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Arlei Lima
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Os melhores restaurantes italianos em Lisboa

Esqueça o Marco Bellini e embarque numa viagem pela verdadeira cozinha nos melhores restaurantes italianos em Lisboa.

Cláudia Lima Carvalho
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A viagem é longa. Do norte ao sul, de costa a costa, Roma, Nápoles, Milão, Génova, a gastronomia italiana em Lisboa chega de todos os pontos, sem que precise de apanhar aviões para a degustar. E desengane-se quem pensa que Itália é sinónimo apenas de pizza – aliás, propositamente, deixámos as pizzarias de fora (até porque temos aqui essa lista). Pastas, risotos, polentas, ossobucos, lasanhas, tudo tem espaço nas cartas, sem esquecer as burratas, focaccias e os preceitos associados. Nos últimos anos há cada vez mais – e melhores – espaços que nos trazem o melhor da cozinha do país em forma de bota e nós agradecemos. A lista abaixo dá-lhe alguns dos melhores sítios da cidade para treinar o sotaque italiano enquanto gesticula de prazer a cada garfada. São os melhores restaurantes italianos em Lisboa. Mamma Mia!

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Os melhores restaurantes italianos em Lisboa

  • Avenida da Liberdade/Príncipe Real

Há quem desconfie por achar que é mais um restaurante de hotel, mas se há coisa que não falta a este italiano é identidade. Depois de uma troca de chef – Nuno Costa é quem está à frente da cozinha – as atenções viraram-se para as massas frescas, feitas ali todos os dias e em destaque num menu executivo (29€). Às segundas-feiras, há tagliatelle carbonara; às terças, serve-se um tortello de camarão e molho crustáceos. Quartas são dias de parpadelle al ragu, enquanto às quintas-feiras há gnocchi de pesto e stracciatella. Por fim, na sexta-feira serve-se tagliatelle alla puttanesca. Já aos fins de semana, a aposta é para o menu de partilha com preço definido (30€) numa tentativa de abrir ainda mais a porta a quem vive na cidade.

  • Italiano
  • Beato

Eis um italiano de Nápoles, um italiano do mar, com pasta al dente, sem concessões aos tugas do esparguete molinho. Fica na Penha de França e dá-nos produto fresco, seja peixe ou bivalves, sejam massas com anchovas ou ovas de tainha (botarga), mas deixando também a proteína viver por si, como nas entradas de lulinhas e petingas fritas, servidas embrulhadas em papel, ou nos polipetti affogati, polvinhos guisados, “mesmo inhos, profundos no molho escuro de tomatada e vinho” — para usar as palavras do crítico Alfredo Lacerda, após a sua visita, em 2021. É um sítio onde se procura fugir à banalidade do italiano para exportação, seja na comida, nos vinhos ou na música.

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  • Italiano
  • Lisboa
  • preço 1 de 4

Neste restaurante dos Anjos sentimos o aconchego de uma casa italiana. Cheira a massa fresca, a música é alegre e o ambiente descontraído. Nas prateleiras, há frascos com molhos, pacotes de massa e garrafas de vinho. A ardósia anuncia os pratos, que incluem relíquias gastronómicas de Bolonha, e os preços são amigos da carteira. Há cappelletti, tagliatelle e gnocchi para acompanhar de molho de tomate ou carne, entre outras opções. Nas sobremesas não faltam o clássico tiramisù e bolo de chocolate. Dez euros, ou pouco mais, costumam dar para a festa.

  • Italiano
  • Xabregas
  • preço 1 de 4

O restaurante de Erica Porru consolidou-se como um lugar de culto, no Beato. Filha da mítica Maria Paola, fundadora dos restaurantes Casanostra e do Casanova, Erica tem trilhado o seu caminho a solo, dentro da cozinha, depois de ter trabalho em cinema, como caracterizadora. Não admira por isso o nome do seu restaurante, nem a decoração cheia de cartazes de filmes bonitos, nem a clientela, feita de artistas de várias artes. Aberto só ao almoço, serve pratos de massa simples e bem feitos, das lasanhas a conchigliones com ricota e pistáchio, e tem sempre docinhos bons no final, a preços justos, como sejam a panacota e o tiramisù. Simpatia a rodos, boa vibração. 

