Acarajé da Carol
©Inês Félix
©Inês Félix

Sítios para comer comida brasileira em Lisboa, do pão de queijo à feijoada

Acarajé, catupiry, aipim, vatapá. Se não percebeu nada disto, entre nestes sítios para comer comida brasileira em Lisboa.

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Diz-se no Brasil que quem tem pressa come cru. Tome o seu tempo a apreciar este roteiro, carregadinho de quitutes, petiscos pequeninos para matar a fome aqui e ali, e com uma viagem pela Bahia, com os seus clássicos como o óleo de dendê, o camarão seco, os coentros ou o leite de coco. Temos também os ingredientes brasileiros que nos últimos anos ficaram na moda deste lado do Atlântico, como a tapioca ou o açaí. No total, são 19 sítios para comer comida brasileira em Lisboa que estão esperamos a abrir caminho para ainda mais restaurantes brasileiros em Lisboa. É que samba sem um prato à frente não enche barriga.

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Sítios para comer comida brasileira em Lisboa

  • Oeiras

O nome talvez não lhe diga nada, mas no Brasil Carolina Sales tem uma legião de seguidores e tantas provas dadas que não lhe faltam prémios. Não fosse a crescente onda de insegurança do outro lado do Atlântico e a pasteleira continuaria por lá a dar frutos. A ânsia de uma vida mais tranquila acabou por trazê-la para Portugal e é em Oeiras que agora dá nas vistas com a sua pastelaria fina. Se foi com os brigadeiros (1,50€/unidade) que tudo começou, a montra da loja, pintada a cor-de-rosa, faz-se maioritariamente de bolos. Dos mais simples (2€/fatia), cujo sabor vai variando diariamente, aos clássicos como o red velvet (3,50€/fatia) ou aos afamados da casa como o três chocolates (4,70€/fatia), tudo feito ali – a fábrica fica na cave da loja. E nem a linha fit, desenvolvida no Brasil, foi deixada de parte. No menu, há ainda pratos simples como tostas, bagels e omeletes, além de um brunch composto (28€/duas pessoas).

  • Avenidas Novas

Numa zona onde não abunda peixe, mas com um mercado não muito longe, o Copo de Mar quer ser um pouso seguro, mas fora da caixa. Os acompanhamentos não são os do costume, tal como as receitas, que têm muitos toques tropicais, ou não fossem os donos e o chef brasileiros. Das entradas aos pratos, o peixe e o marisco encontram-se em destaque. Veja-se o caso do peixe do dia grelhado (dourada, robalo, corvina), que chega à mesa com farofa de banana e mandioca na nata. Há um prato de carne apenas e as sobremesas são o remate perfeito: bonitas e não demasiado doces.

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O Bossa é um restaurante que parte do Brasil, mas que tem pratos de vários sítios do mundo. Está aberto o dia inteiro, de manhã à noite, e também se destaca pelo brunch. É o mais recente projecto de Viviane Leote, empresária brasileira que vive em Cascais desde 2001. É a responsável por restaurantes como a Confraria, o Nikkei, a Charcutaria ou a Vela Latina. Para ela, este novo espaço foi uma espécie de regresso às origens, tanto pela culinária brasileira como pelo facto de ter sido, nos seus primeiros tempos em Portugal, gestora de um restaurante ali mesmo, na Marina de Cascais.

  • Chiado/Cais do Sodré

No Brasil, contam-se 11. Por cá, a primeira e única morada em Lisboa celebrou um ano em 2023. Falamos de Casa Graviola, o restaurante de comida saudável, no Cais do Sodré. As paredes brancas e as peças em macramé fazem lembrar o Rio de Janeiro, cidade onde tudo começou pelas mãos de Abner Cabral e Manoela Maia. Tudo começou em casa do casal. Dos convívios caseiros acabaram por passar para uma food truck e começaram a participar em eventos. O menu queria ser diferente e inovador, mas sempre de comida saudável e é essa a proposta aqui, destacando-se o brunch. Apesar da influência asiática presente em vários pratos, há outros que vão beber directamente aos sabores brasileiros, como é o caso de "O preferido" (18,90€), um filé de tilápia grelhada, puré de banana da terra, farofa de nozes e brotos orgânicos, e o Salpicão do Gravis (14,90€), frango, milho, passas e cenoura ralada com creme de inhame e palha crocante.

