João Cutileiro está presente na Fundação Calouste Gulbenkian com 33 obras, entre esculturas e desenhos, bem representativas do seu estilo inconfundível. Os desenhos são todos esboços de mulheres, quase sempre nuas, e as esculturas seguem a mesma linha. Os jardins da Gulbenkian são felizes contemplados pela obra Recordações de Guerra, escultura de 1991.
Muito do legado de João Cutileiro está pregado ao solo e inscrito na pedra. Não só pelo peso da matéria e pelo seu peso artístico, mas também porque soube dialogar como poucos com o presente, rompendo com ele sempre que necessário e fazendo avançar o país no processo. O caminho do escultor – que morreu aos 83 anos, na madrugada de 5 de Janeiro – fica marcado pela dissidência com o regime do Estado Novo e pelas diversas polémicas e incompreensões que o seu trabalho foi provocando ao longo das décadas. O erotismo, o amor e a nudez são temas habituais na obra de Cutileiro, de onde se destacam quase sempre as figuras femininas e voluptuosas em esculturas de mármore. As que elencamos abaixo são apenas algumas das dezenas de peças que o artista deixou espalhadas por Lisboa e arredores, e que merecem um olhar atento quando se cruzar com elas.
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