Mural de André Saraiva
Fotografia: Ana Luzia
Fotografia: Ana Luzia

Descubra estas obras de arte ao ar livre em Lisboa

Vá apanhar ar e pelo caminho deite o olho a estas obras de arte ao ar livre em jardins e praças da cidade

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Os museus há muito que deixaram de ser apenas dentro de quatro (por vezes aborrecidas) paredes. O espaço público tornou-se, em muitos locais em Lisboa, num verdadeiro museu a céu aberto, com obras de arte pública, feitas por artistas de alto gabarito, mesmo à mão e olhos de semear. Da arte urbana às estátuas mais polémicas, das instalações bonitas-mas-imperceptíveis à arte utilitária – nesta lista de obras de arte ao ar livre tem o melhor dos dois mundos: ar puro e zero gastos. Não dá para pedir mais.

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Obras de arte ao ar livre em Lisboa

Campo de Akacorleone

Com 91 litros de tinta, 24 litros de endurecedor e cinco litros de diluente, o artista AkaCorleone pintou o polidesportivo do Campo Mártires da Pátria. A obra tem 14x25 metros, chama-se BALANCE e, como descreve o artista, representa “a busca do verdadeiro equilíbrio, da dualidade perfeita entre duas pessoas, duas equipas, dois lados, duas realidades”, num local que “reúne diariamente pessoas diferentes, de idades e contextos diferentes”. Planeado há muito, o projecto chegou a parecer “uma miragem”. Foi difícil concretizá-lo, mas agora está “aberto para todos aproveitarem”.

Campo Mártires da Pátria.

Cavaleiros de Luis Pinto Coelho

Um exército de doze cavaleiros ocupa o Jardim Auditório, junto à Culturgest, inaugurado em 1995 e cedido à cidade como espaço público de cultura e lazer. Em folha metálica, estas esculturas da autoria de Luis Pinto Coelho evocam o famoso "recontro" de Alvalade, em 1323, entre D. Dinis e o seu filho e futuro rei D. Afonso I – a batalha não chegou a acontecer porque houve intervenção pacificadora da Rainha Isabel, só para que saiba. 

Entre o Arco do Cego e o Campo Pequeno.

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Escultura para Espaço Urbano I

Uma das pontas da Avenida Conde de Valbom dá as boas-vindas a quem passa com uma grande estátua do arquitecto e escultor Artur Rosa – um arco metálico que empilha cubos de inox vermelhos numa progressão geométrica. A obra, de teor construtivista, foi concebida em 1971, mas só em 1999 foi colocada na Conde de Valbom.

Avenida Conde Valbom (junto à Artisani).

EU Flag de ICY & SOT

Na Praça Europa, ali entre o Cais do Sodré e a Ribeira das Naus, a dupla de artistas iranianos ICY & SOT produziu esta instalação a propósito da exposição que tiveram na Underdogs, a "Faces of Society". A peça, integrada no Programa de Arte Pública Underdogs 2020, alude à bandeira europeia, comummente associada à União Europeia mas concebida para representar a Europa como um todo. A bandeira é feita em rede metálica de malha solta onde assentam 12 estrelas modeladas a partir de arame farpado, uma crítica mordaz do projecto europeu.

Entre Cais do Sodré e Ribeira das Naus.

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Homem Sol de Jorge Vieira

A modernidade da escultura de Jorge Vieira é bem visível nesta conhecida instalação no Parque das Nações. É uma escultura monumental inspirada no Sol, com linhas antropomórficas, que projecta espinhos em múltiplas direcções. Com quase 20 metros e 15 toneladas – coisa pouca – o Homem Sol é uma simbiose do surrealismo com a abstracção. 

Em frente ao Centro Comercial Vasco da Gama.

Kit Garden de Joana Vasconcelos

Nasceu em 2012, no Largo do Intendente, esta instalação de Joana Vasconcelos, em ferro forjado metalizado e termolacado, madeira de bubinga lacada e plantas de laurus nobilis. Segundo o ateliê da artista, este jardim é "uma obra de arte viva e multifuncional, cumprindo simultaneamente os papéis de escultura, banco e jardim". Que atire a primeira pedra quem nunca se sentou ali no começo de uma noite de copos ou enquanto espera pelos seus amigos para aquele concerto ali ao lado.

