“Ligarem 15 minutos antes não ajuda”
André Lança Cordeiro
Essencial, Lisboa
“Quando se levantaram as restrições de horário começou a haver bastantes mais marcações e foi aí que começou realmente esta história dos no shows. É uma coisa que sempre existiu, mas começou a ter um impacto maior – impacto esse que começou a tomar proporções um pouco desmedidas, estamos a falar de números mensais de 10 a 15%. Se pensarmos nisso numa empresa é um pouco preocupante”, explica o grande impulsionador do movimento, André Lança Cordeiro. “A impressão que me dá é que as pessoas fazem várias reservas em restaurantes para o mesmo dia e decidem depois onde é que lhes apetece ir e acham que isso não faz mal. ‘[Afinal] o restaurante tem tanta procura, está sempre cheio, que alguém há-de ficar com a minha mesa’. Também acontece ligarem 15 minutos antes a cancelar, mas isso já não me ajuda porque não vou conseguir sentar ninguém”, desabafa. O chef do Essencial, em Lisboa, acrescenta que é “desmotivante” quando se faz “tudo e mais alguma coisa para receber as pessoas” e depois tem “três mesas vazias num restaurante que tem oito”.
A solução, acredita, passa por ser necessário cartão de crédito para fazer reserva e, em caso de no show, ser cobrado um determinado valor. “Eu sei que isto vai criar aqui uma entropia e que vai haver muitos clientes que não vão aceitar isto, mas se os restaurantes não começam a impor regras deste género isto nunca acaba”, remata.