Dez novos restaurantes no Porto que tem mesmo de conhecer

Com um currículo de fazer inveja – que soma passagens por restaurantes com estrelas Michelin, como o Pedro Lemos, o Noma, na Dinamarca, o The Yeatman e, mais recentemente, o Euskalduna Studio –, Daniel Carvalheira lançou-se à aventura e o Liz é o seu primeiro projecto gastronómico a solo. “Para aqui, quis preparar pratos que eu gostasse de comer; quis criar algo harmonioso, sem estar muito preso a receitas e tradições”, diz. “Como acho que há uma escassez de bistrôs mais gastronómicos no Porto, gostava que as pessoas pudessem ter uma experiência mais fine dining a preços mais acessíveis”, explica. Tanto o menu de degustação, como os pratos que também podem ser pedidos à la carte, incidem, sobretudo, sobre os vegetais e os produtos vindos do mar. Caril com gamba rosa do Algarve ou atum com espinafres marinados em mirim e soja são alguns dos pratos servidos aqui, fruto da criatividade do chef.

Não há como escapar à piada: este restaurante é uma lufada de ar fresco. Pelas mãos de João Ribeiro, também chef do conhecido Goela, e de Francisca Passos, que trouxe para o projecto a sua vasta experiência em sazonalidade e um currículo com passagens por vários restaurantes com estrelas Michelin, no novo restaurante do Saboaria Boutique Hotel Porto faz-se agora uma cozinha divertida, experimental e sem medos, com técnicas que espelham o mundo e sabores bem portugueses. Croquetes de pato com molho hoisin e laranja, avantajados rissóis de camarão, pratos de cachaço de porco com salada morna de batata, bacalhau com rigatoni ou ravióli de cozido com grão e couve são algumas das criações desta dupla maravilha.

Com uma decoração elegante e acolhedora e pratos saborosos e saudáveis, a beleza do Exuberante está na simplicidade. Pode parecer contraditório, mas tudo faz sentido quando se senta num dos 60 lugares interiores (ou nos 30 lugares da esplanada) do restaurante do Altis Porto Hotel, que abriu portas em Agosto de 2024. Liderado pelo chef André Cruz, juntamente com a chef Rafaela Ferreira, o Exuberante aposta em ingredientes locais, biológicos e sazonais, dando protagonismo aos vegetais. No menu, sobressaem as entradas de curgete, hortelã e sardinheiras e a saborosa tarte de cebola assada na brasa. Já nos pratos principais, há cuscos de vinhais com tomate de temporada assado, alface romana e chimichurri; arroz de grelos com coração de couve e gnocchis de batata doce; e ainda tortellini de cogumelos com cremoso de espinafres e acelgas frescas. Não se esqueça das sobremesas, que também são muito saborosas.

Sabe o que é que está a faltar entre esse polegar, indicador e dedo médio? Uns pauzinhos a segurar um luzidio e escorregadio pedaço de sashimi, ou um maki bem enroladinho. Felizmente, a espera acabou e o Tokkotai, um dos restaurantes japoneses referência da cidade, instalou-se finalmente no primeiro piso do Time Out Market. Enquanto não ocupa o seu espaço definitivo no piso térreo – entre o Meia-Nau e a Casa Inês –, vai estar a preparar, num quiosque no primeiro piso, uma espécie de showcase do que tem de melhor no seu espaço original. Por isso, não se espante se na carta, com assinatura do chef Paulo César, encontrar carpaccios, temakis, tacos, pokes, uramakis, bateras e gunkans, entre outras coisas. O carpaccio de salmão trufado e o gunkan de ovo de codorniz, trufa negra e ovas de Masago são dois dos bestsellers da casa-mãe que estarão replicados no novo espaço. É pedir.

