1. Rua Damasceno Monteiro – Anjos
A Damasceno Monteiro começa bem. Ainda mal saímos do Largo da Graça quando damos de caras com uma das melhores vistas da cidade. Olhamos para o lado e temos o antigo Convento da Graça, lá em baixo vemos o Jardim do Cerco da Graça, e à nossa frente estende-se Lisboa: o Castelo, a Mouraria, a Baixa, o Tejo. Podemos ver isto tudo da rua, ou podemos entrar no número 8A, onde fica a taproom da 8a Colina, uma das melhores cervejeiras de Lisboa, com uma excelente vista. Há dez torneiras, de onde brotam sobretudo as cervejas da casa (mais uma ou outra de fora), e várias garrafas da marca. Também há vinhos e refrigerantes, além de alguns pratos concebidos pelo chef Thomas Mancini.
Umas portas ao lado, no número 12, encontra-se o centro de investigação artística Hangar, que promove residências artísticas e tem uma programação regular de exposições, conversas, seminários e performances. No piso térreo funciona também o restaurante A Li, de Liliana Escalhão, que serve comida saudável, feita com ingredientes locais e sazonais. Se preferir, do outro lado (9B), também se encontra desde o século passado o restaurante Via Graça, com uma vista sobre a cidade melhor do que muitos miradouros. Mas atenção que não é barato.
Se continuarmos a descer a rua, que vai dar a Arroios, no número 21A encontramos o Desassossego (na imagem), um grande mural pintado por Akacorleone na fachada do prédio. O convite foi feito pelos próprios moradores e o artista aceitou desafio. Diz que “representa de uma forma bastante livre a personagem que mais representa a cidade de Lisboa, Fernando Pessoa, num sonho psicadélico”.
Mais abaixo, nos números 43/45 encontra-se a Pharmácia Musical, que na verdade é um bar recheado com móveis e elementos decorativos de uma antiga farmácia (daí o nome, parte um) e onde costuma haver música ao vivo (daí o nome, parte dois).
Uns valentes metros mais tarde no 108 D, já mais perto da zona de Arroios/Intendente, está a Curva, um café com decoração minimalista, onde tanto se está bem ao pequeno-almoço, a comer qualquer coisa – as tostas abertas, como a de abacate, são uma das especialidades da casa –, como ao fim do dia, a beber um copo de vinho e a ler uma revista. Também há um espaço dedicado à venda de produtos nacionais.
Ao lado, no 110, encontra-se a Garagem Infinita, que já foi mesmo uma garagem mas hoje é um espaço de cowork, com boa pinta e boa internet. Logo a seguir, na porta 110 D, funciona a Forja Tattoo, uma das duas lojas de tatuagens da rua. A outra, a Flourish and Blotts, está instalada no número 146A e apesar de ter nome de livraria para estudantes de feitiçaria é mesmo um estúdio de tatuagens. Também fazem intervenções em peças de vestuário e vendem postais, retratos e xilogravuras.
Extensão da rua: 650 metros
Estacionamento: EMEL
Estação de metro mais próxima: Intendente
Grau de dificuldade: Médio, custa a subir
A melhorar: Ainda há muito por onde crescer
Por Luís Filipe Rodrigues