Vindimas - Quinta do Ventozelo
DR - Quinta do Ventozelo
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Os melhores programas de vindimas de norte a sul do país

Setembro é mão no cacho e pé no mosto. Os editores da Time Out correram o país em busca dos melhores programas de vindima para este mês.

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Menos, mas melhor. A produção de vinho em Portugal vai encolher um pouco nesta vindima, mas a expectativa geral é de uma colheita óptima. Segundo estimativas do Instituto da Vinha e do Vinho, dez das 14 regiões vitivinícolas nacionais vão produzir menos. No geral, uma quebra de 8%. Mas as condições gerais desta campanha deixam espaço para optimismo: o Verão foi mais fresco (sim, isto está tudo mais quente, mas falamos de temperatura média até à vindima) e a chuva caiu mais ou menos no ritmo que se quer. E isso é muito mais de meio caminho andado para um ano de bons vinhos.

Nesta lista, apresentamos-lhe a nossa colheita seleccionada. São mais de duas dezenas de propostas para participar na vindima em oito regiões diferentes. Há para todos os gostos e gastos, do mais tradicional ao mais pipi, do mais longe ao mais perto de si. Em comum, têm a celebração da cultura do vinho. E quase sempre um chapéu de palha. 

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Região dos Vinhos Verdes

O vinho não se diz verde pela cor, mas porque noutro tempo as uvas eram colhidas pouco maduras. Já a paisagem, sim, é verde como o amor da Natália Andrade. Estamos na maior região demarcada portuguesa. Estende-se por todo o Noroeste do país e é conhecida como Entre-Douro-e-Minho, uma expressão entre hífens para um lugar entre rios. Grandes vinhos brancos, minerais e de acidez natural. Magníficas aguardentes.

PRINCIPAIS CASTAS ALVARINHO, LOUREIRO, ARINTO (PEDERNÃ), AVESSO E TRAJADURA |VINHÃO 

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Alvaredo (Melgaço). 1 a 15 de Setembro

Não se sabe a idade do Soalheiro, mas sabe-se a data exacta em que o vinho nasceu. Explicamos. Soalheiro é o topónimo de um terreno com grande exposição solar; e daí saiu a primeira garrafa do primeiro Alvarinho de Melgaço, no dia 20 de Março de 1982. Já a vinha foi plantada em 1974 e cumpre 50 gloriosos anos nesta vindima. E isso merece festa. 

A parcela original está hoje no centro de uma paisagem de retalhos e as uvas vêm das terras de 180 famílias que integram o Clube de Viticultores do Soalheiro. Uma delas será sua anfitriã. A aventura começa às 10.00. Vai trabalhar na vindima, mas pouco, que às 11.00 já é tempo de merenda com copo de Alvarinho. Antes do almoço, visita à adega para aprender um pouco sobre vinificação e fazer prova de mostos e dos vinhos que eles originam. 

Desde 135€, mínimo 2 pessoas. enoturismo@soalheiro.com. 251 416 769

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Penafiel. 7 e 8 de Setembro

A história do vinho neste lugar perde-se no tempo. Com o nome Aveleda, vindima-se há 150 anos e acumula-se experiência há cinco gerações. Aqui nasceu o bestseller internacional Casal Garcia e uma das mais afamadas aguardentes vínicas nacionais. A festa começou no último dia de Agosto, mas ainda vamos a tempo. Chamaram-lhe Vindimart e, além de umas tesouradas na vinha, inclui sessões especiais de prova (dia 7), um minicurso vínico (dia 8), visitas à Adega Velha (sim, essa que dá nome à aguardente) e aos Jardins Românticos da Quinta. Acresce lanche ou jantar (consoante o programa) com petiscos tradicionais e sopa das vindimas. A rambóia começa às 15.30 e prolonga-se até à noitinha, dia 7 com um workshop de chapelaria (dado pela Maraus), no dia 8 com um bailarico.

Programas com vindima desde 60€. enoturismo@aveleda.pt. 255 718 200

Douro

Escreve-se Douro e lê-se Douro, respeitando o ditongo. Nada de dizer Dôro, com esse sotaque afectado de Coimbra-Lisboa. Estamos na mais antiga região demarcada do mundo (1756) e a sua paisagem de socalcos é Património da Humanidade. Nestas encostas xistosas nasce o Vinho do Porto, o grande embaixador português, mas também tintos tranquilos e magníficos. A vinha ocupa 40 mil hectares, mas a região prolonga-se por uns 250 mil. E é difícil encontrar uma parcela que não seja um postal.