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  • Brasileiro
  • Benfica/Monsanto
  • preço 1 de 4

Há uma frase, mesmo por cima da cozinha, que define o mote desta Lanchonete: “Pessoas que gostam de comer são sempre as melhores pessoas.” E aqui come-se muito daquilo que se come nas lanchonetes do outro lado do Atlântico: pastéis de feira, pão de queijo, coxinhas, hambúrgueres e lanches brasileiros. Tudo aquilo que Pedro Bento já nos tinha dado a descobrir em 2019, quando deu uma nova vida à casa mãe em Belém. O sonho de crescer e não ficar apenas por ali, no mesmo sítio em que o pai havia aberto, em 1986, a Raio Laser Pastelaria e Lanchonete Lda, existia desde o momento em que Pedro assumiu o negócio. A carta é a mesma que existe n’A Lanchonete em Belém e por isso não faltam coisas boas. Às sextas e sábados, os clientes habituais já sabem, é dia de feijoada à brasileira (9,50€) – um dos grandes sucessos da casa.

  • Brasileiro
  • Avenidas Novas

O Boteco Dona Luzia fica num sítio onde ninguém esperaria um boteco, no Saldanha, território de portugas, executivos e financeiros, gente que prefere gastar o almoço em crossfit do que em coxinhas de frango com catupiry. É Alfredo Lacerda quem o diz, ele que não resistiu a este boteco, onde todos os dias há música ao vivo (menos à segunda-feira). E escreveu, então, para justificar as quatro estrelas: "O Boteco Dona Luzia é um local de encontro de brasileiros (que não os perus milionários, esses preferem italianos pretensiosos), com o que isso traz de comida boa, festa e espírito positivo."

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  • Brasileiro
  • Bairro Alto

O chef Kiko Martins trouxe um best of de petiscos e pratos de tacho brasileiros para O Boteco, no Bairro Alto. "Nasci no Rio e vivi lá até aos 11 anos. A minha mãe é pernambucana, tenho três irmãos a viver no Brasil ainda. Aqui tenho sabores da minha infância", contava o chef, quando abriu o restaurante, em 2019. "A gastronomia brasileira é muito querida dos portugueses. O arroz de feijão, a picanha, os pratos com leite de coco, os quindins, brigadeiros, doce de leite, as caipirinhas. Isto sempre foi muito uma praia nossa, está enraizado." E é por isso que não faltam na carta, onde se destacam também os vários cortes de carne.

  • Brasileiro
  • Grande Lisboa

No Oak Berry, uma marca fundada em 2016 em São Paulo e que chegou ao Cais do Sodré, o açaí é 100% natural, não tem corantes nem conservantes, e pode ser comido em bowls ou smoothies, de três tamanhos diferentes (350ml, 500ml ou 720ml). Depois dessa escolha, há uma data de toppings que pode acrescentar, como as granolas (clássica crocante, com cacau ou com maçã e canela), a amêndoa laminada, a aveia sem glúten, as sementes de abóbora, de chia ou de girassol, bagas goji, banana, morango, mel orgânico, manteiga de amendoim, leite condensado magro, proteína whey ou paçoca.

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  • Brasileiro
  • Alcântara

É café, bar e restaurante. No fundo, é Borogodó – um regionalismo brasileiro, que significa “qualquer coisa de irresistível”. De Carolina Henke, a alma também da Brigadeirando, a comida tradicional portuguesa cruza-se à mesa com iguarias do outro lado do Atlântico. Do polvo no forno à tapioca com carne seca, não faltam opções para provar e repetir.

