Já que está a assistir ao Bons Sons, siga estas cinco sugestões de coisas para fazer quando não houver música a tocar.
Há pelo menos seis concertos a não perder no cartaz do Bons Sons, desde o pop português de Sallim aos “novos fados” de Pedro Mafama, sem esquecer ainda, por exemplo, o funaná-punk de Scúru Fitchádu. Espera-se, como já é habitual, o melhor da música nacional no festival erguido pela população de Cem Soldos, lá para os lados de Tomar, que estará de casas abertas do início ao fim. Mas, para não correr o risco de ficar sem motivos para conhecer a aldeia, temos mais cinco sugestões de coisas para fazer nos entretantos.
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O que pode parecer descabido torna-se exequível numa aldeia com mil habitantes, a maioria a participar activamente no Bons Sons. Pode fazer disso uma tarefa a longo prazo e regressar na Festa da Juventude (ainda este mês), na Festa da Aleluia (na Páscoa) ou no Natal.
Na possibilidade de corar com o segundo nome, chame apenas pelo primeiro, Casa Matreno. Um clássico de Tomar, são duas tabernas, em lados opostos da rua mas com a mesma ementa, convertidas em restaurante de gastronomia regional, onde se destacam as afamadas burras, um outro nome para designar bochechas de porco. Se não houver (são muito concorridas), peça um entrecosto com migas de feijão, safio com ervilhas e ovo escalfado ou o sempre certeiro ensopado de borrego. Para acompanhar, espreite a carta de vinhos, composta exclusivamente por néctares (mais de dez tintos e oito brancos) produzidos na região de Tomar.
Como a própria palavra indica passatempo é uma maneira de se passar o tempo e há quem seja mais metódico com aquilo que faz com os seus minutos. O tomarense Aquiles da Mota Lima, por exemplo, dedicou-se a reunir 43 mil caixas de fósforos e 16 mil etiquetas vindas de 122 países, uma saudável obsessão que começou em 1953 quando, a caminho de Londres para assistir à coroação de Elizabeth II, conheceu uma americana que lhe pediu que comprasse caixas de fósforos alusivas ao evento. Desde então, não mais parou. A sua colecção filuminística (é assim que se diz) é a maior da Europa.
É já um clássico da programação além-música do Bons Sons: Hélder Sucena enche o largo central de Cem Soldos com os seus objectos em madeira e corda movidos a energia infantil (ou graúda, caso queira entrar em brincadeiras). Até agora, Hélder já construiu cerca de cem brinquedos e jogos que usa como ferramentas de trabalho em acções sociais com crianças e idosos. Diz que são “máquinas diabólicas que saíram de dentro dos computadores e televisões e estão a invadir os lares, as escolas, as praias, as festas e os festivais”. Diabólicas ou não, têm feito as famílias felizes.
Existem três praias fluviais por perto: Alverangel, Vila Nova Serra e Montes. Esta última não é a mais próxima de Cem Soldos, fica a pouco mais de meia hora, mas é das mais bonitas e sossegadas da zona. Além de ser reconhecida pela Quercus com a classificação de Ouro, fica mesmo no limite da paradisíaca albufeira de Castelo de Bode. Para os amantes de desportos aquáticos, tem ainda um sistema instalado para a prática de wakeboard, mas pode também pescar ou percorrer a maior parte da albufeira a bordo do barco São Cristóvão. Perto da Praia, na aldeia de Montes, há mais locais para visitar e actividades com que se entreter.
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