Kathleen Maclaughlin, da Walmart
Forografia: Arlindo Camacho
Forografia: Arlindo Camacho

Web Summit: A “maior mercearia do mundo” mostra que a sustentabilidade dá lucro

Mercearias e restaurantes que querem ser sustentáveis: nada temam, isso ajuda ao negócio, garante Kathleen Mclaughlin, da Walmart. Descubra três sítios em Lisboa onde já pode comprar sustentável

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Antes de Kathleen Mclaughlin entrar no palco Planet: Tech da Web Summit, anunciaram que vinha aí a responsável pelo departamento de sustentabilidade da “maior mercearia do mundo”. Talvez “mercearia” seja uma tradução desajeitada para aquilo que o Walmart é: uma rede de hipermercados de grande escala presente em mais de 20 países e que, desde 2005, abraçou preocupações ambientais, disse Kathleen Mclaughlin em Lisboa, esta quarta-feira. Nos primeiros anos a multinacional perdeu dinheiro, disse, mas a insistência da empresa em manter estas medidas deu resultado a longo prazo e o negócio cresceu.

A norte-americana diz que para maximizar o valor que uma empresa pode ter, deve responder às preocupações sociais. “Começámos a ter preocupações com a sustentabilidade em 2005 porque as pessoas começaram a aperceber-se do que é a pegada da indústria da produção alimentar – e nessa altura isto era um termo novo”, relembra Kathleen Maclaughlin.

Agora, já toda a gente sabe dizer quilómetro zero, produtos e produtores locais, sustentabilidade quando fala de comida, e o papel dos grandes retalhistas está associado frequentemente ao lado negro da força: uma indústria poluente pelas emissões nos transportes, produtores e incentivos à produção de embalagens, distribuidores de produtos não sustentáveis que produzem a baixo custo, lugares de desperdício. Mclaughlin admite que este retrato não está longe da verdade, mas afasta a sua empresa do quadro.

A Walmart começou a produzir a sua própria energia renovável e a poupá-la – adquiriu uma rede de transportes que ajudou a desenvolver, do motor à forma das embalagens, e premiou os motoristas que poupassem energia; reduziu o desperdício em 77 por cento, o que gerou lucro – “os clientes compram o que antes era considerado desperdício”; eliminou 98 por cento dos químicos considerados perigosos em produtos de limpeza que acabaram por não encarecer já que isto deu origem a um investimento em investigação, explicou.

“O que conta aqui é o longo prazo”, concluiu Kathleen Mclaughlin para falar de como só anos depois das medidas sustentáveis, a empresa retomou o crescimento. “É não só uma questão de reputação mas também de pensar no que vão ser os produtos do futuro – o que vamos pescar daqui a 10 anos?”

Hoje a empresa faz parte de projecto norte-americana We’re Still In que, apesar das políticas de Donald Trump, junta políticos de vários Estados, empresas e centros de investigação contra o aquecimento global.

Descubra agora três sítios onde já pode comprar sustentável em Lisboa.

Três sítios para comprar sustentável

  • Compras
  • Alvalade

Nesta merceria de Alvalade não há embalagens, há frascos de vidro trazidos uma e outra vez pelos clientes e incentivam-se os sacos de pano não por uma moda hipster (que de hipster já não tem nada), mas porque plástico em aterros há muito e nunca mais apodrece. Aqui vende-se a granel ou em embalagens grandes e quanto mais biológico melhor.

  • Haute cuisine
  • Princípe Real
  • preço 4 de 4

O Pesca era um dos restaurantes mais aguardados de 2017 e abriu finalmente portas no início de Outubro, no Príncipe Real. O foco é o mar: há pratos com lulas, vieiras, atum-rabilho, ostras, polvo, bacalhau, corvina, peixe-espada, pregado ou salmonete. "É um restaurante de mar, com um registo mais autoral e uma das palavras chave é a sustentabilidade", resume o chef Diogo Noronha. Isso vê-se na escolha dos peixes - espécies que não estão sob pressão - e dos métodos de pesca.

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  • São Sebastião
  • preço 2 de 4

O restaurante que Sandra Cardoso Monteiro em Picoas explica-nos o que é a dieta paleo com uma sé de bonequinhos na parede do fundo da grande sala da The Paleo Kitchen: não há glúten, não há lactose, não há açúcares refinados. Mas não é por isso que está nesta lista. O que entra nas confecções deste restaurante foi cultivado de forma biológica, a carne vem de produções éticas (e deve ser comida com parcimónia, segundo esta dieta paleo). O peixe é selvagem e Sandra está a tentar a obter a certificação de pesca sustentável. E mais: tem muito sabor.

Especial Web Summit

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  • Vida urbana

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