Ribeira d'Ilhas
Fotografia: Arlindo Camacho
Fotografia: Arlindo Camacho

Escapadinhas de um dia a partir de Lisboa

De Cascais a Óbidos, espreite sugestões para ir num pé e voltar noutro. São escapadinhas de um dia a partir de Lisboa

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Não custa nada ir passear e mudar de ares. Sobretudo quando pode visitar destinos que não ficam a mais de uma hora de distância de Lisboa e voltar no próprio dia (a opção de ficar a dormir é por sua conta, mas também vale a pena). De Cascais a Óbidos, há apontamentos culturais, sugestões carregadas de história, mesas simpáticas, tudo o que se quer. E tudo à mão de semear. Inspire-se nesta lista de escapadinhas de um dia a partir de Lisboa e aproveite melhor os tempos livres.

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Escapadinhas de um dia a partir de Lisboa

  • Coisas para fazer

Sabe que Cascais é um dos melhores destinos europeus do ano? É verdade: a vila é considerada a “Riviera portuguesa” pela plataforma European Best Destinations.

Comece então por conjugar por estas bandas o mais importante dos verbos nos próximos tempos: picar, porque não há falta de boas razões para praticar a gula.

Além dos novos autocarros grátis (para moradores, estudantes e trabalhadores no concelho), há muitas novidades no horizonte para Cascais, mas não são precisas desculpas extra para explorar este ponto da linha. Basta atentar na agenda da vila para os próximos meses. De qualquer forma, deixamos a dica: o Museu da Vila está maior e mais interactivo.

Aproveite e faça ainda uma visita ao Forte de São Jorge de Oitavos, para um passeio pelo Parque Marechal Carmona, morada do Museu Condes de Castro Guimarães.

Para os miúdos, recomendamos por exemplo uma brincoteca — chama-se Oficina das Pulgas e é um espaço de lazer para miúdos, onde se realizam festas de aniversário e workshops, mas também actividades como meditação e yoga. 

Quando o calor começar a dar ar de sua graça, não se esqueça de levar a toalha e o fato de banho para as melhores praias da Linha

  • Viagens

Na terra onde o mar é mais azul nem tudo se resume à praia, mas há quase sempre uma ligação a descobrir. Vale a pena uma paragem no Largo de São Sebastião e na Ermida com o mesmo nome, situada entre as praias do Algodio e de São Sebastião, e classificada como Monumento de Interesse Público, com as suas raízes a perderem-se no século XIII. 

Passe pelo Largo dos Condes da Ericeira para uma pausa nos vimes do Cesteiro, e abasteça-se de cadeiras e cestos. Já na Praça da República espreite a Tabacaria Ovni, com a sua chancela, a editora Mar de Letras, especializada na edição de títulos sobre a terra. 

Para confortar o estômago e apanhar a onda das tendências, prove uma das Nalu Bowls. Mesmo que não seja dado ao surf, não se esqueça que está numa Reserva Mundial, a primeira da Europa, classificada em 2011. Para um programa mais clássico, enverede pela Rua das Furnas e decida-se entre a Esplanada das Furnas e a Marisqueira das Furnas.

Se quiser mais ideias, temos mais cinco e uma delas passa pelo Mosteiro Budista Sumedhãrãma, onde pode ficar até uma semana sem levar a mão aos bolsos: a estadia é grátis se quiser experimentar participar activamente no quotidiano dos monges.

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3. Lourinhã

Se até agora não via muitos motivos para rumar à Lourinhã, o Dino Parque vai convencê-lo a esquecer essa ideia de que por ali não se passa grande coisa (até porque sempre se passou uma ou outra). Fica a cerca de uma hora de Lisboa e vale a visita, especialmente com miúdos admiradores de dinossauros. Mas vá sem pressas porque o parque é grande – não é por acaso que o Dino Parque se gaba de ser “o maior parque temático da Europa em área e percursos”. Há quatro caminhos para descobrir (paleozoico, triásico, jurássico e cretáceo) e um novo trilho dedicado aos monstros marinhos.

