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Eis que arrancou a 27 de Setembro, Dia Mundial do Turismo, a nova experiência feita à medida dos turistas para a zona de Belém. O objectivo é melhorar a experiência de quem visita uma das zonas mais amplas da cidade, onde tudo o que parece perto... não é.
O autocarro de 20 lugares vai circular em modo “entre e saia quando quiser”, mais conhecido por hop on hop off, pelos principais monumentos de Belém e da Ajuda, incluindo o recém-inaugurado Experiência Pilar 7 - Centro Interpretativo da Ponte 25 de Abril. Belém é uma das zonas de Lisboa mais frequentadas por turistas, uma afluência visível a olho nu nas filas para as bilheteiras dos monumentos mais concorridos, como o Mosteiro dos Jerónimos ou a Torre de Belém. Mas este novo serviço, lançado pela Associação Turismo de Lisboa em parceria com a operadora Cityrama, também quer levar os visitantes a outros espaços menos visitados, como é o caso do Museu de Etnologia ou o Palácio da Ajuda que não estão tão à mão de semear como os museus e monumentos junto ao Tejo. O bilhete, válido por 24 horas, custa 5€ e só a boleia para o Palácio da Ajuda quase que compensa o investimento.
O percurso do autocarro é circular e pára por aqui: MAAT - Museu de Arte, Arquitectura e Tecnologia, Padrãos dos Descobrimentos, Museu de Arte Popular, Torre de Belém, Museu da Marinha, Planetário, Centro Cultural de Belém, Mosteiro dos Jerónimos, Museu Nacional de Arqueologia Museu Nacional de Etnologia, Palácio Nacional da Ajuda e Museu dos Coches.
Belém Monumental: 1 Abril a 31 de Outubro: Seg-Dom 10.00-18.00; 1 Novembro a 31 de Março: Seg-Dom 10.00-17.00
Onde estão os Postos de Turismo?
A pergunta é feita em jeito de Onde Está o Wally?. Durante a inauguração do novo circuito foram também inaugurados dois Postos de Turismo, desenhados pelo arquitecto Tiago Silva Dias. Localizados no Jardim Vasco da Gama, junto ao Mosteiro dos Jerónimos, e no Jardim da Torre de Belém, quando estão fechados transformam-se num paralelipípedo todo em espelho que reflecte tudo o que os rodeia. Fechados quase não se vêm, uma espécie de camuflagem que só é interrompida durante o horário de expediente quando fica aberta apenas uma das faces da estrutura.
Assistimos ao momento da inauguração e mal subiu o pano, perdão, o espelho, vários turistas que passavam atiraram-se aos panfletos e bilheteira. É verdade, os dois postos, além de prestarem apoio aos visitantes, vendem bilhetes para os museus e monumentos da zona, uma forma de descongestionar as bilheteiras e promover os locais menos procurados, equilibrando as visitas nesta zona da cidade. Os postos têm ainda um WC acessível ao público, mas é preciso inserir 0,50€ em momentos de aflição.
É uma colecção única no mundo e agora respira melhor desde que em 2015 passou para um novo edifício na Avenida da Índia, a poucos metros do antigo Picadeiro Real, a primeira morada dos coches a partir de 1905, onde ainda existe um núcleo expositivo. Quase desde a sua fundação que se sentia a necessidade de um espaço maior, o que só aconteceu mais de 100 anos depois. O primeiro coche a entrar no novo museu foi o Landau do Regicídio, talvez o mais icónico da colecção composta por viaturas de gala e de passeio dos Séculos XVI a XIX, provenientes da Casa Real Portuguesa, Igreja e colecções particulares.
