
  • Chiado
  • preço 2 de 4

China, Índia, Vietname, Indonésia, Malásia, Coreia, Tailândia, Japão… No Boa-Bao uma refeição pode ser uma autêntica viagem e também por isso o menu é um passaporte para um mundo pan-asiático de pratos: bao (o de robalo com rabanete amarelo em pickles e maionese picante é irresístivel), dim sum, chamuça, phô, caril amarelo, caril verde, pad thai. O restaurante estreou-se em Lisboa há sete anos e desde então fez o seu caminho até ao Porto também e em 2019 abriu em Barcelona. Pode não ser sempre fácil conseguir uma mesa, mas enquanto espera pode sempre provar um cocktail.

  • Brasileiro
  • Avenidas Novas

O restaurante fica nas traseiras de umas traseiras, apertado entre quintais de prédios espelhados, um beco onde ninguém iria senão para comer coxinha, kibe, pastel de carne seca, churrasco, escondidinho e feijoada brasileira (domingo) e ouvir música ao vivo enquanto beberica do choupo. De resto, a Dona Luzia existe mesmo, é a mãe do dono, já retirada, mas ainda vigilante do seu receituário. Acompanha-se com caipirinhas ou com uma cerveja da casa, chamada Hynka, uma pilsner aromática e saborosa. Nos doces, já sabemos que os brasileiros são doidos por leite condensado e ele está bem representado no fresquíssimo pudim à Dona Luzia. Não é o sítio mais glamoroso do mundo, mas é um boteco brasileiro, com brasileiros, onde se come muito bem.

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  • São Sebastião

Uma das tendências do último ano foram os barbecues coreanos, em modo diy, ou sejam em modo table bbq. Já tínhamos os Han’s, agora abriram este Busan, a chegar ao Marquês de Pombal, e temos ainda mais e melhor oferta. Pode-se escolher de uma carta que parece um livro, com muitos cortes de carne para cozinhar na chapa, ali à nossa frente, e legumes sempre frescos, a sair da cozinha. O serviço parece que não está lá, mas é essencial para nos ajudar a manter o ritmo e substituir algum cliente com mais dificuldades a manejar o barbecue. 

  • Sete Rios/Praça de Espanha
  • preço 2 de 4

A Tia Alice é dessas mulheres fortes que dominam os restaurantes com a sua presença na cozinha e na sala. O restaurante fica nas Laranjeiras e aos almoços enche-se de uma clientela fiel que vai de escritorários a atletas do Benfica e do Sporting, dois clubes sempre pacificamente representados. Não admira, porque a comida da Tia Alice, natural da Ilha de São Vicente, dá muita energia, sempre pratos do dia de raiz africana, da moqueca à moamba, com passagem por Portugal (atenção ao arroz de pato de fusão cabo-verdiana ou às iscas de porco). O que nunca muda é a cachupa, para muitos a melhor de Lisboa, que pode ser do tipo refogada (do dia anterior, com ovo estrelado) ou cachupa rica. Reservar em dias de jogo do Benfica. 

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  • Indiano
  • Chiado/Cais do Sodré

É um dos restaurantes clássicos goeses da cidade. Já lá não tem na sala o carismático Sebastião, mas tudo continua como há 40 anos, quando o restaurante estreou. Agora, é a filha Ana quem lidera o sítio, fazendo dupla com a cozinheira de sempre, Lina de seu nome, cabo-verdiana que tanto domina o caril de camarão, os bojés e o chouriço goês, quanto pode, em dias de sorte, presentear os clientes com uma das melhores cachupas da cidade. No final, não se esqueça de pedir a bebinca para sobremesa, que é feita pela irmã de Ana, Soraia, e é um portento da doçaria mundial. 

  • Nepalês
  • Avenidas Novas

Eis um dos restaurantes de Lisboa mais especiais, tudo fruto da visão e da paixão de Tanka Sapkota, restaurador nepalês. Mais conhecido por casas de pendor italiano, como sejam o Come Prima, o Forno d’Oro e o Il Mercato, Tanka abriu com o irmão mais novo, Yogesh, e a cunhada, esta referência da alta cozinha nepalesa. Há desde sopa de cabrito a momos caseiros com porco preto, passando por caris feitos com especiarias a sério até ao clássico javali com cogumelos. No final, os apreciadores de chá têm à disposição uma colecção.