  • Pastelarias
  • Alcântara

Não dá para falar do Brasil e tirar o pé do chão sem mencionar os docinhos de leite condensado. Há quase oito anos que a Brigadeirando adoça a cidade e, de há uns tempos para cá, com muito mais do que brigadeiros. Carolina Henke tem mão para a doçaria e a prova são as muitas sobremesas especiais que vai criando ao longo do ano. Os brigadeiros, esses, continuam a ser irresistíveis. 

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  • Padarias
  • Chiado/Cais do Sodré

Foi na representação que começou a carreira e ainda hoje haverá quem se lembre da Mulher Pau de Jacu da telenovela da Globo Sangue Bom. Nos últimos anos, porém, é de volta do pão que Luiz André Alvim tem passado os seus dias. No Rio de Janeiro, criou a Bike Bakery, uma padaria ambulante que rapidamente ganhou fama. Hoje, é na Bica que o encontramos. Luís vive no bonito prédio, todo em azulejo, onde fica a padaria, bem como as duas sócias Lilia Fortuna e Helena Stewart, também brasileiras. Aos pães – além do tradicional de trigo (3,20€/600gr), tem conquistado clientes o de sementes e amêndoas (3,80€/600gr) – juntam-se sempre uns doces como o cinnamon roll (2,50€), aqui feito com massa folhada e coberto com um caramelo de cumaru, ou fava tonka, e uns salgados como o pão de queijo (1,80€), feito com grana padano, mozzarella e queijo da ilha.

  • Brasileiro
  • Alcântara

A coxinha é a estrela da casa e é feita da forma mais simples e tradicional: com ingredientes frescos e de qualidade. E são muitas as variedades na ementa – além da tradicional, costuma haver, por exemplo, a de bacalhau com queijo da Serra; ou uma veggie recheada com bróculos, cogumelos e tofu; e até de gambas, recheada com creme do mesmo. Ao almço, há um menu bem em conta (10€), onde pode provar sempre um prato, para além das coxinhas.

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  • Brasileiro
  • Lisboa

É uma Pastelaria mas não é a tradicional
casa portuguesa. A Pastelaria, no Saldanha, é brasileira e dedica-se ao pastel de feira, uma massa fresca e fina, feita com cachaça, farinha e alguma gordura. Pode ser refeição rápida mas também lanche consistente.
Nos recheios, destacam-se os mais tradicionais, como queijo, pizza, carne ou frango e queijo tipo catupiry, mas também os há inusitados como o de bacalhau, inspirado no pastel de bacalhau
do Mercadão ou o vegano, recheado com palmito (um ingrediente extraído das palmeiras). Neste espaço pequenino há também coxinhas de frango e pão de queijo.

  • Brasileiro
  • Lisboa

O boteco Dona Beija (como a série Dona Beija, que tinha Maitê Proença no papel principal) está carregadinho de petiscos tradicionais brasileiros, como os dadinhos de tapioca, as coxinhas de galinha, as chips de mandioca, boa picanha e pratos de escondidinho de carne seca ou filé com catupiry gratinado. E não é só quando está frio que há pratadas de feijoada: todos os sábados são dias de celebrar o Brasil com uma feijoada tradicional em formato buffet (13,90€). Sempre com caipirinhas a acompanhar e um brigadeiro de panela para adoçar a boca no final. 

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  • Brasileiro
  • Bairro Alto
  • preço 2 de 4

A baiana Carolina Britto começou a fazer acarajés, um bolinho de feijão-fradinho frito em azeite de dendê e bem recheado com camarão (e não só), por encomenda. Em 2017 encontrou um espaço à sua medida no Bairro Alto, onde serve os tais acarajés em versão prato do it yourself ou já aberto e recheado (5€), e também doses generosas de moqueca de peixe (12€), escondidinhos de carne de sol (10€) ou de camarão (12€). Aos sábados é dia de rabada e aos domingo há feijoada brasileira com tudo a que tem direito (10€).

