Teatro Nacional D. Maria II
©Teatro Nacional D. Maria II
©Teatro Nacional D. Maria II

Então, até já: a agenda das portas fechadas para obras

Anote as datas de fecho (e de reabertura) de alguns espaços culturais de Lisboa.

Renata Lima Lobo
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A bazuca chegou aos espaços culturais de Lisboa. À boleia do PRR - Plano de Recuperação e Resiliência, quinze museus e monumentos da cidade vão entrar em obras e pelo menos três já revelaram as datas da intervenção: os teatros D. Maria II e São Carlos e o Museu Nacional de Arqueologia.

Os outros espaços são a Casa Museu Anastácio Gonçalves, o Mosteiro dos Jerónimos e o Palácio Nacional da Ajuda (acções de conservação e restauro), o Museu de Arte Popular, os Museus Nacional de Arte Antiga (núcleo de ourivesaria e das reservas), o de Arte Contemporânea, o de Etnologia, o do Azulejo, o do Teatro e da Dança, o do Traje e o dos Coches (Picadeiro Real e Novo), o Panteão Nacional e a Torre de Belém (estruturas de apoio ao visitante, bilheteiras e lojas), num investimento total de quase 56,9 milhões de euros.

Mas há espaços nesta lista que estão em obra, sem bazucas. Faça como nós e anote as datas de fecho e também de reabertura de alguns espaços culturais de Lisboa.

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  • Santa Maria Maior

O mais emblemático teatro de Lisboa vai fechar durante todo o ano de 2023 para obras de restauro, manutenção e renovação de várias zonas, um projecto que prevê um investimento total de 9,8 milhões de euros, com verbas do Plano de Recuperação e Resiliência (a famosa “bazuca europeia”), destinadas à valorização, salvaguarda e dinamização do património cultural.

A mudança vai ser clara logo à entrada, com a reformulação da zona do átrio, que ficará mais confortável e bem iluminada, e também com a junção da bilheteira e da livraria num só espaço. A Sala Garrett será pintada, os tecidos que forram as paredes serão substituídos e toda a parafernália eléctrica actualizada. As restantes mudanças acontecem nos bastidores, com a criação de uma nova sala de ensaios, a reorganização da zona do subpalco e a melhoria das condições nas zonas onde são guardados os adereços e figurinos, assim como a área da biblioteca/arquivo, onde se encontra o precioso acervo histórico.

E por quase todo o lado vai respirar-se melhor, com a instalação de um novo sistema de climatização. O Teatro D. Maria II abriu em 1836 e não é a primeira vez que encerra, embora agora por motivos menos trágicos. Em 1964, um violento incêndio só deixou de pé as paredes exteriores e a entrada do edifício e apesar de respeitar o estilo neoclássico original, o actual edifício é uma reconstrução que se deu por terminada apenas em 1978. Em comunicado, o teatro garante que o actual projecto de remodelação “terá em consideração o valor arquitetónico e patrimonial do teatro.”

  • Arte
  • Design
  • Baixa Pombalina

É uma verdadeira obra de Santa Engrácia, mas há luz ao fundo do túnel. O MUDE – Museu do Design e da Moda, que abriu em 2009 no antigo edifício-sede do Banco Nacional Ultramarino (BNU) da Rua Augusta, fechou em 2016 para obras de requalificação integral, com o objectivo de alargar o espaço expositivo e instalar um restaurante panorâmico com vista sobre a Baixa Pombalina. No entanto, problemas financeiros da construtora fizeram parar a obra e a burocracia voltou à estaca zero. Após lançamento de novo concurso público, foi finalmente assinado um contrato em Janeiro de 2021, com prazo de execução de 720 dias. Fazendo as contas, equivale a quase dois anos de partir pedra, rumo a 2023.

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Teatro Variedades

Inaugurado em 1926, o Variedades foi desactivado no final dos anos 90. Até há bem pouco tempo, este edifício desenhado pelo arquitecto Norte Júnior encontrava-se em avançado estado de degradação, mas está a ser alvo de obras de requalificação e pode estar pronto já em 2022.

Uma empreitada retomada em 2020, após a obra ter sido interrompida por insolvência do anterior empreiteiro. Com um investimento municipal de cerca de cinco milhões de euros, é um projecto da autoria de Manuel Aires Mateus que, segundo a Lisboa Ocidental SRU (entidade municipal que executa as empreitadas em curso), “visa restaurar o glamour deste emblemático edifício da cidade de Lisboa, mantendo os principais elementos que o caracterizam: o pórtico, o foyer, o auditório e o palco.”

