Piquenique Miolo
©Inês FélixPiquenique Miolo
©Inês Félix

Os melhores sítios para fazer piqueniques em Lisboa

Dizem que o ar livre abre o apetite e afina o paladar. Pois bem, esta é uma rota pensada para estender a toalha e encher a barriga nos melhores parques e jardins da cidade.

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Um piquenique é talvez a melhor forma de escapar da nossa pior ideia de cidade sem ter de sair dela. Da toalha aos quadrados aos hectares de relva, passando pelas flores, morangos e flutes improvisados, quando o assunto é comer e beber ao som dos passarinhos, há que levá-lo a peito. Agora que está fechada a época dos casacos (achamos nós), a vontade de sair de casa dita a procura dos melhores parques e jardins para piquenicar. E é nisso que queremos ajudar. De autênticas mini-florestas na cidade a relvados junto ao rio ou miradouros inspiradores, tudo vai dar a essa ideia boa de toalha e corpo estendidos ao sol, quem sabe ao som de uma guitarra. A cidade é nossa e há espaço para todos.

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Os melhores sítios para fazer piqueniques na cidade

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  • Parques e jardins
  • São Vicente 

É o maior espaço verde de acesso público da zona histórica de Lisboa. Afinal, são quase dois hectares junto à Igreja da Graça, com vista sobre a Lisboa antiga, que vai do Castelo à Mouraria. Há área relvada para estender a toalha, jardim com três miradouros, uma zona com parque de merendas, um pomar, um parque infantil e um quiosque para cafés e bebidas fresquinhas. Às vezes também há concertos, malta que improvisa com os instrumentos que trouxe de casa, cães alegres em correria de um lado para o outro e yoga. 

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  • Alvalade

Conhecido como Mata de Alvalade, neste jardim com cerca de dez hectares vai poder elevar a experiência de piquenique. É encher a barriga e deitar-se à sombra, deixando-se envolver pela vegetação densa. Há ainda um circuito de manutenção, rede de caminhos pedonais e pista ciclável se quiser digerir a refeição a pedalar. Se, por outro lado, preferir observar a avifauna, o espaço serve de refúgio a várias espécies de aves, desde melros e chapins-reais a piscos-de-peito-ruivo e pintassilgos.

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  • Estrela/Lapa/Santos

É um parque botânico entre Alcântara e a Lapa, que terá inspirado Manet a pintar o seu famoso quadro Almoço na Relva. Portanto, se o impressionista francês achou que ali deveria fazer-se um piquenique, quem somos nós para duvidar? Só deve ter cuidado com os patos e outras espécies matreiras que possam ali surgir, em busca de bolinhos e salgados.

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  • Parques e jardins
  • Lumiar

Quer estender a toalha sem correr o risco de pisar na do lado ou de ouvir a música chata dos vizinhos? É um anti-social que ainda assim gosta de piqueniques? Pensou em levar uma garrafa de vinho e um cacho de uvas para o parque e dormir uma sesta a seguir? A área total da Quinta das Conchas, incluindo a vizinha Quinta dos Lilases e a mata, é de 26 hectares. É capaz de chegar. Esta quinta do Lumiar é a segunda grande mancha verde do concelho (a seguir a Monsanto) e, além de generosas áreas relvadas, lagos e esplanadas, tem mesas e bancos de pedra à sombra de eucaliptos. Se tem filhos e eles estão entendiados com a sua vontade de tédio, tudo bem: há parque infantil com baloiços e escorregas e percursos longos para gastar as pilhas em cima da bicicleta.

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  • Alcântara

Se quer floresta, é aqui que deve ir. Seja no Anfiteatro Keil do Amaral, com vista directa para o Tejo e um quiosque de apoio, seja no Parque de Merendas do Moinho do Penedo ou nas outras zonas de piquenique de Monsanto (perto do Parque Recreativo do Alvito, que é o delírio de qualquer criança, e há inclusive um forno a lenha), o grande parque florestal da cidade é também a capital dos piqueniques. É só preparar a toalha.

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  • Parques e jardins
  • Belém

O Tejo envia brisas muito bem-vindas em qualquer piquenique pensado para dias quentes. Portanto, Belém, aqui vamos nós, de toalha na mão e cesta ao ombro. Este jardim aberto junto a um dos prinicipais monumentos nacionais foi projectado em 1944 por António Viana Barreto (o mesmo paisagista que desenhou com Ribeiro Telles os jardins da Gulbenkian) e é ensolarado até à última réstia do dia.

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  • Parques e jardins
  • Areeiro/Alameda

Um piquenique não tem de implicar uma logística enorme, um carro artilhado ou uma hora nos transportes. E nisso, o Jardim Fernando Pessa (que toma o nome do celébre jornalista da televisão portuguesa), no Areeiro, tem a vantagem de estar perto do metro, de supermercados (isto, a pensar em quem não quer preparar tudo em casa) e da vida banal da cidade. Com uma boa área relvada, sombras, campo de jogos, parque infantil e quiosque, cumpre todos os requisitos para um belo e descomplicado piquenique. E esta, hein?