PRINCIPAIS CASTAS CÓDEGA DO LARINHO, RABIGATO, GOUVEIO, VIOSINHO | TOURIGA NACIONAL, TOURIGA FRANCESA, TINTA RORIZ, SOUSÃO

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Ervedosa do Douro. 7 e 14 de Setembro.

A meio da manhã e algures no meio das videiras (são 200 hectares), dão-lhe a provar um tinto da casta que estiver a vindimar no momento. Ou seja, para variar, vai beber para ganhar noção do que está a fazer. O copo acontece no intervalo da vindima, faz parte do tradicional mata-bicho, e acompanha um caldo de cebola e umas covilhetes (aquelas empadinhas incríveis de massa folhada) recheadas de legumes e javali. Findo o trabalho, segue de jipe até à Adega da Granvinhos (Alijó) para a prova de vinhos. Depois há almoço na Cantina de Ventozelo, com promessa de sardinha de São João em escabeche, salada de tomate coração de boi (grande especialidade sazonal da zona), rancho à moda de Viseu, queijo e rabanadas de vinho do Porto. Depois disto, o ideal é ocupar um dos 29 magníficos quartos da quinta.

135€ adulto (65€ criança dos 12 aos 17). actividades@quintadoventozelo.pt. 254 249 670

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Armamar. Setembro.

O Tedo corre de sul para norte, nasce perto de Moimenta da Beira e desagua no Douro. E é aí que achamos a Quinta do Tedo, no lugar onde os dois rios se encontram, num daqueles postais serpenteados com mais tons de verde que o catálogo da Robbialac. É este o cenário para uma vindima tradicional, com apanha à mão e pisa com o pé, e que promete muita pedagogia sobre castas e o processo de lotação dos Portos Tawny. O programa estende-se por umas cinco horas e inclui lanche tradicional de vindima, uma sessão de orientação em grupo (calculamos que antes das provas) e uma visita ao centro de vinificação. Além disso, claro, recebe a t-shirt da praxe como recordação. Para completar a experiência, reserve quarto no agroturismo da quinta (quartos a partir de 175€).

Desde 130€ (grátis para menores de 12; desconto de 50% dos 12 aos 16 anos), máximo 12 pessoas. enoturismo@quintadotedo.com. 254 789 165

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Covas do Douro. 9 e 16 de Setembro.

Lembra-se das Pombinhas da Catrina? Aquelas pobres bichas estafadas, que andavam já de mão em mão, até que foram dar à… isso mesmo, aqui. Essa é uma das muitas referências históricas a estes 120 hectares de terra, que constavam já da primeira demarcação pombalina em 1756. A adega original é de 1764 e a casa senhorial data de 1765. Nova, só mesmo no nome. 

Nestes dias, vai ser possível passear nestas vinhas, fazer o corte das uvas, provar os primeiros mostos e os clássicos nascidos das vindimas anteriores. Depois há almoço no restaurante Terraçu’s e visita guiada ao Wine Museum Centre Fernanda Ramos Amorim, à garrafeira histórica e à sala de barricas. Se possível, deixe-se ficar. Estamos num hotel da rede Relais & Châteaux e não há como errar (quartos a partir de 210€). 

270€, máximo 20 pessoas. quintanovawineryhuse@amorimfamilyestates.com. 969 860 056/ 254 730 430

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Lamego. Setembro

Faz-se vinho com o nome deste lugar desde 1738. O que quer dizer que esta será, pelo menos, a 286ª vindima da Quinta da Pacheca. Mesmo assim, por aqui ainda se esforçam por ter novidades todos os anos. Neste Setembro, a emblemática casa de Lamego propõe um programa que começa com o mata-bicho logo pela fresquinha (10.00). Só depois, quando o bicho já faleceu e toda a gente se sente mais aconchegadinha, entregam um kit de vindima (sim, tem t-shirt, claro) e segue para a apanha de uvas, e daí para a pisa a pé nos lagares. O programa há-de prosseguir com uma visita guiada a toda a quinta e um almoço típico de vindima com tudo o que tem direito. No final, ainda há tempo para uma prova de vinhos. Se puder e achar quarto, fique por aqui. Está num cinco estrelas com vista para o paraíso.