Largo do Intendente.

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Mural de azulejos de Menez

Em Belém, foi erguida uma homenagem em azulejo a Sophia de Mello Breyner, poeta, e Menez, artista plástica. Um memorial em azulejo projectado pela Galeria Ratton à espera do futuro. O memorial chama-se Espaço Entre a Palavra e a Cor e, mais do que uma homenagem, pretende-se que a obra em azulejo com poemas de Sophia (seleccionados pela filha Maria Andresen de Sousa Tavares), e imagens de Menez seja igualmente um espaço de cultura, no centro de duas meias luas separadas por 16 metros.  

Espaço verde que separa o Terreiro das Missas da Estação Fluvial de Belém.

Mural de Santa Clara de André Saraiva

André Saraiva apresentou no Jardim Botto Machado (junto à Feira da Ladra) um megalómano mural com 188 metros de comprimento 1011m2 de área e precisamente 52.738 azulejos. André, luso-francês, ficou conhecido nos anos 90 com o seu alter ego Mr. A, uma personagem que também funciona como a sua assinatura e que se espalhou por algumas cidades europeias. Este mural reinterpreta a cidade com alusão a alguns dos principais monumentos, misturados com outros elementos, como uma Torre Eiffel.

Campo de Santa Clara.

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  • Arte
  • Arte pública

As estátuas são como aquele amigo que está sempre lá, mas com quem nunca conseguimos combinar um café. Estas são algumas das obrigatórias, para conhecer melhor e, de preferência, de bem perto. Há muitas coisas que os turistas fazem e todos os lisboetas devem experimentar, uma delas até passa por uma visita à Casa dos Gessos para ver o molde que deu origem à estátua de D. José I na Praça do Comércio. Mas desta vez queremos que preste mais atenção às obras finais, da mais antiga à mais polémica, ali no topo do Parque Eduardo VII.

  • Arte
  • Arte urbana

Se pensarmos em arte pública talvez o mais óbvio seja pensar na arte urbana – e com toda a razão, até porque Lisboa está carregadinha dela. Vhils, Bordalo II, Aka Corleone, ±MaisMenos±, Tamara Alves ou Mário Belém são alguns dos nomes mais sonantes neste roteiro de arte urbana. A eles juntam-se artistas de todo o mundo, que escolhem Lisboa para servir de tela aos mais variados estilos e mensagens. Se por um lado Lisboa está em guerra com taggers com pouco talento para a coisa – e que fazem questão de espalhar assinaturas por tudo quanto é sítio –, por outro a cidade é cada vez mais um museu a céu aberto de belíssimas obras de arte urbana. 

Mais em Lisboa

  • Arte

São 56 as estações de toda a rede do Metropolitano de Lisboa. E todas, mas mesmo todas, são verdadeiras galerias de arte urbana, não a céu aberto, mas debaixo de terra. Artistas consagrados da nossa praça deixaram o seu cunho na história dos transportes públicos alfacinhas e, embora difícil, escolhemos sete estações que merecem um olhar especial, entre as obras de Almada Negreiros, Vieira da Silva e Árpád Szenes, Querubim Lapa, Júlio Pomar, Maria Keil, Júlio Resende ou mesmo do célebre cartoonista António Antunes. 

  • Museus

Não é ao domingo de manhã, sábado à tarde ou segunda de madrugada. Estes museus são de entrada gratuita sempre que a porta está aberta ao público. E a busca pela descoberta de um museu gratuito também pode significar a descoberta de um museu que nem sempre está na ribalta. Fomos à procura dos museus grátis em Lisboa e concelhos vizinhos e descobrimos algumas pérolas museológicas. Da sala de operações do Movimento das Forças Armadas ao museu que respira dinheiro, há muito para aprender sem gastar um tostão.

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