No total, são mais de 180 modelos à escala real. Não faltam várias sombras e mesas nos diferentes percursos para que possa fazer pausas e aproveitar o parque à vontade. Há ainda baloiços espalhados pelo parque e alguns dinossauros a pedirem para serem trepados. No final, há uma grande zona com actividades onde os miúdos podem escavar na areia à procura de fósseis, pintar modelos de dinossauros ou desenharem tudo o que viram.

Não faltam mesas para piqueniques (leve o farnel à vontade), mas se preferir rume até Porto das Barcas, mesmo ali ao lado, onde encontrará o restaurante Frutos do Mar, uma marisqueira à beira-mar plantada. Anote: aos domingos há um muito concorrido buffet de marisco (32€/pessoa e crianças não pagam).

4. Mafra

Há, como é óbvio, clássicos indispensáveis em dia de romaria a Mafra. O Palácio Nacional de Mafra, por exemplo, é gratuito no primeiro domingo de cada mês, um incentivo adicional para quem se aproxima do Terreiro D. João V. Foi a partir daí que a corte partiu para o Brasil e onde arranca a viagem no tempo para toda a família. Depois há uma novidade. Os monumentais carrilhões estavam silenciosos desde 2001, devido à degradação das estruturas de madeira (vale a pena lembrar que os sinos maiores pesam 12 toneladas), e regressaram à vida este ano, após demorado e complexo restauro.

Na Tapada de Mafra não faltam javalis e veados, mais um sem fim de actividades que irão fazer as delícias dos miúdos. Há circuitos pedestres, programas a cavalo e de charrete, viagens de comboio, percursos BTT, observação de pássaros e até pode dormir numa casa tradicional para uma experiência completa. 

A Aldeia Típica de José Franco é outro ponto de interesse. A entrada é livre e a pausa na Nacional 116 é mais que justificada. Pode trazer pão de Mafra ou com chouriço (se não o devorar logo).

Calculamos que já esteja esfomeado, portanto rume à Póvoa da Galega – Milharado, para se sentar à mesa na Churrasqueira Povoense. O espaço é simples e rústico, costuma estar à pinha, e o menu vive exclusivamente de carnes grelhadas (a excepção é o bacalhau no brasa). Acompanhe as tiras ou secretos com a simplicidade de uma salada e batatas fritas. 

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5. Óbidos

Do Castelo à Porta da Vila, da célebre Rua Direita a inúmeras ermidas e igrejas. Há poucos destinos mais pitorescos que Óbidos e não tem que esperar pela temporada do chocolate para se fazer à estrada. Lembre-se ainda que acaba de chegar a uma vila literária, afamada pelo respectivo festival, o Folio, e que as livrarias quase merecem um roteiro só para elas. Da Livraria do Mercado à Santiago, da Livraria da Adega às Histórias com Bicho, numa antiga escola primária, entregue-se aos livros.

Já a unidade ecológica Rio do Prado convida ao check-in mas pode apenas usufruir do seu restaurante Maria Batata, que se rege pelos ciclos da natureza (também há mercearia biológica e livraria).

Não regresse a casa sem provar a típica Ginja de Óbidos. Ah, e não muito distante, pode aproveitar para serpentear pelo Bacalhôa Buddha Eden, no Bombarral, com o seu jardim de escultura moderna e contemporânea.

6. Santa Cruz

O Carnaval de Torres, o Carnaval de Verão em Santa Cruz e o Cortejo de 15 de Agosto são apenas alguns marcos a assinalar na agenda, ano após ano. Há mais para descobrir em Santa Cruz e arredores, em época balnear ou fora dela, até porque o clima do Oeste nem sempre está para brincadeiras. 

Em compensação, o pão saído do Moinho de Caixeiros está sempre no ponto e vale uma paragem pelo caminho

Para fotos fora da caixa, dê um pulo às Ruínas do Convento Velho de Penafirme. Também pode experimentar uma selfie com a estátua de Antero de Quental, escritor que aqui viveu durante dois meses, a convite do amigo Jaime Batalha Reis. 