Monumento nacional desde 1910, destaca-se como a antiga habitação real e museu de artes decorativas, e também enquanto sede de outras instituições portuguesas ligadas à cultura e palco de cerimónias protocolares. Organiza visitas orientadas e recebe exposições que convidam a uma passeio pela história. Resumindo as origens desta palácio, é caso para regressar a 1755. Encontrava-se a Família Real na sua Quinta de Belém quando se deu o grande terramoto. Desde então, D. José I recusou-se a voltar a habitar edifícios construídos “em pedra e cal”. A solução encontrada passou pela eleição de um local seguro. E não é difícil perceber que acabamos por ir parar a este Palácio Nacional da Ajuda.
Mandado erigir pelo rei D. Manuel I em memória do Infante D. Henrique é Monumento Nacional desde 1907 e Património Cultural da Humanidade desde 1983. Não se esqueça também da paragem no Museu de Arqueologia. Foi fundado em 1893 pelo Doutor José Leite de Vasconcelos e o seu acervo, alojado no Mosteiro dos Jerónimos, reúne as suas colecções iniciais, bem como as de Estácio da Veiga. A estas somaram-se muitas outras, casos das colecções de arqueologia da antiga Casa Real Portuguesa, ou das colecções de arqueologia do antigo Museu de Belas Artes. Outras aqui chegaram por doação ou legado de coleccionadores e grande amigos do museu, como Bustorff Silva, Luís Bramão, e Samuel Levy.
É perfeito para seguidores da história da antropologia portuguesa e ainda por cima tem uma vista fabulosa sobre o rio Tejo. Fica no Restelo, por cima do estádio d’Os Belenenses, e inclui uma exposição permanente com sete núcleos temáticos. O bilhete de entrada dá também acesso às reservas visitáveis (visita guiada), casos da Galeria de Vida Rural (diariamente às 10.30 e às 14.30) e da Galeria da Amazónia (diariamente às 11.30 e às 15.30). O Museu tem ao todo objectos, entre doações e recolhas feitas pelo próprio museu.
Mesmo quando não há estrelas no céu, há estrelas no Planetário. Na cúpula de 23 metros é possível ver constelações, luas, planetas, nebulosas, galáxias e outras coisas do infinito. Ali ao lado, é favor não perder o Museu da Marinha, outro dos destaques neste roteiro por Belém.
O projecto do italiano Vittorio Gregotti e do português Manuel Salgado dá espaço a exposições temporárias e, desde 2006, à colecção Museu Berardo, e ainda às artes performativas, do teatro à ópera, não esquecendo a dança.
Considerado um dos monumentos mais expressivos da cidade de Lisboa, a Torre de Belém começou por ser uma estrutura de defesa da barra do Tejo e hoje é um ícone da arquitectura do reinado de D. Manuel I. Classificada em 1983, como Património Mundial pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), foi eleita em 2007, uma das Sete Maravilhas de Portugal.
Em Agosto de 2017 a EGEAC oficializou o compromisso: todos os residentes em território nacional passaram a poder entrar gratuitamente no Castelo de São Jorge todos os domingos e feriados. Mas houve mais: o Padrão dos Descobrimentos juntou-se à festa. Portanto, nada de perder a oportunidade de se armar em turista. Não perca também o vizinho Museu de Arte Popular. Esteve encerrado, deu brado quando um movimento de cidadãos se opôs ao seu desaparecimento da paisagem de Belém e da cidade de Lisboa, e por fim voltou a dar um ar de sua graça. Apresenta-se sem as colecções etnográficas originais, recolhidas por António Ferro em período de Estado Novo, e pretende valer-se de exposições mais pequenas.
Um projecto da Fundação EDP, o Museu de Arte, Arquitectura e Tecnologia já está mais do que consagrado nas iniciais MAAT. As suas formas arquitectónicas marcaram definitivamente a cidade, justificando frutíferas romarias à zona de Belém. Afinal, mais que não fosse, aquela estrutura assinada pela britânica Amanda Levete e o por-do-sol em fundo ficam mesmo a matar numa foto para partilhar nas redes. Claro que a visita não deve terminar aqui, recomendando-se que consulte as exposições programadas na agenda.
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