Desde 105€ (grátis para crianças até aos 3 anos; 50% de desconto dos 3 aos 11), máximo 20 pessoas. enoturismo@quintadapacheca.com. 254 331 229 

Dão

Estamos rodeados de montanhas por todos os lados. As vinhas, dispersas e descontínuas,  espalham-se por 20 mil hectares em altitude. Começam nos 200 metros e trepam até aos mil na Serra da Estrela. Uma paisagem granítica que dá brancos frutados, aromáticos e equilibrados, e tintos bem encorpados, aromáticos, bons para envelhecer em garrafa. A coincidência do nome com a terceira pessoa do plural do verbo dar atrai irresistivelmente as pessoas para a piadola seca – quando dão por ela, já aconteceu.


PRINCIPAIS CASTAS ENCRUZADO, MALVASIA-FINA | TOURIGA NACIONAL, ALFROCHEIRO, JAEN

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Santar. Até 19 de Setembro

Aqui é para ir e ficar. O programa está aberto a todos e não é realmente forçoso ficar hospedado, mas a experiência completa propõe uma estadia de duas noites aristocráticas num solar do século XVII, inclui pequenos almoços gloriosos com vista para a Serra da Estrela, tratamentos faciais no SPA do hotel, jantar no restaurante Memórias e, sobretudo, vagar para desfrutar de todas as mordomias que o lugar oferece. A experiência de vindima inclui tudo o que se quer, da colheita manual da uva às guiadas pela adega, com uma aula intensiva sobre castas, vinificações e tudo o mais. Termina com um almoço vínico de inspiração beirã, harmonizado com os rótulos Memória de Santar.

Desde 920€ com estadia de 2 noites. info@santar@valverdeliving.com. 232 394 800

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Gouveia. Setembro

A Quinta da Madre de Água também é um hotel, portanto comecemos pelo fim. Há 10 quartos, mais um apartamento e um estúdio, tudo servido por piscina e outras comodidades. Estamos junto à aldeia de Vinhó, às portas do Parque Natural da Serra da Estrela, 166 km do Porto, 306 km de Lisboa, e o melhor é ficar por aqui, que isto de somar trabalho com vinho costuma resultar em moleza. Os preparativos começam às 10.00 (kit de vindima inclui balde, tesoura, boné, t-shirt e água), passa pela vinha e depois pela adega, onde vai cheirar mostos, separar uvas, pisá-las e tentar perceber como tudo vai acabar numa garrafa. Segue-se um almoço no meio das vinhas. Com isto passaram quatro horas e meia e o tal quarto vem mesmo a calhar.

Desde 80€ (desconto de 50% crianças 4-12 anos), máximo 10 pessoas. hotel@quintamadredeagua.pt.238 490 500 

Lisboa

Lisboa é única em muitas coisas (há anos que pregamos isso na Time Out). Eis mais uma: é a única capital no mundo com uma região demarcada às portas da cidade. Estende-se por 18 mil hectares sob a influência do Atlântico e dá vinhos de grande frescura e mineralidade. Antes chamava-se Estremadura, mas os espanhóis já tinham uma; depois podia ter se chamado Região Saloia, mas também não era grande marketing. É também aqui que se inscreve uma das três únicas regiões demarcadas de aguardente na Europa: a Lourinhã.


PRINCIPAIS CASTAS ARINTO E FERNÃO PIRES |CASTELÃO E TINTA-MIÚDA

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Cadaval. 21 de Setembro

Em 1492, estava Colombo prestes a fazer-se ao mar, D. João II assinou o documento mais antigo que se conhece com a referência à Quinta do Gradil. Dos 200 hectares, 120 são ocupados por vinha, numa localização privilegiada entre a Serra de Montejunto e o oceano: pelas visitas que oferece e pela influência atlântica, determinante para o equilíbrio ácido e frescura dos seus vinhos.

Esta aventura só tem uma data e dura umas cinco horas. À chegada, o equipamento da praxe: tesoura na mão, chapéu de palha no cocuruto, e uma t-shirt catita, que vai acabar por usar para dormir com boas recordações. O dia inclui vindima, pisa a pé, prova de vinhos e um piquenique no meio das vinhas. Crianças até cinco anos não pagam – mas também não bebem. Os restantes menores também têm preços especiais.