Já com o pé quase à beira-mar, procure um lugar no Noah, a escola de surf que é também bar e restaurante, e esteja atento à agenda dos Longboard Dancing Sunsets, que combinam o melhor das proezas sobre longboards com o cenário do pôr-do-sol. 

Já aos sábados e domingos, das 08.00 às 14.00, procure os produtos biológicos da Quinta da Areia no Mercado Municipal. 

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7. Setúbal

Ir a Setúbal também pode ser sinónimo de ir a Miami (Praça Machado dos Santos, 41). Baralhado? Calma. Trata-se de um restaurante e, para além de servir as especialidades óbvias da terra, aposta na massada de sapateira. É fazer a prova dos nove. Conte também com o peixe do Batareo (na foto) e escusado será falar naquelas duas palavras mágicas por estes lados: choco frito. Há muitos e bons restaurantes para experimentar.

Antes disso, dê uma volta pelo Mercado do Livramento, para uma overdose de cor e frescura. E vá à Casa da Baía, num edifício do século XVIII, que inclui uma zona de atendimento turístico e uma área vínica, com uma garrafeira em que estão representados todos os produtores da região. Os claustros funcionam como jardim de inverno e dão apoio à cafetaria, onde poderá provar o famoso moscatel de Setúbal.

O Convento de Jesus e o Forte de São Filipe são outros dois pontos a contemplar e demore a vista nos azulejos dos séculos XVII e XVIII no interior da Igreja de Santa Maria da Graça. Depois, se ainda tiver tempo, parta à descoberta da Arrábida. 

  • Coisas para fazer

Em Sintra, para além da beleza natural que dispensa apresentações, não faltam propostas de agenda para seguir até ao final do ano. Nada como estar em permanente ligação à Parques de Sintra para não perder pitada. Ou a sites como a Caminhando.pt, férteis na sugestão de trilhos pedestres, muitos deles pela zona de Sintra e os seus mistérios.

O que não sai do mesmo lugar e justifica entrada é o Newsmuseum, um belo enclave informativo para levar os miúdos e navegar por outras eras. Ou, é sempre uma boa ideia, os jardins e parques da vila. Nalguns destes vastos e verdes prados basta um passeio para embarcar numa viagem pelos quatro cantos do mundo através da botânica.

Como qualquer périplo intenso abre o apetite, não perca de vista as mesas que garantiram lugar no guia de melhores restaurantes Time Out. Pode começar pelo cabrito da Adega do Saraiva, à confiança. Se o tempo estiver de feição, não descarte uma ida à Adraga.

No final, se lhe apetecer pernoitar pela vila, faça check-in no Chalet Saudade, um reduto vintage bem no centro. No cimo da montanha, tem o Vila Galé Sintra, um healthy lifestyle hotel” de cinco estrelas, em plena Várzea.

Mais escapadinhas

  • Hotéis

Fevereiro é o mês mais propício a escapadinhas românticas, mas todos os dias do ano são bons para levar a sua cara-metade a passear – e melhores ainda para experimentar uma nova cama king size ou ver as vistas à mesa do restaurante do hotel. Para não deixar nada ao acaso, vá a um destes hotéis românticos em Portugal.

  • Viagens

O caminho até lá é longo e a estrada serpenteia ao longo de quase uma hora. De Padornelos, em Montalegre, a Boticas, já em Vila Real, os 30 quilómetros que separam a Casa de Padornelos da Casa do Pedro, dois dos restaurantes que integram a Rede de Tabernas do Alto Tâmega, mostram como este é um território tão diverso. A paisagem muda, o clima também, mas, mais importante, em cada sítio, a gastronomia mostra ter uma identidade singular.

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  • Viagens

Antes de começar, um bocadinho de contexto: Valdosende é uma das freguesias de Terras de Bouro, uma vila minhota que está muito perto de ser um dos segredos mais bem guardados do Norte do país. Mas não é um Norte qualquer, é mesmo no coração do Parque Nacional da Peneda-Gerês. Isto tudo para dizer que, por entre paisagens de cortar a respiração, encontrámos um hotel rural debruçado sobre a albufeira da Caniçada que é um convite à vida ao ar livre.

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