Vinho e livros já eram as palavras de ordem na casa. Agora, a cozinha portuguesa junta-se a elas. Depois da abertura em Lisboa, o Tasca da Memória veio pela A1 acima para se instalar no Wine & Books portuense, com morada na rua de José Falcão. Ao café e ao rooftop — os outros dois recantos gastronómicos deste boutique hotel de cinco estrelas —, soma-se agora um restaurante com uma carta 100% portuguesa, que quer “dar um toque gastronómico sofisticado” aos pratos tradicionais que conhecemos e amamos. Da açorda ao frango de churrasco, dos jaquinzinhos com arroz de tomate frito ao bacalhau à Zé do Pipo, nunca deixando as sobremesas de lado, claro.

No Bistrô, localizado no pátio do renovado Palacete Severo, são servidas algumas criações mais informais do chef Tiago Bonito, vindo do Largo do Paço, em Amarante, onde mantinha uma estrela Michelin. Os mosaicos originais no chão, os azulejos das paredes, as portadas pintadas de verde-escuro e uma fonte com uma escultura de uma espécie de personagem mitológica, que se assemelha a uma carpa segurando um tridente, compõem o espaço. No menu encontra pratos como o ovo bio com espuma de batata, cogumelos e lardo de bísaro; carpaccio de polvo com pimento fumado ou amêijoas à Bulhão Pato. Nos pratos principais, continuam as propostas vistosas, como o arroz malandrinho de peixe da nossa costa com camarão ou o rosbife de novilho com batata fósforo, esparregado e mostarda. E para terminar, a escolha recai entre o mil folhas de chocolate branco, framboesa e gelado de pistáchio ou o creme brulée de yuzu.

O Ikebana Izakaya abriu no largo de Alberto Pimentel, em Cedofeita, com uma bonita decoração; uma carta de petiscos asiáticos com a assinatura do chef Agnaldo Ferreira; e uma garrafeira apetrechada de saquês, com cerca de 50 rótulos diferentes. Dos mais clássicos aos mais premium. Na carta vai encontrar pedaços de frango frito picante com maionese com togarashi, bolinhas de polvo e legumes com lascas de bonito, gyosas de frango e vegetais, tacos de atum, variados uramakis, temakis e hossomakis e muitos combinados para quem não quer pensar muito. Não faltam pratos de assinatura do chef, como os gunkan com carne Wagyu e foie gras, nem as famosas katsu sando de atum ou Wagyu que tomaram conta das redes sociais. Aos sábados há DJ’s à janela a animar a zona.

De Kiev para o Porto: café, dumplings e bolos. O novo spot da Baixa, que se auto-intitula de "city café", é amplo, arejado e apresenta uma oferta bem variada. Entre propostas de brunch, tostas, café e pastelaria, o destaque vai para as várias iguarias ucranianas: oreshki (mini-bolachas), varenyky (dumplings), nalysnyky (crepes, mas mais elegantes) e Kyiv cake, o típico bolo da cidade de Kiev, de onde os donos Anna e Mykhailo são naturais.

O irmão mais novo do NOLA KITCHEN abriu recentemente na Rua do Bolhão. O menu é diferente e maior, mas o compromisso com a comida saudável mantém-se. Dentro das novidades, destaca-se a secção "Little Italy", que contém pizzas e massas frescas, todas vegetarianas. Já nas sobremesas, ninguém faz frente ao Charred Pineapple, um abacaxi braseado no carvão, acompanhado por gelado de noz-macadâmia tostada e caramelo. Além de restaurante, o NOLA 2.0 é também Wine Bar e espaço de eventos e workshops. 

De egoísta tem pouco, já que a vontade de partilhar Portugal (e alguma da sua diáspora) é muita. O L’Égoïste, o novo bar e restaurante do Renaissance Porto Lapa Hotel, que tem ao leme os chefs Duarte Batista, na cozinha, e Ricardo Tiago, na pastelaria, parece querer conduzir os clientes que se sentam à sua mesa numa viagem por terra e por mar, de norte a sul do país, do interior até ao litoral. Inspirados pelo receituário tradicional português, deram uma nova roupagem e interpretação a alguns dos pratos mais típicos da nossa gastronomia. Na carta vai encontrar amêijoas à Bulhão Pato, tibornas de bacalhau, pratinhos de pica-pau com novilho, presas de porco preto, bacalhau à Zé do Pipo, e muitas sobremesas criativas e deliciosas.