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  • Grande Lisboa

Da rua, a esplanada chama imediatamente à atenção. Não é para menos: a varanda do hotel Villa Cascais, onde fica o Corleone, é bonita. As cores sóbrias, mas vivas, chamam por quem passa. E não é diferente no interior, onde reinam os tons amarelos e azuis, veranis, como Cascais, mas também como o sul de Itália, que inspiraram Miguel Garcia a fazer um restaurante italiano como ainda não existia na vila. O nome nada tem a ver com a máfia, é antes uma referência directa a Corleone, na Sicília. É essa a inspiração também por trás da carta de cocktails – nos vinhos o foco mantém-se em Itália. "Um restaurante italiano idealizado e com menu feito por um chef italiano é algo que não existia em Cascais", defende Miguel. O chef é Rodolfo de Santis. Natural de Puglia, foi no Brasil que fez nome na última década, quando criou o restaurante italiano Nino, que depressa deu que falar, multiplicando-se pelo país. Como num italiano clássico, a carta divide-se entre antipasti, primi e secondi e dolci – “tudo feito com as receitas tradicionais do sul de Itália”, assegura o responsável. Nas entradas, há, por exemplo, vitello tonnato ou uns irresistíveis arancini. Nos primi, estão as massas como a carbonara ou o vistoso spaghetti all’aragosta, com bisque de crustáceos, tomate fresco, rúcula e cauda de lagosta grelhada. Já nos secondi, tanto é possível pedir um risoto de limão com camarão grelhado, como uma costeleta de vitela panada, com rúcula, tomate fresco e mozzarella – a famosa milanese. 

+ Tia mia! Os melhores restaurantes italianos em Cascais

  • Campo de Ourique

Foi em Campo de Ourique que, não há muito tempo, Alfredo Lacerda saiu arrebatado. Escreveu o nosso crítico: "Fiammetta é um desses raros casos de restaurante italiano a sério. Aqui, não se pisca o olho ao turista ocasional que foge da cozinha portuguesa e de tudo o que não tenha esparguete, nem se pretende captar os milionários que acham que Milão é a capital do mundo. O Fiammetta quer dar a comer bons produtos italianos, de forma simples, servidos a preceito. E isso é muito." Tudo isto valeu cinco estrelas e a vontade de voltar.

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  • Avenida da Liberdade/Príncipe Real

O chef nepalês mais italiano de Lisboa, Tanka Sapkota, quis que o Il Mercato fosse mais do que um restaurante italiano. Deve o nome à parte de mercearia, onde tem uma selecção de produtos de charcutaria e queijos para escolher e comer numa das mesas do lado ou levar para casa. Há aqui máquinas artesanais onde se produzem vários tipos de massa fresca para provar no restaurante em receitas do dia ou da carta mas também para take-away – nesse caso, antes de se armar em chef, tome atenção ao tempo de cozedura ideal e aos molhos e acompanhamentos recomendados.

  • Italiano
  • Grande Lisboa

No Libertà não vai encontrar pizza ou carbonara, já que a ideia é trabalhar com a autêntica comida italiana, sem floreados, mas de maneira pouco convencional. O italiano da região de Bérgamo Silvio Armanni, ex-chef executivo do Octavium, em Hong Kong, com uma estrela Michelin, é quem assume as rédeas na cozinha, mas aqui sem pretensão ao estrelato. Na sua carta, dá muito destaque à massa, fresca e preparada no restaurante, mas também brilham pratos de carne e peixe que talvez não associaríamos a um restaurante italiano por nos faltarem exemplos do género. A partir das 16.00 (e até à hora do jantar, 19.00), há ainda espaço para um bom aperitivo italiano.

