Luís Tavares era o cliente mais chato que qualquer hotel pode ter. Com décadas de experiência como operador turístico, era frequente ser chamado por parceiros de negócio ou amigos a dizer o que achava de um hotel e do seu serviço. Na verdade, reconhece, fazia-o mesmo onde não era chamado. “Era mais forte que eu. Sabendo o que o turista quer, precisa e procura, custava-me ver tantos erros e estava sempre a chamar a atenção. Todos me diziam que eu era um chato e que devia era abrir o meu próprio hotel e depois logo havia de ver como era.”
Foi o que fez: pagou para ver. Em 2004 investiu numa propriedade agrícola que há muito andava a namorar, ali na estrada de Lagos para a Praia da Luz, e ergueu uma hospedaria de excelência no lugar da velha casa – mesmo a tempo de acolher a selecção suíça durante o Europeu de Futebol. Desde então, o projecto melhorou-se na estrutura, evoluiu no serviço, afinou-se ao detalhe, mas não cresceu. A ideia era mesmo essa.