Desde 77€/adulto, mínimo 2 pessoas, máximo 20. info@quintadogradil.pt. 262 770 000

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Bucelas. 21 de Setembro

Também só acontece a 21 de Setembro, também dura umas cinco horas, também envolve pisar a uva de pé descalço e também lhe dá direito a um belo chapéu de palha para proteger a mioleira enquanto vindima. Só que aqui estamos na sub-região de Bucelas, a capital do Arinto, a apenas 25 km de Lisboa. 

Às 10.00 já vai estar de copo na mão, para um welcome drink com acepipes e explicação do que vem a seguir. Depois de vindimar e pisar, e antes de se sentar para comer, visita às adegas onde tem direito a um workshop sobre as etapas de produção e a uma prova de sumo de uva (natural). O almoço nesse dia é bacalhau à brás e serve-se nas Caves Velhas. Das entradas à sobremesa, tudo é harmonizado com quatro vinhos premium da quinta. Se lhe der a sorna, saiba que o Boição é um turismo rural, com quartos a partir de 100€. 

Desde 77€ (6-14 anos: metade do preço), máximo 10 pessoas. quintadoboicao@gmail.com. 968 630 461

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Dois Portos (Torres Vedras). A partir de 10 de Setembro

A Quinta da Folgorosa nasceu no século XVIII e, no século seguinte, foi local de pernoita de tropas durante as invasões francesas. Consta, aliás, que tanto Juneau como Wellingthon passaram por aqui. O segundo (que era bife, mas nada tem que ver com o bife homónimo) terá mesmo deixado rasgados elogios ao arinto que aqui se produzia e levou-o consigo para Londres.

A quinta teve vários proprietários e, já em 2019, foi adquirida por Thomas Lindeborg, um finlandês apaixonado por vinhos e por Portugal, e aficionado pela agricultura biológica e sustentável.

Aqui esperam-nos às 09.00, para receber material e instruções de colheita. Às 12.00 há workshop de pisa das uvas na adega e às 13.00 serve-se o almoço. Deixe os miúdos em casa que a coisa toda é só para maiores de 16.

A partir de 49€, máximo 10 pessoas.experiences@folgorosa.com. 261 748 278

Tejo

Aqui há vinho desde que há memória. Só que antes chamava-se Ribatejo e não era propriamente um paraíso para enófilos. Produzia-se muito, barato e manhoso. Nas últimas duas décadas, a região encurtou o nome e a produção, ganhou fama e muita qualidade. São 17 mil hectares de terra plana e alagadiça, que acompanham o rio desde Lisboa até ao Zêzere. Vinhos brancos frescos, frutados e com aromas tropicais, a lembrar o verde da Lezíria; os tintos secos e encorpados, a lembrar um grupo de forcados.


PRINCIPAIS CASTAS FERNÃO PIRES E ARINTO |CASTELÃO E ARAGONÊS

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Vale da Pinta (Cartaxo). 7 de Setembro (outras datas por marcação)

“Encontrei ali os meus companheiros, era tarde, fomos ficar fora da vila à hospedeira Casa do Sr. Luís Sampayo. Rimos e folgámos até alta noite. O resto dormimos a sono solto.” 

Em 1846, Almeida Garrett inscrevia assim em Viagens na Minha Terra uma das suas passagens por esta propriedade do Visconde do Cartaxo. Depois de 300 anos a fazer vinho (começou em 1718), a quinta esteve uma década de portas fechadas. Reabriu em Maio deste ano e esta é a primeira vindima da sua nova vida. Só isso já vale a festa. 

O programa inclui pequeno-almoço tradicional (mata-bicho), um kit vindima, actividades para os gaiatos enquanto os pais se divertem, saída para a vinha em tractor, almoço regional com actuação de rancho folclórico, visita à adega e cave. As palavras de Garrett estão lá, emolduradas para quem as quiser ler.

150€, 40€/criança até 10 anos. eventos@quintadosampayo.pt. 243 248 021

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Torres Novas. 7 de Setembro + Dezembro a Março

Aqui há duas propostas. Comecemos pela segunda, que é para anotar na agenda e recuperar depois do lavar dos cestos. Na Quinta São João Batista, é possível ficar a saber da poda, mas só no Inverno. Entre Dezembro e Março, quando as videiras estão dormentes (estado vegetativo, já ouviu falar?), é possível participar do processo, numa festa semelhante à vindima. Há explicações sobre o processo de vinificação, visita às caves e degustação de vinhos harmonizados com queijos e enchidos regionais. 