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  • Avenida da Liberdade/Príncipe Real

A avó não está louca. Na verdade, é quase uma figura mitológica que inspira Matteo, um italiano a viver em Portugal e que de um dia para o outro, em Outubro de 2020, criou a Nonna Goes Crazy. A ideia era entregar massa fresca e pronta em casa e o sucesso foi tal que a ambição já não cabia apenas no Instagram, onde tudo parecia acontecer. A Nonna Goes Crazy é agora um pequeno restaurante, quase escondido, entre a Avenida da Liberdade e o Príncipe Real. Há poucos lugares sentados, mas uma esplanada que se estende à escadaria em frente da porta. Para comer, há sempre quatro pastas, entre elas uma de tomate-cereja, burrata, pistáchio cremoso e crocante, e a inusitada “carbobora” – uma representação da carbonara – com abóbora, panceta crocante, burrata e nozes torradas. As focaccias, uma com pesto de beterraba e outra com pistáchio crocante, burrata e pesto, são uma óptima forma de começar a refeição. Já para terminar, há o tiramisù da Tiramisusi.

  • Italiano
  • Princípe Real

Traduzido do dialecto napolitano, Obicà significa “aqui está” – uma expressão mais do que apropriada para dar nome ao novo restaurante italiano do Príncipe Real. “Aqui está” o novo mozzarella bar da cidade. “Aqui está”, também, uma boa maneira de partilhar comida com amigos e família. Uma fórmula já testada em Roma (onde nasceu a cadeia, em 2004), e noutras partes do mundo, inclusive no Porto, onde se estreou em Portugal. No menu estão representadas as regiões de Génova, Pádua, Florença, Puglia e Campana. 

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  • Lisboa

O nome pode gerar desconfiança, pelo menos a Alfredo Lacerda desconfiou, mas só até provar a massa fresca de João Frazão, concorrente do Masterchef, em 2022. No programa de televisão, o chef já demonstrava a queda para as massas e nesta casa, que começou nos Anjos e ganhou uma segunda morada no Príncipe Real, é à pasta que se atira. Para o crítico, “estamos a falar da melhor-pasta-sem-merdas, com o melhor preço, que comi desde os velhos tempos do Bella Ciao (o da Rua do Crucifixo)”.

  • Italiano
  • Avenidas Novas
  • preço 3 de 4

No bonito restaurante do Grupo Non Basta no Campo Pequeno, a comida italiana continua a ser o foco, mas a carta é mais alargada. Quer isto dizer, que nem só de massas se faz o menu. Pelo contrário, a cozinha mediterrânica brilha aqui com os ingredientes nacionais, muitos deles vindos da horta do grupo, em Oeiras – o nome não é um acaso, é uma forma de trazer o campo para a cidade. E o que significa isto? Que tanto se podem comer umas ostras de Setúbal como uma burrata e vegetais da horta no carvão, para começar, e um bife de espadarte com molho de manteiga e puré cremoso de aipo bola para acabar.

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  • Chiado

Dificilmente haverá sítio mais instagramável e vibrante na cidade neste momento do que o restaurante do The Ivens Hotel. Ao centro, um majestoso balcão com 17 lugares. É aqui que fica o Gastrobar, com uma garrafeira suspensa e uma carta que quer recuperar a tradição de se comer ao balcão refeições completas ou simplesmente tábuas de queijos e enchidos. É também possível pedir alguns dos pratos disponíveis na sala de baixo, o Ristorante, ou no Crudo, um recanto ao lado, onde o marisco é acompanhado por champagne, espumante ou prosecco. Mas é na sala principal, de ambiente acolhedor, com vista para a Terraza, que a magia acontece. De um lado a zona do grill, do outro a cozinha italiana, entregue ao chef Ricardo Bolas, que estava anteriormente na Zero Zero. Os pratos são “mais do Norte de Itália, Veneza, Milão”, e as pastas feitas à mão.