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  • São Vicente 

A zona está em estado de sítio devido às obras que tomaram conta de Santa Apolónia, mas a verdade é que o Casanova se mantém de pedra e cal num cais aonde chegou quando só o Lux existia – duas décadas depois, curiosamente, a discoteca e a pizzaria são os últimos residentes. As pizzas, essas, mantêm-se motivo de romaria. Hoje não parece nada de extraordinário, mas é sempre bom lembrar que em 2000 quando a italiana Maria Paola Porru abriu o Casanova, não era assim tão comum encontrar boas pizzas, de massa fina e estaladiça, feitas em forno de lenha – apesar da massificação, ainda não é. 

  • Chiado/Cais do Sodré

Se é verdade que o ceviche se popularizou nos últimos anos por cá, é igualmente verdade que é como uma entrada que o encontramos regularmente nos restaurantes, a preços tantas vezes fora de conta. Foi para contrariar essa tendência que Katharina Goyke e Matías de Araujo abriram esta pequena cevicheria na Bica. “O ceviche, na Europa, é muito fancy, é muito caro, e esse não é o conceito real do ceviche. O ceviche é uma coisa que se vê na rua, no Peru, no Chile, no México”, contextualiza Katharina. No Choclo, como prato principal há por isso apenas ceviche, nas suas variadas versões. 

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  • Italiano
  • Xabregas
  • preço 1 de 4

O restaurante de Erica Porru consolidou-se como um lugar de culto, no Beato. Filha da mítica Maria Paola, fundadora dos restaurantes Casanostra e do Casanova, Erica tem trilhado o seu caminho a solo, dentro da cozinha, depois de ter trabalho em cinema, como caracterizadora. Não admira por isso o nome do seu restaurante, nem a decoração cheia de cartazes de filmes bonitos, nem a clientela, feita de artistas de várias artes. Aberto só ao almoço, serve pratos de massa simples e bem feitos, das lasanhas a conchigliones com ricota e pistáchio, e tem sempre docinhos bons no final, a preços justos, como sejam a panacota e o tiramisù. Simpatia a rodos, boa vibração. 

  • Chinês
  • Martim Moniz

A Calçada da Mouraria é a rua das cantinas chinesas – que não são restaurantes clandestinos, atenção. Este Dawanmian, tal como o vizinho Midai, veio da região de Wenzhou, na China e tem à frente um casal de guerreiros. Chen e Ruan vieram para Portugal com uma mão à frente e outra atrás, mas trouxeram com eles boas sopinhas de massa. No caso, a especialidade são as sopas de noodles, massa feita todos os dias numa cozinha sempre a 200km/por hora, onde não faltam coisas extravagantes (para portugueses, claro), como cabeças e línguas de pato ou tendão de vaca. Não é o sítio mais arrumado do mundo, mas é especial e tem uma sopa de noodles de entrecosto que está entre os melhores pratos mais baratos da cidade. 

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  • Japonês
  • Avenidas Novas

Tem lugar cativo na lista dos melhores japoneses de Lisboa, mesmo quase passando despercebido. Desde que abriu em 2015, pelas mãos de uma equipa de antigos discípulos do Aya – há, inclusive, um destaque no menu em homenagem ao restaurante que foi uma grande escola de cozinha japonesa em Portugal –, que o Go Juu respeita a cozinha tradicional japonesa, com produtos sempre frescos e uma técnica tão apurada quanto delicada. A experiência ao almoço e ao jantar é diferente e também por isso os menus omakase (77€-110€) são apenas servidos à noite, ao balcão (de quinta-feira a sábado, ao jantar, os lugares são essencialmente reservados para os membros do Clube Go Juu, o que não significa que não se consiga um lugar, mediante reserva antecipada).