No entanto, é possível que o público tenha de esperar mais um tempo até voltar a entrar no teatro, já que ainda não foi divulgado o modelo de exploração do espaço. Por exemplo, o vizinho Cineteatro Capitólio – Teatro Raul Solnado foi concessionado pela Câmara Municipal de Lisboa à Sons em Trânsito em 2017, após lançamento de concurso público.

  • Museus
  • Belém

Numa das alas do Mosteiro dos Jerónimos mora o Museu Nacional de Arqueologia, um espaço fundado em 1893 que integra a maior colecção de tesouros nacionais e de escultura clássica em museus portugueses. Este é outro dos espaços do nosso património cultural que irá beber da fonte do Plano de Recuperação e Resiliência e será alvo de “uma intervenção profunda e hercúlea”, um investimento de 25 milhões de euros, assegurou o director do museu, António Carvalho.

Mas tudo irá valer a pena. É que a maior parte do acervo está guardada em reservas, inacessíveis ao público, e a reabilitação do espaço irá permitir o crescimento da área expositiva, pela cedência da Torre Oca do Mosteiro dos Jerónimos, actualmente ocupada pelo Museu de Marinha.

A obra deverá arrancar no final de 2023 e estar concluída no final de 2025 e irá reorganizar espaços no subsolo, assim como consolidar as fundações do mosteiro. Durante esse período, o museu irá continuar a participar em exposições temporárias noutros locais do país.

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  • Chiado

A bazuca a dar-lhe: em breve irá ainda financiar as obras do Teatro Nacional de São Carlos (TNSC), num investimento de 27,93 milhões de euros. E, na verdade, o São Carlos tem pressa: Conceição Amaral, presidente do Conselho de Administração do OPART – Organismo de Produção Artística, alerta que “o TNSC vive na angústia permanente e monitorização diária sobre a instalação eléctrica”.

As obras irão decorrer entre Janeiro de 2024 e Setembro de 2025 e corrigir várias fragilidades do edifício, com intervenções na sala principal, no pavimento, na maquinaria, no sistema de som, na protecção térmica e na protecção contra incêndios. A intervenção irá também criar uma nova sala de ensaios para a Orquestra Sinfónica Portuguesa, uma nova cafetaria e uma nova loja, estando ainda previstas obras na bilheteira, reabilitação dos espaços de acervo e requalificação dos bastidores e camarins.

Recordamos que o TNSC já se encontra de cara lavada, embora apenas no exterior: este ano o teatro regressou à sua cor original, abandonando o amarelo (cor adoptada em 1940) e regressando ao azul. Também a programação do TNSC promete percorrer o país de norte a sul durante o seu encerramento.

Museus de Lisboa

  • Museus

Há museus completamente gratuitos em Lisboa (já os listámos) e depois há outros que não dão o braço a torcer e onde vai ter sempre de se chegar à frente e abrir a carteira. Mas ainda há um meio termo, aqueles que dão tréguas em pelo menos um dos dias da semana ou do mês, para que possa entrar sem gastar dinheiro. Seja ao sábado, no primeiro domingo do mês ou depois de uma certa hora – há opções para tudo e não há grandes desculpas para não aderir a estas borlas. Está pronto para apontar estas dicas?

  • Museus

Não é ao domingo de manhã, sexta à tarde ou segunda de madrugada. Estes museus são de entrada gratuita sempre que a porta está aberta ao público (em alguns terá de marcar). E a busca pela descoberta de um museu gratuito também pode significar a descoberta de um museu que nem sempre está nas bocas do mundo e, como sabe, o conhecimento não ocupa lugar, por isso quanto mais melhor. Fomos à procura dos museus grátis em Lisboa e concelhos vizinhos e descobrimos algumas pérolas museológicas. Da sala de operações do Movimento das Forças Armadas ao museu que respira dinheiro, há muito para aprender sem gastar um tostão. Aventure-se nestes museus grátis em Lisboa e arredores.

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  • Museus

Conhece as propriedades do pó de múmia? E o nome da imagem do arcanjo que seguiu nas naus portuguesas em jeito de protecção? Acha que os cravos são (apenas) flores? Está preparado para atender um lavagante? Ok, chega de perguntas que só adiam ainda mais a satisfação da sua curiosidade. Se não faz ideia do que tem andado a perder nos museus em Lisboa, já por si repletos de experiências imperdíveis, nós recenseamos a matéria e oferecemos uma bússola segura. Os acervos enchem-se de autênticas pérolas com peças para todos os gostos, e nada como um breve roteiro para não se perder nos melhores corredores da cidade. É obrigatório conhecer estas obras de arte.

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