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©Luis Dias
©Luis Dias

Puralã Wool Valley & Spa: ninho de lã

A lã é a chave que abre as portas deste hotel na Covilhã, remodelado à imagem da história dos lanifícios.

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“Covilhã, cidade neve, fiandeira, alegre e contente.” As palavras saíram, em tempos, da boca de Amália Rodrigues num fado que imortalizou a Covilhã com base nos seus artifícios mais puros. Hoje, ainda que noutros modos, passa-se o mesmo com o Puralã Wool Valley & Spa, o hotel que não quer deixar morrer o passado da cidade dos lanifícios e que quer ser mais do que uma porta de entrada para a Serra da Estrela.

Puralã Wool Valley & Spa

Foi há pouco mais de um ano que o hotel apareceu de cara lavada – e com novo nome, Puralã –, depois de uma remodelação integral que disse adeus ao antigo Hotel Turismo, num investimento de 1,5 milhões de euros. Vasco Pinho, designer e decorador de interiores, foi o responsável pela mudança visual que abraçou por completo a cultura e história daquela que era comummente chamada de “Manchester portuguesa”.

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Todo o conceito da decoração revisita o património industrial da Covilhã, e as boas-vindas são dadas logo à entrada do hotel, onde toda a fachada se assemelha a um enorme tear em movimento. Já percebeu ao quem vem? Lá dentro, respira-se o ar mais acolhedor que pode encontrar num hotel – predominam as madeiras, o xisto e os tons de castanho pintam o espaço juntamente com o cru, que lembra a cor da lã virgem.

Os detalhes, esses todos apontam na direcção da indústria têxtil: desde os espaçosos quartos ao hall de entrada – onde se encontra uma pequena loja com produtos de artesãos locais e lãs dos Tricots Brancal, marca que também pertence aos proprietários do grupo hoteleiro Natura IMB. Contam-se uma centena de quartos, entre os quais dez suítes e dois romantic rooms, com camas grandes, mantas e almofadas tricotadas, e fios de lã seca pendurada à cabeceira. Um ambiente serrano, mas moderno.

O conceito não se esgota e estende-se ao piso onde se encontra a piscina interior, também agora com um espaço mais acolhedor, e o Natura Clube & Spa, a chave de ouro do hotel – veja-se o muito procurado Ritual da Lã (70€/80 min), uma massagem de corpo inteiro, onde a lã é usada para aplicar um óleo quente 100% biológico à base de azeite extra virgem da Beira Baixa. Vá por nós, vale mesmo a pena.

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Falando de produtos regionais, é importante sublinhar a gastronomia que o Puralã dá a provar tanto no bar como no restaurante. Ambos a funcionar em open space, com direito a lounge e lareira, o Bar Bistro está mais virado para os petiscos (ou como quem diz, para as tábuas de queijo da Serra e os famosos enchidos da Beira), enquanto o restaurante tem regime de buffet ou pratos à la carte de ficar a lamber os dedos, como é o caso do creme de castanhas com raviólis ou o cabrito estufado com arroz de carqueja. É também aqui que é servido o pequeno-almoço guloso e farto, que bem pede uma caminhada a seguir, para conseguir digerir tudo.

Aproveite os roteiros alternativos criados pelo hotel com o intuito de dar a conhecer a cidade que sempre viveu na sombra da Serra da Estrela. Há muito para além da neve, portanto. O hotel disponibiliza cinco percursos para explorar a Covilhã. Tem uma proposta “a dois”, uma “em família” e até uma dedicada à arte urbana – ou não fosse a Covilhã a casa do Wool, o festival que desde 2011 se dedica a promover esta forma de expressão artística. 

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GPS

Para comer

É impossível fugir aos enchidos e ao queijo, cartões de visita gastronómicos covilhanenses. Crime seria não prová-los. Exemplo é a aclamada Taberna A Laranjinha (Rua 1.º de Dezembro, 10. 27 508 3586. Seg-Qui 12.00-15.00/ 19.00-00.00, Sex 12.00-15.00/19.00-02.00, Sáb 19.00-02.00) onde o petisco é rei. Atire-se aos bombons de fumeiro da Beira com molho de maçã (5€), à truta crocante em molho de escabeche (6€) ou os ovos rotos com presunto serrano (8,5€). Do mesmo grupo hoteleiro, tem o restaurante a Cozinha D’Avó (Quinta do Covelo. 27 533 1174. Ter-Sáb 12.30-15.00/20.00-22.30 e Dom 13.00-15.30), no Clube de Campo, onde a especialidade é o cabritinho com alecrim (13€). Se for um aficionado da cerveja, não fique sedento e ponha um pezinho no North Walls (Rua do Norte, 14. Seg-Sáb 19.00-02.00 e Dom 19.00-00.00), que conta com uma carta com mais de 50 referências de cerveja e um ambiente típico de pub, forrado a madeira.

Para fazer 

Cerzir, esbicar, urdir ou tecer são termos bem familiares no New Hand Lab (Rua Mateus Fernandes, Travessa do Ranito. 96 269 7493. Todos os dias 14.30-18.00), a antiga fábrica António Estrela, que foi transformada em pólo criativo de cowork. O local pode ser visitado por quem quiser conhecer um bocadinho mais a história dos lanifícios e ver máquinas e teares de meados do século passado ainda a funcionar. E não pode fugir, está claro, à Serra da Estrela, que por esta altura está coberta de neve – o que dá umas belas fotos. Se for aventureiro, suba às pistas de esqui na Torre.

Planos de Fuga

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A diferença está nos detalhes e depressa percebemos porque é que o Aqua Village Health Resort & SPA, a poucos quilómetros de Oliveira do Hospital, foi considerado este ano o melhor hotel de luxo para famílias pelos Luxury Travel Awards, entregues pelo guia de luxo britânico Luxury Travel Guide.

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Comecemos pelos quartos dos oitavos – e fica feita a piada matemática. São 142, todos com varanda própria e nenhum com menos de 40 m2. A vista dá quase sempre para o mar (o que se aconselha) e/ou para o campo de golfe (que também é bonito, vá). O edifício foi erguido em 2010, tem a forma de um Y, todo ele envidraçado para tirar o melhor partido da geografia do lugar, aberto ao mundo em redor: os pinheiros-mansos, as dunas e o mar – sobretudo o mar.

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A quinta diz-se dos Perfumes por lembrança de outros tempos. Nas décadas de 50 e 60, tudo isto era uma plantação de malvas e uma pequena fábrica onde se destilavam as plantas para lhes extrair a essência. Mas o nome ainda inspira o lugar e nestes 36 hectares de terra com vista para o mar tudo cheira a sul. Há vestígios de amendoeiras e medronheiros, notas de limoeiros e figueiras, todo um bouquet de aromas a pontuar a fragrância predominante das duas mil laranjeiras que alimentam a produção da Quinta. Plantado ao centro, há um refúgio de sossego dividido por 15 quartos.

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