  • Hambúrgueres
  • São Sebastião

À pergunta “onde é que se come um bom hambúrguer em Lisboa?”, a resposta é quase sempre imediata e consensual: Ground Burger. E não é para menos. Por mais hambúrgueres que possamos comer, há algo que continua a distinguir os exemplares deste restaurante colado à Gulbenkian (e também no Time Out Market e na Avenida da Índia numa roulote). Pode ser o brioche feito em casa pelo menos duas vezes por dia e que chega à mesa ligeiramente torrado, pode ser a carne certificada Black Angus, ou até as batatas impecavelmente fritas, com alho e alecrim. O que é certo é que nestes hambúrgueres artesanais, qualquer aposta é segura.

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  • Lisboa

Os nepaleses não estão sempre do outro lado do balcão, fechados em cozinhas, a servir-nos. Às vezes, também estão na sala, a comer e a celebrar – e, nas raras ocasiões em que o fazem, escolhem muitas vezes este Grill n’Chill. O restaurante começou como um snack bar, mas foi-se sofisticando e crescendo. Tomou o vizinho Chimarrão, agora extinto, na Praça do Chile, e multiplicou-se noutros dois espaços, um no Intendente e o outro em Almada. Comem-se os famosos raviolis nepaleses – os momos, feitos na cave, todos os dias –, espetadas de barriga de porco e de frango marinado em iogurte e especiarias, assadas no carvão, pani puris e chatpads, tudo com malagueta verde, para arrebitar. 

  • Chiado/Cais do Sodré

São, provavelmente, as pizzas com a massa mais fina da cidade, o que as torna surpreendentemente leves. Escondida numa rua, perto da Praça das Flores, esta é uma pizzaria biológica, o que significa que aqui só se trabalha com fornecedores orgânicos, tanto portugueses como italianos. No menu, são várias as opções vegetarianas, vegans e também sem glúten, mas nada tema que também há uma diavola (15€) ou uma parma (17,50€). E não há nada que não seja feito em casa: do pesto aos fermentados, do creme balsâmico aos gelados nas sobremesas – com o bónus de os clientes poderem assistir à parte do processo das pizzas, alisadas, estendidas e postas no forno mesmo ali à vista.

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  • Japonês

O espaço é pequeno, mas cheio de pinta. Um balcão para menos de 20 pessoas, iluminado em parte por néons vermelhos. O ambiente é frenético: a música está alta, as pessoas falam alto e na cozinha à nossa frente é difícil acompanhar o ritmo acelerado (mas não menos regrado) com que tudo acontece. É assim o Izakaya, o segundo restaurante de Tiago Penão, a poucos metros do Kappo. E são assim os izakayas no Japão. De forma curta, e simplista até, podem definir-se como sítios onde se serve comida para acompanhar a bebida. Como boa tasca japonesa, não faltam opções de saké para acompanhar a refeição, a copo ou à garrafa, mas também cocktails clássicos dos izakayas. Quanto à comida, há muito por onde escolher, doses pequenas e várias, a pedir uma partilha ao balcão.

  • Mexicano
  • Estrela/Lapa/Santos
  • preço 2 de 4

Em 2018, quando abriu em Alcântara com apenas sete lugares, deu logo que falar. Não foi preciso muito para se perceber que este não era mais um restaurante mexicano. Depois de uns anos a trabalhar no México, Ivo Tavares quis oferecer uma experiência próxima do real, tendo como base a cozinha tradicional mexicana, acrescentando-lhe ainda assim a sua assinatura com algumas técnicas contemporâneas. A palavra espalhou-se e se o restaurante já era pequeno tornou-se ainda menor para a procura. Havia o desejo de crescer para outro lugar, mas circunstâncias da vida levariam a que Ivo optasse primeiro por fechar o restaurante, no final de 2021. Mas eis em que no Verão do ano passado, para alegria dos bons apreciadores, o Izcalli renasceu, agora na Avenida Infante Santo e num espaço ligeiramente maior. Ivo continua atrás do balcão, apostado em fazer diferente. Começou apenas com um menu de degustação, mas depois de ouvir os clientes, especialmente os mais antigos, optou por um serviço à carta, onde se destacam alguns dos favoritos como a tostada de atum ou as ostiones en aguachile. E ainda há os especiais da semana.

