1. Antónia Adelaide Ferreira
Nasceu na Régua em 1811, no seio de uma família abastada dedicada ao cultivo da vinha na Região do Douro. Ficou viúva aos 33 anos, altura em que assumiu as rédeas da Casa Ferreira, fundada pelo avô, e começou a sua carreira de empresária de sucesso num mundo dominado por homens. Expandiu o negócio com novas quintas e armazéns, contratando mais trabalhadores para os quais, dizem, era generosa. Conhecida como Ferreirinha e também como “mãe dos pobres”, supervisionava pessoalmente a produção das suas dezenas de quintas na região e foi um grande exemplo de empreendedorismo. Numa altura em que se abatia uma praga de filoxera entre os vinhedos, promoveu o desenvolvimento da investigação de processos mais modernos na produção de vinho. Mas também sofreu amarguras. Como a ameaça do rapto da sua filha Maria da Assunção pelo Duque de Saldanha (então presidente do Conselho de Ministros), que a queria casar com o seu filho, matrimónio não autorizado por Maria Antónia, que fugiu para Londres para o evitar, em 1854. Não sem antes publicar um "Protesto" na imprensa local, dando origem a um escândalo público. Na Rua Alto de Vila, na Foz Velha do Porto, ainda se pode ver a sua antiga casa de praia, um palacete recentemente convertido em apartamentos de luxo.