Já a vindima acontece no próximo dia 7. Inclui apanha, pisa a pé, prova de vinhos e de algum mosto, visita à adega e à sala de barricas, workshop de vinificação de vinhos brancos, tintos e rosés. No fim, almoço completo e harmonizado com vinhos premium da quinta, com explicações do enólogo. Tudo isto entre as 10.30 e as 16.00.

Poda a partir de 45€, mínimo 5 pessoas, máximo 25: Vindima a partir de 49€ (6-4 anos desconto de 50%), máximo 30 pessoas. experiences@folgorosa.com. 261 748 278

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Vila Chã de Ourique. Até 15 de Setembro.

Aqui tem dois formatos: com e sem a vindima propriamente dita. A Ode Winery oferece um programa de dia inteiro para grupos, que inclui visita à adega Ode, uma das mais antigas do Ribatejo (1902), fazer a apanha da uva, almoçar no restaurante Cellar Door, e fazer a tradicional pisa a pé. 

A outra versão acontece dia 8, começa às 12.00 e dispensa a parte da tesourada no cacho. Chama-se Ode Winery Stomping Party 2024 e cruza vinho com jazz. O programa arranca com um almoço na adega (borrego no espeto e vinhos da casa) e prossegue com uma pisa a pé para desmoer (se bebeu, agarre-se bem a quem estiver ao lado). A festa vai até às 19.00 no espaço exterior com o Jazz On the Green, sessões de música ao vivo que se repetem todos os domingos.

150€ (12-17 anos 100€). Stomping party 65€. contact@odewinery.com. 243 142 209

Setúbal

Setúbal continua por descobrir. Mesmo os lisboetas, que habitam a 35 minutos, têm apenas uma vaga ideia de um lugar de praias e choco frito, que insistem em caricaturar com érres a mais. A maioria desconhece ainda a grande gastronomia, a incrível diversidade do peixe tratado como ourivesaria, o massacote, o alcorraz, o carapau manteiga. E o vinho. A região é abençoada pelo enquadramento Atlântico-Tejo-Sado-Arrábida. Dá um dos melhores moscatéis do mundo; brancos frescos e salinos, tintos com boa acidez e frutos vermelhos.


PRINCIPAIS CASTAS MOSCATEL GRAÚDO, ARINTO, FERNÃO PIRES | CASTELÃO, TOURIGA NACIONAL, MOSCATEL ROXO

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Palmela. 11, 18 e 25 de Setembro

Aqui vai poder dizer que teve uma experiência com 400 vinhateiros de uma só vez. A Adega Cooperativa de Palmela representa toda essa gente e recebe 20% da produção total dos vinhos de DOC Setúbal e Palmela. Contas feitas, ainda são uns 10 milhões de litros por ano. Todas as quartas-feiras de Setembro, a marca convida a um programa que se estende das nove às cinco. Inclui apanha da uva, petiscaria na vinha com animação musical, pisa a pé e visita guiada à adega. A almoçarada faz-se na Cave das Barricas e há uma prova de vinhos, em que aproveitam para apresentar a nova marca Cá Calharás. No final, ainda lhe oferecem uma garrafa, coisa que vem sempre a calhar. 

Desde 90€. enoturismo@acpalmela.pt. 969 127 472 

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Quinta do Anjo (Palmela). 14 e 21 de Setembro

A proposta é esta: levante-se cedo a um sábado, vá trabalhar e pague por isso. Vai ver que gosta e no fim ainda agradece. Na Venâncio Costa Lima o programa da vindima arranca às 08.00, começa com um cafezinho para arregalar a pestana (welcome coffee é o termo técnico) e segue com uma vindima tradicional, com direito a pausa para merenda na vinha. Na volta do campo faz-se visita à adega, pisa-se a uva a preceito, e termina-se com prova de vinhos e almoço na Adega Velha. Vem de lá já à tardinha com uma t-shirt de recordação, mais o inevitável chapéu de palha e uma garrafinha de moscatel personalizada. Vai ficar com saudades da Quinta do Anjo e dormir como um.

68€ (34€ crianças 5-9 anos). enoturismo.vcl@gmail.com. 212 888 020 

Alentejo

É difícil enfiar todo o Alentejo deste mundo no mesmo saco. Há um padrão, é certo: horizonte plano e vento manso, pouca sombra e muito gerúndio. Os brancos tendem a ser suaves, ligeiramente ácidos, com aromas a frutos tropicais; os tintos encorpados, ricos em taninos, frutos silvestres e vermelhos. Mas os solos, embora pobres, são de uma diversidade incomum, alternando entre xisto, argila, mármore, granito e calcário. São 22 mil hectares que há anos dão de beber ao país que mais vinho per capita consome em todo o mundo.