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  • Belém

Não é possível falar da gastronomia japonesa em Portugal sem se referir Paulo Morais, decano da cozinha oriental. A estrela ao Kanazawa chegou no final de 2022, quando o chef já nem a esperava. Em Algés, no pequeno restaurante aberto ainda pelo japonês Tomoaki Kanazawa, que quando regressou ao Japão, em 2017, escolheu Paulo Morais para o seu lugar, homenageia a tradição japonesa como se fosse a sua. Com apenas oito lugares ao balcão, o chef entrega-se à cozinha kaiseki, que tem como pontos fundamentais a sazonalidade e a qualidade do produto. Há quatro menus de degustação, num ritual pensado ao detalhe – três sem bebidas incluídas de 60€, 90€ e 100€ e um de 150€, com tudo incluído. À sexta e ao sábado, o restaurante transforma-se ainda num salão de chá japonês para um lanche especial.

  • Cascais

A alta cozinha japonesa tem um representante à altura no Kappo. Atrás do balcão, Tiago Penão e a equipa que o acompanha há algum tempo conduzem a refeição de forma afinada e irrepreensível, sem que se perca ainda assim a descontração. Kappo é também o estilo de cozinha japonesa que numa tradução literal significa “cortar e cozinhar”, mas que vai muito além disso, focando-se na proximidade entre chef e quem à sua frente se senta. Apesar de ser possível escolher à carta, o ideal é entregar-se ao menu omakase (130€), onde Tiago Penão consegue proporcionar uma autêntica viagem ao Japão com a melhor matéria-prima. E não é cliché. A cada momento da refeição, uma explicação ou uma história, sempre na dose certa.  

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  • Grande Lisboa

A senhora Yi tinha um restaurante em sua casa, há uns anos, na Mouraria. Mas acabou por encontrar uma loja no Centro Comercial Columbia, sem porta directa para a rua, mas de acesso livre, para nossa felicidade. Aqui, servem-se pratos de rua da China, sobretudo da zona de Sichuan e Shandong, a uma turba alegre de indefectíveis, que vão dos estudantes Erasmus a jovens chineses, passando por portugueses com gosto por espetadinhas de cominhos, sopas picantes com amendoim e noodles de batata doce e panquecas de ovo e alho francês. O prato obrigatório são as unhas de porco grelhadas, um petisco improvável, mas delicioso, que a senhora Yi serve sempre com um sorriso nos lábios. 

  • Bairro Alto

Nasceu no lugar do antigo Calcutá e é a Goa que Hugo Brito, chef do Boi-Cavalo e responsável aqui pela carta, foi buscar o receituário, acrescentando-lhe o seu toque, sem grandes fundamentalismos. No Laranja Tigre, a cozinha é goesa, mas nem por isso tradicional. É contemporânea, de autor qb. Para chegar à carta, o chef estudou o receituário goês, sabendo que essa não é a sua história, nem é, na verdade, a história de Afonso de Melo ou Ricardo Regal, os donos. Também por isso, Hugo Brito não quis amarras, partiu dos livros e acrescentou-lhe o seu toque. Veja-se o exemplo da chamuça de frango assado. Nas entradas, destacam-se ainda as pakoras de camarão e Bulhão Pato ou os baji-puri de batata-doce de Aljezur. Já nos pratos principais, são muitas as opções, todas elas também perfeitas para partilha, do xec xec de caranguejo de casca mole ao caril de camarão tigre. O pica-pau de novilho açoreano à Cafreal e o vindalho de cachaço de porco ibério saem da caixa e já fazem sucesso.

