O inovador e modernista projecto para o Jardim da Gulbenkian, dos arquitectos paisagistas Gonçalo Ribeiro Telles e António Viana Barreto, foi concluído em 1969 e nasceu em terrenos do antigo Parque de Santa Gertrudes, propriedade do filantropo Vasco Maria Eugénio de Almeida. É um jardim emblemático do movimento moderno em Portugal e celebra a paisagem portuguesa com micropaisagens que são um chamativo para humanos e várias espécies animais.
Arquitecto paisagista, mas também ecologista e político. Gonçalo Ribeiro Telles, pioneiro na sua área profissional em Portugal, morreu esta quarta-feira aos 98 anos.
Formado em Agronomia e Arquitetura Paisagista em 1950, pelo Instituto Superior de Agronomia, em Lisboa, Ribeiro Telles teve um papel activo na vida política. Em 1969 co-fundou o Partido Popular Monárquico, em 1993 o Movimento Partido da Terra (MPT), foi Subsecretário de Estado do Ambiente e Secretário de Estado de Ambiente (1974-76) e até Ministro da Qualidade de Vida (1981-83). Das suas mãos como deputado nasceram propostas como a Lei de Bases do Ambiente, a Lei Condicionante da Plantação de Eucaliptos ou a Lei dos Baldios, entre outras.
Mas entre as décadas de 50 e 70 teve um papel activo como arquitecto paisagista na Câmara Municipal de Lisboa, onde integrou a Repartição de Arborização e Jardinagem da Direção dos Serviços Especiais, o Gabinete de Estudos de Urbanização ou o sector de Planeamento Biofísico e de Espaços Verdes do Fundo de Fomento da Habitação. É autor de projectos como Parque Periférico de Lisboa e o Corredor Verde de Monsanto, mas o seu legado em Lisboa tem muito mais verdura. Conheça os espaços verdes que deixou à cidade, mas primeiro passe pela Casa dos 24, onde encontra a exposição “O Mester da Paisagem”, que percorre a obra de pensar e trabalhar do pai do Plano Verde de Lisboa.
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