PRINCIPAIS CASTAS ANTÃO VAZ E ROUPEIRO | ALICANTE-BOUSCHET, ARAGONÊS E TRINCADEIRA

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Évora. 15 de Setembro.

Aqui vindima-se por turnos. Pode optar entre a vindima diurna (quatro horas a partir das 10.00) ou a nocturna (oito horas a partir das 06.00). Em ambos os casos, está despachado e almoçado às 14.00. Mas o segundo programa, fique sabendo, é o mais genuíno: estamos no coração do Alentejo e ninguém se põe a alancar com cestos de uvas com o sol a pino. A vindima começa a fazer-se ainda de noite para garantir a frescura das uvas e a de quem as apanha. Para facilitar a tarefa, a equipa da casa vai buscá-lo onde estiver hospedado. Ambos os programas incluem apanha da uva, triagem, prova de vinhos e mostos com petiscos, almoço no renovado Palácio do Paço do Morgado (sec XIV), mais um pack vindima com t-shirt e chapéu de palha (presume-se que com uma fita preta). Há actividades para miúdos até 13 anos.

Desde 150€ (programa infantil 50€), máximo 25 pessoas. adega@fitapreta.com. 915 880 095

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Cuba, Vidigueira. 7 e 14 de Setembro

Mesmo para quem nunca praticou uma coisa ou outra, é fácil perceber que entre a pisa das uvas e o cante alentejano há um movimento de embalo comum. Pois bem, a proposta aqui é juntar as duas num mesmo momento. Na Herdade do Rocim, o programa não inclui apanha da uva. Começa às 11.00 e à chegada é logo recebido de copo na mão, para uma primeira prova de vinhos da casa, com queijos e enchidos regionais. Segue-se uma visita à vinha pedagógica para perceber como isto tudo se faz, e às 13.30 é hora de churrasco de porco preto com migas, tudo em modo buffet. Às 16.00, acontece o momento alto da Pisa a Pé com Embalo (todos encostados, ninguém cai).

Desde 75€ (crianças até 16 anos desconto de 50%), mínimo 12 pessoas, máximo 40. enoturismo@herdadedorocim.com. 284 415 180

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Reguengos de Monsaraz. Até 15 de Setembro

Esta Adega, na verdade, são duas. A primeira – a dos Potes – é única e mantém viva uma tradição iniciada pelos Romanos há mais de dois mil anos. Numa sala abaixo do nível do solo, encontramos 114 ânforas de barro onde se consegue um método de fermentação ancestral e raríssimo. A segunda adega – a Nova – está equipada com 44 tanques de inox e toda a tecnologia indispensável para a vinificação de tintos e brancos. Tudo isso faz da José Sousa um lugar de inovação e tradição, perfeito para perceber como o vinho se faz e de onde vem. O programa inclui cortar cachos, pisar as uvas, visitar as duas adegas, provar vinhos e produtos regionais. No fim, almoço de gaspacho, empadas de galinha, queijos e enchidos, tudo acompanhado de vinhos José de Sousa.

Desde 62€. josedesousa@jmfonseca.pt. 918 269 569

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Albernoa. Setembro

O título genérico é Harvest at Malhadinha e chamar a isto vindima é capaz de ser gozar com quem trabalha. Do que aqui se trata, assumidamente, é da celebração de uma época de renovação e recomeço, com tudo o que a gente tem direito numa escapadinha cheia de charme, muitas coisas boas e um conforto de nababo. Os programas especiais da Malhadinha Nova estendem-se por três dias e duas noites (versão Harvest Escape) ou quatro dias e três noites (Harvest Experience). Incluem pequenos-almoços fabulosos, piqueniques no meio da vinha, provas de vinhos e jantares temáticos com harmonizações. Na versão de quatro dias, ainda mete massagens e banhos de vinoterapia no quarto. E, claro, também há vindimas a partir das 04.00 (o horário é consigo), visitas pedagógicas às adegas e tudo isso. 