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  • Italiano
  • Grande Lisboa

No Libertà não vai encontrar pizza ou carbonara, já que a ideia é trabalhar com a autêntica comida italiana, sem floreados, mas de maneira pouco convencional. O italiano da região de Bérgamo Silvio Armanni, ex-chef executivo do Octavium, em Hong Kong, com uma estrela Michelin, é quem assume as rédeas na cozinha, mas aqui sem pretensão ao estrelato. Na sua carta, dá muito destaque à massa, fresca e preparada no restaurante, mas também brilham pratos de carne e peixe que talvez não associaríamos a um restaurante italiano por nos faltarem exemplos do género. A partir das 16.00 (e até à hora do jantar, 19.00), há ainda espaço para um bom aperitivo italiano.

  • Grande Lisboa

É mais difícil encontrar um bom restaurante indiano em Lisboa do que se pensa, e este por sinal também não é em Lisboa, mas sim em Odivelas. Aqui, encontramos boas parathas (pãozinho na chapa com manteiga ghee), boas chamuças e caris feitos a preceito, sem pozinhos de fábrica manhosos – e tudo isto num espaço agradável, arejado e moderno, a condizer com a urbanização Colinas do Cruzeiro, onde está instalado. Prove o tarka dahl, um guisado de lentilhas magnífico, e o karahi de camarão – passível de ser domado no picante, mas algo que se desaconselha. Se o nível de fogo for demasiado, faça uso da raíta, uma espécie de tzatziki grego, com iogurte gordo e cebola e pepino, bom para refrescar a malagueta. 

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  • Pizza
  • Cais do Sodré
  • preço 2 de 4

Quando abriu em 2019 no Cais do Sodré, Duda Ferreira não foi tímido na apresentação. “Quero fazer a melhor pizza de Lisboa”, clamava. Quase cinco anos depois, o pizzaiolo conseguiu efectivamente tornar-se numa referência. O rebuliço na esquina da Rua de São Paulo dá disso conta. O segredo podem ser as combinações menos convencionais em pizzas de fermentação lenta e natural, mas também a escolha a dedo dos ingredientes – preconceitos à parte, o ananás vai muito bem com mozzarella, queijo do Viso, bacon, picles de cebila roxa e coentros (14€). Para comer ali, levar para o jardim ou pedir em casa.

  • Chinês
  • Lisboa

Quando no final de 2019 fizemos o balanço da década (2010-2020), não hesitámos em destacar a existência do Macau Dim Sum de Oeiras “porque nunca houve outro restaurante chinês que fizesse tão bem dumplings para o povo”. De lá para cá, foram surgindo bons exemplares na cidade, mas o Macau Dim Sum continua a ter um lugar entre as nossas preferências. Este irmão mais novo que abriu em 2015 entre Campo de Ourique e as Amoreiras, pelo menos, não nos tem desiludido com a sua comida de Cantão.

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  • Chiado/Cais do Sodré
  • preço 3 de 4

Longe vão os tempos em que o Mattë se apresentava como um restaurante onde carne maturada e sushi conviviam na mesma carta. No último ano, afirmou-se como um restaurante de fine dining japonês, muito graças ao trabalho do chef Habner Gomes. A carne desapareceu e o foco ficou apenas na cozinha japonesa. No final de 2023, o restaurante de Santos deu mais um passo nesse caminho e, aproveitando o balcão existente, criou o menu kaiseki (125€) um menu de degustação tradicional do Japão, feito com produtos de época e de qualidade, e disponível apenas para oito clientes de cada vez.

  • Sírio
  • Lisboa
  • preço 2 de 4

O restaurante que nasceu pelas mãos da associação Pão a Pão com a nobre missão de integrar refugiados sírios que fugiram à guerra no seu país continua a ser uma óptima mostra do melhor que se come no Médio Oriente. No Mercado de Arroios, a carta é pensada para se partilhar – e Mezze significa isso mesmo, uma refeição de partilha, com amigos ou família. Ora há borek, como mujaddara (um estufado de bulgur e lentilhas com cebola frita) ou laham kharoof (carne de borrego cozinhada lenta

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  • Chinês
  • Martim Moniz

É o chinês mais fora da caixa (dos chineses ocidentais) de Lisboa. Entra-se e temos cadeiras e mesas dispersas e uma vitrina com produto fresco. Escolhe-se o produto, apontando com o dedo – que pode ser beringela roxa, lula, espinafres de água ou peixe tilápia –, e espera-se que o pai (por vezes, também, a mãe) do rapaz que nos atende faça a sua magia no wok, ali ao lado. Não esquecer, para petisco, o entrecosto frito ou a barriga de porco, bem como uma ou duas tigelas de arroz branco (belíssimo) para acamar. 