  • Italiano
  • Estrela/Lapa/Santos
  • preço 2 de 4

No Ruvida "áspero" na tradução para português o dia começa com um pedaço de massa de tamanho considerável e tudo é feito à mão. Valentina, uma das figuras do negócio, define o conceito como uma cozinha atípica que procura trazer receitas ultra tradicionais só possíveis de encontrar em determinadas zonas de Itália, numa viagem que quer, aos poucos, dar a provar todo o país. Começou com apostas na gastronomia do Norte, mas a sazonalidade é um factor que aqui levam bem a sério. Alfredo Lacerda, crítico da Time Out, aprovou com cinco estrelas. Entretanto, também em Alcântara, fica o irmão mais novo e descontraído deste restaurante, o Pausa – il Bistrot di Ruvida. Começou focado nas focaccias e na charcuteria, mas acabou a acrescentar ao menu a pasta a e scarpetta.

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Já existia no Rio de Janeiro e abriu em Março de 2024 bem no centro de Cascais. Idealizado pelo chef brasileiro Nelson Soares, aposta na culinária italiana, sobretudo de inspiração transalpina, mas com um conceito influenciado pelo minimalismo nórdico, em que cada prato tem, no máximo, cinco ingredientes base. No Rio de Janeiro, a cozinha é completamente aberta. Ali, como não puderam deitar abaixo a parede estrutural que separa a cozinha da sala, optaram por uma solução diferenciadora: têm uma mesa triangular às portas da cozinha onde finalizam a preparação e o empratamento de todos os pratos, à vista dos clientes. O Sult conta ainda com uma ampla carta de vinhos, com muitas referências de pequenos produtores.

  • Italiano
  • Princípe Real

Quando abriu em 2015 no Príncipe Real, com uma esplanada virada para o Jardim Botânico e que se mantém até hoje como uma das nossas preferidas, repleta de buganvílias, ainda não se falava assim tanto de pizzas artesanais e fermentação lenta, mas era assim que esta pizzaria se apresentava. Juntava-se a isso, uma charcutaria italiana logo à entrada e um forno de lenha ao fundo onde só entra lenha de zinho. São cerca duas dezenas de opções, mas nem só de pizza se faz a história deste restaurante. Há saladas, massas e risotos e as sobremesas não são de se descartar (o mil-folhas de caramelo salgado é um bestseller). Em dez anos, a marca cresceu para o Parque das Nações e para o Time Out Market e as pizzas de massa fina continuam a destacar-se na cidade. 

Cozinha do mundo em Lisboa

  • Japonês

A cozinha japonesa apareceu em Lisboa nos anos 1980 mas só nos anos 2000 atingiu o seu boom. Nos últimos anos a oferta de restaurantes tem crescido por toda a cidade, em parte por culpa dos buffets de sushi que democratizaram a relação dos portugueses com estas pecinhas de arroz e peixe cru. Nem tudo o que abriu, porém, tem a qualidade de matéria-prima desejada ou mãos que a saibam tratar como merece. E desengane-se se pensa que comida japonesa é só sushi. Na lista que se segue provamos-lhe que há muito mais a descobrir.

  • Brasileiro

Diz-se no Brasil que quem tem pressa come cru. Tome o seu tempo a apreciar este roteiro, carregadinho de quitutes, petiscos pequeninos para matar a fome aqui e ali, e com uma viagem pela Bahia, com os seus clássicos como o óleo de dendê, o camarão seco, os coentros ou o leite de coco. Temos também os ingredientes brasileiros que nos últimos anos ficaram na moda deste lado do Atlântico, como a tapioca ou o açaí. No total, são 19 sítios para comer comida brasileira em Lisboa que estão esperamos a abrir caminho para ainda mais restaurantes brasileiros em Lisboa. É que samba sem um prato à frente não enche barriga.

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