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Herdade da Rocha: nada chato este Crato

As vinhas e as oliveiras são a assinatura da Herdade da Rocha, um turismo rural no Crato para conhecer a pé, de bicicleta, com um copo de vinho na mão ou de saco de golfe às costas.

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A história começou em 2006, quando a família portuense Rocha, dona da empresa de mobiliário Antrarte, decidiu comprar esta herdade no Crato, só um enorme terreno sem nada.

Herdade da Rocha

Herdade da Rocha

São sete e meia da tarde, golden hour para a fotografia, dia de calor no Crato, mas já com a aragem das noites alentejanas a entrar. As vinhas estão pintadas com cores fim de Verão, avistam-se uns coelhos em sprint no terreno, umas garças a voar baixinho, mas o único barulho que se ouve é o latido do manso cão de guarda da Herdade da Rocha. “Deviam ir ver o pôr-do-sol às pedras ali à frente”, recomenda Tiago Miranda, um dos colaboradores desta unidade de turismo, apontando para uma zona rochosa no meio das vinhas, em frente à casa principal da Olive Residence & Suites, a zona de alojamento deste monte no Alto Alentejo.

São poucos minutos a pé até às rochas de granito – na verdade enormes pedregulhos que marcam a paisagem inteira da herdade –, e é dali que, de facto, se assiste a um magnífico pôr-do-sol. E já agora, é dali também que se tem noção da dimensão deste monte alentejano de 56 hectares, transformado em alojamento em Fevereiro deste ano. Vamos aos factos.

A história começou em 2006, quando a família portuense Rocha, dona da empresa de mobiliário Antrarte, decidiu comprar esta herdade no Crato, só um enorme terreno sem nada. “Em 2009 o meu pai começou a tratar a terra para plantar a vinha e em 2012 fizemos a primeira colheita de vinho. O Couto Saramago Reserva 2012, uma edição limitada”, conta Mária Rocha, que está a gerir a herdade agora. Em 2014 começaram a produzir vinho na adega, em 2015 fizeram a primeira colheita de branco e rosé e, finalmente, em 2017, abriram a parte de alojamento, a que chamaram de Olive Residence & Suites. “Tínhamos feito a casa para a família, mas como vínhamos cá pouco, abrimos ao público.”

O nome escolhido vai directo ao assunto. Há uma casa principal com restaurante, uma sala de estar com televisão, uma sala de jantar e quatro quartos com casas de banho; lá fora há mais quatro suítes, todas independentes entre si, como se fossem cabanas. Têm um quarto, uma casa de banho e uma sala com sofá-cama – “é boa para quem traz uma criança”, diz Tiago Miranda.

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A confluência das suítes e da casa principal é um idílico jardim com palmeiras e uma piscina que tem um pequeno grande detalhe: uma zona de hidromassagem com duas camas incrustadas na pedra, para se deitar só com a cabeça fora de água (o verdadeiro mel). Há espreguiçadeiras, claro, umas cadeiras de baloiço e ainda mesas e cadeiras para petiscar ao ar livre. “Servimos refeições ligeiras entre a 13.00 e as 18.00. A ideia é servir durante mais horários, mas por enquanto temos estas”, explica Mária Rocha. Ou seja, é possível intercalar mergulhos com um queijinho no forno com orégãos (6€), uma salada de atum com pimentos (8€) ou uma simples tosta mista (4€).

Depois de todos os mergulhos, banhos de sol, sestas, almoços ou lanches, é tempo de explorar o monte. Pode fazê-lo a pé ou nas várias bicicletas que se alugam, tanto no modelo pasteleiras antigas (mas novas em folha), como nas eléctricas e, para os mais novos, em tamanho de criança. 

  • Viagens

E é mesmo de bicicleta que melhor se explora tanto hectare e se aprecia a quantidade de coisas que estão a nascer. Primeiro e mais importante, a adega. Já existe a parte da produção, tanto de vinho como de azeite, mas o moderno edifício todo em madeira ainda precisa de uns últimos toques para se começar a receber clientes que queiram fazer provas de vinhos ou pisar uvas. “Agora durante a vindima tivemos hóspedes a participar”, conta Tiago. Segundo, o campo de golfe. Sim, leu bem. Já existem três buracos, mas o campo vai crescer para nove, a acompanhar a ondulação do terreno. Terceiro, a futura tapada de veados. “Estamos a preparar o terreno para ter esta tapada, mas queremos também proteger as outras espécies que cá vivem. As ovelhas, as cabras, os coelhos”, acrescenta Mária.

Tudo isto está nos finalmentes, e enquanto não fica pronto, o melhor que tem a fazer é aproveitar a dimensão do monte para os tais passeios, para piqueniques com alguns produtos da horta biológica e do pomar, ou pedir uma garrafa de vinho, dois copos e sair em exploração do terreno. E nem precisa de ser ao pôr-do-sol. Este Alto Alentejo é bonito a qualquer hora.

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Como chegar e preços

Ou pela A1 e A23 e depois por estradas nacionais (201 km) ou pela A2 e A6 e depois por estradas nacionais (212 km)

Quartos a partir dos 75€

GPS

Para comer

Não há quaisquer dúvidas que estando no Alto Alentejo vai comer bem. E vai comer muito. Para três tipos de fomes, preços e distâncias, ficam três ideias. A cinco minutos, tem a Pousada Mosteiro do Crato (Mosteiro da Flor da Rosa. 245 997 210. Seg-Dom 12.30-15.00/ 19.30-22.00, Sex e Sáb até às 22.30), na pequena localidade de Flor da Rosa, com uma cozinha mais moderna mas de bases regionais, onde entram por exemplo o gaspacho à alentejana com presunto e uvas frescas (6€), e o lombete de porco ibérico sobre acelgas salteadas e casadinhos alentejanos (21€); a 18 minutos, em Gáfete, fica O Lagarteiro (Rua de São Marcos, 1. 245 790 113. Ter-Dom 08.00-00.00), templo da tradição e dos preços baixos, a servir um bacalhau grelhado de posta alta (8,50€) e uma alhada de cação (7,50€); a 30 minutos, um alentejano com cozinha de chef, o Tombalobos (Bairro da Pedra Basta Lote 16 R/C. 245 906 111. Ter-Sáb 12.00-15.00/ 19.30- 22.00, Dom 12.00-15.00), de José Júlio Vintém, que faz por manter as bases bem tradicionais em pratos como o focinho de porco grelhado (5,80€), a açorda de poejos com ovo escalfado (4,75€) e o javali assado no forno (14,50€).

Para fazer

Andar pelo Crato é conhecer (ou relembrar) a história de Portugal, vila conquistada aos Mouros por D. Afonso Henriques em 1160. Ficou marcada pela construção do Mosteiro de Santa Maria de Flor da Rosa, hoje Pousada de Portugal, mas ainda visitável, pelos casamentos régios e por ser sede do prioriado (do Crato). Recomenda-se um passeio pelo centro histórico, com passagem na Varanda do Palácio do Grão-Prior e, ali ao lado, pela Anta da Aldeia da Mata, uma das maiores do país, com data de 3000 a.C. Um monumento megalítico para conhecer mais história. Diga lá se a aula ao ar livre não é boa?

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