  • Indiano
  • Lisboa

Os restaurantes nepaleses saíram do armário há uns cinco anos, no sentido em que começaram a afirmar a sua identidade própria, sem ter de se fazerem passar por indianos. Este pequeno lugar na Alameda é isso tudo, um oásis de paz e boa comida caseira, com destaque para os caris, feitos com especiarias inteiras, e onde tudo é bom, dos momos às chamuças, não esquecendo os onion baji ou as pakora, pastéis deliciosos para barrar com chutney – e onde se está amparado de decoração das montanhas, esse talismã dos nepaleses. Muitos dos restaurantes indostânicos são inconsistentes, abrem e fecham e mudam de mãos rapidamente, mas este Nepal Curry House tem-se revelado um porto seguro na Alameda. 

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  • Chiado

Com provas dadas no país vizinho, o Ponja Nikkei, no Montebelo Vista Alegre – Chiado Hotel, conta a história da fusão japonesa e peruana que deu origem à cozinha nikkei. No menu não faltam, claro, os ceviches, como o clássico de corvina marinada em leite de tigre, batata-doce, cebola roxa, choclo, canchita (pipocas de milho), e óleo de coentros, assim como os tiraditos. Há nigiris e sashimi, mas também pratos quentes como um lombo salteado com mandioca. Para beber, o pisco é, claro, a estrela da companhia – o bar, aliás, está aberto todo o dia.

  • São Sebastião

Sandra Ruiz é a mais nova de quatro irmãs. Na Cidade do México, onde cresceu, eram as mais velhas, com as avós e com a mãe, que se ocupavam da cozinha. Sandra observava, cortava cebola e levantava a mesa. Mal sabia ela, nessa altura, que anos mais tarde ainda se lembraria das receitas de família e que as usaria no seu restaurante. No Potzalia, escondido no Multicentro, em Entrecampos, serve-se comida típica mexicana, sem quaisquer adaptações. É a comida que Sandra sempre comeu em casa, como o pozole. Os tacos nunca desiludem.

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  • Italiano
  • Avenidas Novas
  • preço 3 de 4

No bonito restaurante do Grupo Non Basta no Campo Pequeno, a comida italiana continua a ser o foco, mas a carta é mais alargada. Quer isto dizer, que nem só de massas se faz o menu. Pelo contrário, a cozinha mediterrânica brilha aqui com os ingredientes nacionais, muitos deles vindos da horta do grupo, em Oeiras – o nome não é um acaso, é uma forma de trazer o campo para a cidade. E o que significa isto? Que tanto se podem comer umas ostras de Setúbal como uma burrata e vegetais da horta no carvão, para começar, e um bife de espadarte com molho de manteiga e puré cremoso de aipo bola para acabar.

  • Japonês
  • Avenida da Liberdade/Príncipe Real

Nas costas da Avenida da Liberdade, quase nem se dá por esta porta de entrada para o Japão. Quando se entra, somos brindados pela simpatia de quem nos recebe à boa maneira oriental. Com apenas seis lugares, a especialidade é o ramen, bem feito, com noodles finíssimos. São quatro os caldos diferentes: um à base de ossos de porco (para o tonkotsu ramen), outro translúcido de frango (para o shio ramen), mais um cremoso de frango (para o tori paitan e para o miso ramen), e um vegetariano, com miso e cogumelos shitake. Alfredo Lacerda não duvida de que “vale muito a pena este bocadinho de Japão, mesmo ao lado da Avenida da Liberdade”.