  • Brasileiro
  • Cais do Sodré
  • preço 2 de 4

Aqui há todos os snacks mais típicos e pratos mais conhecidos do Brasil, do pão de queijo na versão simples ou com bocadinhos de chouriço (6€), servidos quentinhos até às 03.00, pastéis de vento, picanha (28€) ou feijoada (16€) ou a sanduíche de pernil, uma recriação do Cervantes, um ícone do Rio. Mas há também pratos de conforto brasileiros que exploram as influências estrangeiras, como o strogonoff. Como digestivo, peça a batida de coco, feita com leite de coco, leite condensado, baunilha e cachaça. Docinho, docinho. 

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  • Brasileiro
  • Cascais

É uma rede de restaurantes que veio do Brasil – na Grande Lisboa existem cinco: Campo Pequeno, Marquês de Pombal, Cascais, Amadora e Rato – nascida pela mão de dois gaúchos. Deve o nome à maneira de assar a carne no Rio Grande do Sul, nas brasas das fogueiras acesas no solo. Tem um ambiente divertido e funciona em formato buffet de quentes e frios e rodízio de carnes (a partir de 26,98€) bem artilhado, com picanha, maminha, cachaço, lagarto, costela, alcatra. Tem até corações de galinha. Nos acompanhamentos há todos os clássicos, da batata frita, farofa, banana frita, arroz branco e feijão preto.

  • Brasileiro
  • Baixa Pombalina

À saída do metro da Baixa-Chiado, atrás dos Armazéns do Chiado, há um boteco que salva qualquer ratinho no estômago. A especialidade é o pastel de vento, um pastel rectangular e oco com recheios doces como goiabada de queijo, ou salgados, como carne e queijo catupiry. Para acompanhar há caldo de cana, um sumo extraído da moagem da cana mesmo à sua frente, ou sumos naturais tropicais.

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  • Bairro Alto

A história deste espaço começou ainda antes de Thaís Pires deixar o Brasil. Foi aqui que em 2019 João Luc e Catarina Terenas criaram o Miolo, o pequeno café com comida para todas as horas e que não tardou a ganhar um espaço maior no Castelo. Quem tiver conhecido o Miolo, perceberá que pouca coisa mudou no espaço. Continua um pequeno café bonito, de ambiente harmonioso, onde apetece entrar. O nome até pode ser dinamarquês, mas o que aqui se faz tem pouco de nórdico e muito de brasileiro. A SMØR é uma pastelaria artesanal e não faltam os brigadeiros de vários sabores aos brownies, que tanto podem ser simples como levar cobertura de brigadeiro, nido com nutella ou doce de leite, até aos croissants e bolos. E é nos bolos que Thaís é especialista. Para comer à fatia e até para levar para casa. Sendo Thaís brasileira, não podia faltar aqui o famoso e guloso pão de queijo, embora de uma forma diferente do habitual. Em vez de uma pequena bolinha, o pão de queijo da SMØR tem a forma de uma waffle.

Comida do mundo em Lisboa

  • Pizza

É um assunto sensível, sobretudo numa cidade onde há cada vez mais restaurantes de pizzas de qualidade. E a verdade é que uma pizza é capaz de ser o prato mais consensual e com mais adeptos um pouco por todo o mundo. Mas a escolha teve de ser feita. Escrutinámos uma lista de dezenas de pizzarias, pensámos nas melhores pizzas trincadas nos últimos anos e chegámos a um veredicto final. Estas são as melhores pizzarias em Lisboa: redondas, quadradas, rectangulares, à fatia – ou às fatias, dependendo da vontade –, a escolha é sua.

  • Japonês

A cozinha japonesa apareceu em Lisboa nos anos 1980 mas só nos anos 2000 atingiu o seu boom. Nos últimos anos a oferta de restaurantes tem crescido por toda a cidade, em parte por culpa dos buffets de sushi que democratizaram a relação dos portugueses com estas pecinhas de arroz e peixe cru. Nem tudo o que abriu, porém, tem a qualidade de matéria-prima desejada ou mãos que a saibam tratar como merece. E desengane-se se pensa que comida japonesa é só sushi. Na lista que se segue provamos-lhe que há muito mais a descobrir.

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