Desde 750 €(2 noites em quarto duplo). reservas@malhadinhanova.pt. Adega: 284 965 210; Hotel: 284 965 432

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Estremoz. Setembro e Outubro 

No ano que vem, falar de vinho é falar da Serra d’Ossa. A Cidade do Vinho 2025 será aqui. Na verdade, será mais correcto dizer duas cidades e três vilas do vinho: Estremoz e Elvas, Vila Viçosa, Borba e Alandroal. Ora, a Vila Franca de João Portugal Ramos é uma excelente porta de entrada para a região. Para esta vindima, criaram o programa NATURE’ing with WINE (assim mesmo, com jogos de maiúsculas e gerúndio camone). O dia começa às 09.30 no miradouro, junto ao castelo de Estremoz, com vista panorâmica sobre o vinhedo que trepa pela encosta. Segue-se a apanha da uva e a pisa nos lagares de mármore (estamos na terra dele). Após uma visita guiada à adega, há almoço marcado, com dois menus à disposição e vinhos da casa. Tudo somado, é festa para umas cinco horas.

80€, mínimo 4 pessoas. geral@jportugalramos.pt. 268 339 910

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Herdade de S. Miguel (Évora). Terças, quintas, sextas e sábados de Setembro 

Estamos a sul da Serra d’Ossa, na fronteira entre Évora e Redondo e tudo grita Alentejo nestes 35 hectares de vinhedo rodeado de floresta de montado. Em Setembro, a Herdade de São Miguel convida-nos a vestir a camisola da Casa Relvas por um dia  – e no fim deixam-nos ficar com ela. Também oferecem chapéu de palha, claro, que a aventura começa às 11.00, quando o sol já morde. O programa prolonga-se por cinco horas, inclui apanha de uva, pedagogia sobre as castas (Alicante Bouschet, Trincadeira, Aragonez, e Touriga Nacional, vá decorando), pisa a pé, prova de mostos e prova de vinhos. O almoço é opcional e o nosso conselho é que opte por dizer sim, que por aqui come-se sempre bem.

Entre 70€ e 110€ (com almoço, mínimo 4 pessoas, máximo 20. enoturismo@casarelvas.pt. 266 988 034/ 917 295 358

Algarve

Tem só uns 700 hectares em produção e não é região que a maioria associe ao vinho. Mas quando ele aqui começou a ser feito ainda aquele famoso jovem nazareno não tinha produzido o milagre da fermentação a partir da água. Por muito tempo, Algarve foi sinónimo de vinho desinteressante. Até que nos anos 2000 (contados do nascimento do tal jovem) o interesse dos produtores cresceu e a qualidade disparou. Sobretudo pela Negra Mole, casta ancestral do sul ibérico, de que se fazem vinhos elegantes e em vários estilos. 


PRINCIPAIS CASTAS CRATO BRANCO (SÍRIA), ARINTO | NEGRA MOLE, CASTELÃO

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Estômbar. 6 de Setembro

Algarve é Agosto. Por isso, a maioria das experiências de vindima acontecem antes de Setembro. Resta esta oportunidade de ouro. A Arvad foi criada há poucos anos no lugar onde o vinho entrou há muitos séculos. São 12 hectares nas margens do rio Arade, com vista para Silves, onde se diz que o vinho nos chegou, trazido pelos fenícios.

O programa começa às 10.30. Vão explicar-lhe o projecto, inteiramente dedicado à Negra Mole, e depois pô-lo a trabalhar uma hora. Segue-se uma prova de tinto, rosé, branco e do novo Espumante Negra Mole, com estágio em ânfora de barro. Tudo acompanhado de uma tábua de enchidos, queijos, conservas e doces regionais. Quando der por ela, são duas da tarde. Daqui por uns meses, receberá uma garrafa do vinho que ajudou a fazer, com rótulo personalizado por si.

Preço 95€, máximo 20 pessoas. geral@arvad.pt.  968 494 049

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Quando todos procuram o litoral, nós embrenhamo-nos no interior. Quando todos querem azul, nós procuramos verde. Fomos de Melgaço a Amarante pela Rota dos Vinhos Verdes e descobrimos uma alternativa de sonho às praias do costume.

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Se a mentira tem perna curta, as que se contam sobre os vinhos parecem ter pernas um pouco mais longas e resistentes. Há mentiras que se repetem tanto ao longo do tempo que acabam legitimadas. É uma pena. A disseminação dessas ideias falsas pode tornar a experiência de beber vinho bem menos divertida e prazerosa. Até agora. Chegou a hora de desvendar alguns dos mitos sobre vinho. Sabia que o vinho verde é feito com uvas maduras e que o vinho branco também pode ser feito com castas tintas?

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