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  • Asiático contemporâneo
  • Alvalade
  • preço 3 de 4

Japão, Índia, China, Vietname, Coreia ou Tailândia, eis algumas dos países por onde passa a carta do Soão, o pan-asiático que o Grupo Sea Me abriu em Alvalade. Poder-se-ia dizer que o Soão é um restaurante atípico num bairro típico. O ambiente é o de uma típica taberna asiática, com madeira tosca e candeeiros que são redes de pesca. Ao balcão, está João Francisco Duarte a comandar uma cozinha de onde podem sair baos, pad thai, caril ou sushi. No piso debaixo, está o bar com cocktails de autor e quatro salas privadas, para uma experiência mais intimista.

  • Cascais

A cozinha africana tem um dos seus mais altos representantes em Bicesse. Quem o diz é Alfredo Lacerda, que foi lá comer a melhor muamba que já lhe serviram na Grande Lisboa. Não é por acaso, na cozinha está há anos quem percebe do assunto: a angolana Aida Garção, que não acaba um serviço sem espreitar a sala e garantir que todos estão satisfeitos. Aos sábados, o caril de gambas e caranguejo costuma chamar fregueses. E, por encomenda, sobram outros petiscos angolanos, como a quibeba de choco guisado, o funge de carne seca, a muamba de ginguba (amendoim), o muzonguê (sopa de peixe), calulu de peixe e quisaka (espécie de esparregado feito com as folhas da mandioca). Para quem preferir cozinha portuguesa, ela está sempre presente. É famoso o cozido (quartas e domingos) e às terças, quintas e sextas vale o buffet de pratos variados, com o que aprouver à dona Aida.

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  • Intendente

É o paquistanês mais concorrido da cidade e por boas razões. A clientela fiel da Rua do Benformoso vai lá à procura de espetadas feitas no carvão, pratos fartos de biryani e um dos melhores chicken tikka da cidade, pedaços suculentos de frango que caem bem com um pratinho de lentilhas guisadas (dahl) ou com paratha ou nan acabado de sair do tandoori. Está aberto de manhã, bem cedinho, até à noite e o sucesso é tanto, desde que abriram, há cerca de dois anos, que já há outro poiso dos mesmos donos, em Odivelas. 

Mais por onde comer em Lisboa

  • Japonês

A cozinha japonesa apareceu em Lisboa nos anos 1980 mas só nos anos 2000 atingiu o seu boom. Nos últimos anos a oferta de restaurantes tem crescido por toda a cidade, em parte por culpa dos buffets de sushi que democratizaram a relação dos portugueses com estas pecinhas de arroz e peixe cru. Nem tudo o que abriu, porém, tem a qualidade de matéria-prima desejada ou mãos que a saibam tratar como merece. E desengane-se se pensa que comida japonesa é só sushi.

  • Mexicano

No país dos tacos, aguachiles ou tequilas, tudo sabe melhor quando acompanhado por uma margarita (ou um cocktail com mezcal), até por causa do nível de picante (não aconselhado a bocas mais sensíveis) – atenção às malaguetas assinaladas nas cartas, que não estão lá para enganar ninguém. As maiores influências desta cozinha vêm dos povos pré-colombianos e dos costumes dos colonizadores espanhóis, mas os pratos típicos variam consoante a zona (a partir da cozinha mexicana surgiu, entretanto, a tex-mex, que reúne os sabores do estado do Texas, nos Estados Unidos, com o México). A base da cozinha mexicana tradicional é o milho – daí que não seja fácil fugir às tortilhas, que acompanham quase todas as refeições –, o feijão e a pimenta. 

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  • Italiano

A viagem é longa. Do norte ao sul, de costa a costa, Roma, Nápoles, Milão, Génova, a gastronomia italiana em Lisboa chega de todos os pontos, sem que precise de apanhar aviões para a degustar. E desengane-se quem pensa que Itália é sinónimo apenas de pizza. Pastas, risotos, polentas, ossobucos, lasanhas, tudo tem espaço nas cartas, sem esquecer as burratas, focaccias e os preceitos associados. A massa de fermentação lenta, pasta fresca, ou sobremesas como tiramisù e pannacotta. Nos últimos anos há cada vez mais – e melhores – espaços que nos trazem o melhor da cozinha do país em forma de bota e nós agradecemos.

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