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  • São Sebastião

A máxima é aproveitar os melhores recantos da cidade para uma refeição diferente. Nos jardins da Gulbenkian, uma referência para a arquitectura paisagista portuguesa, há um lago, mais de 230 espécies de flora, de alfarrobeiras a bétulas, mas também patos a vadiar e visitas de periquitos-de-colar e até guarda-rios, com bico comprido e cores exóticas. 

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  • Parques e jardins
  • Avenida da Liberdade/Príncipe Real

Ao longo dos anos sofreu várias intervenções que lhe mudaram drasticamente a aparência. Uma coisa nunca mudou: a vista soberba, seja no piso superior ou no inferior. Em 2019 iniciou-se uma nova intervenção, promovida pela Junta de Freguesia de Santo António, que tornou o Jardim do Torel num “jardim do amor”. Localizado na Colina de Santana, foi alvo de uma requalificação verde e muito bem cheirosa que devolveu à cidade um conceito de jardim que juntou muitos casais alfacinhas. As zonas de estadia foram renovadas e foram plantadas diferentes espécies, como lavanda, verbena, maçaroco (orgulho-da-Madeira) ou mesmo papiro que envolvem os utilizadores com plantas aromáticas, cheiros, cores e texturas diferentes.

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  • Marvila

Foi um dos projectos mais aguardados para a frente ribeirinha de Lisboa, que precisava de um pouco mais de verde. O parque começa junto aos armazéns da Doca do Poço do Bispo e estende-se para norte ao longo de 600 metros, ocupando uma área total de quatro hectares junto ao rio. É um projecto do atelier das arquitectas paisagistas Catarina Assis Pacheco e Filipa Cardoso de Menezes, que mudou por completo a forma de viver esta zona de Lisboa. Para já, há mais de 360 árvores plantadas, mas pouca sombra, que ainda são muito novas e têm pouca folhagem. Mas esta é uma zona de vento, pelo que a aragem constante há-de refrescar os mais calorentos.

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  • Marvila

Muito boa gente só lá vai de dois em dois anos pelos brindes e pela música dos festivais de Verão. Mas o Parque da Bela Vista é uma excelente pista para corridas, passeios domingueiros em família, banhos de sol veranis e o que aqui nos traz: piqueniques. Além de um recinto polidesportivo, integra um parque de merendas e um miradouro. Mas as grandes mais-valias são o silêncio e o muito espaço para espreguiçar. 

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  • Espaços para eventos
  • Benfica/Monsanto

É a verdadeira acepção de campo na cidade e está bem encaixada no bairro de Benfica. A vista para o Centro Comercial Colombo não incomoda nada, até porque o sossego é garantido pela amplitude da relva e pelas hortas urbanas onde muito cresce vigorosamente. Os 11 hectares chegam para todos e acolhem muito bem piqueniques, a qualquer hora do dia.

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  • Estrela/Lapa/Santos

Plantado no coração de Lisboa, é perfeito para ir para fora cá dentro. Tem uma frota de bancos (um a cada vinte passos – acredite, nós já medimos) a ladear o passeio público que é também um dos melhores circuitos de corrida da cidade; e sobretudo tem meia dúzia de clareiras relvadas a pedir piqueniques e tardes de sorna com um livro.

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  • Parques e jardins
  • Campo Grande/Entrecampos/Alvalade

Neste jardim vive-se uma espécie de microclima, uma ilha rodeada de estrada e da azáfama do trânsito, ainda que não pareça assim que mete os pés na relva e sente realmente a natureza. O Jardim Mário Soares, mais conhecido como Jardim do Campo Grande, é o cenário perfeito para um piquenique verdadeiramente urbano, mas com plantas que cheguemHá uma zona especial para merendas, quiosques e parque infantil. Tudo garantido.

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  • Parques e jardins
  • Encarnação

Este parque é um mistério. Faz fronteira com uma das artérias mais movimentadas, barulhentas e – convenhamos – feias da cidade. Mas é tão tranquilo, verde, desafogado e silencioso que custa a acreditar. As cores do pulmão dos Olivais vão mudando ao longo do ano, mas não se deixe dormir: as mesas de madeira por baixo dos choupos enchem rapidamente nos fins-de-semana mais quentes. Ainda assim, pode optar por estender a toalha na relva e ficar à vontadinha.

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  • Coisas para fazer
  • Parque das Nações

Fica entre o Oceanário de Lisboa e o Tejo, e chama-se assim porque o terreno simula o ritmo do oceano e o movimento das águas. O projecto foi pensado pela artista Fernanda Fragateiro e permite não só deitar-se na relva e ter um encosto natural, como ainda equilibrar as garrafas na crista de uma onda, sem perigo de derrrocada. 

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  • Marvila

O Parque Urbano Vale da Montanha tem mais de dez hectares, com ciclovia, caminhos pedonais, muita verdura, equipamentos de fitness e parques infantis. Na entrada principal, há um gigante equipamento lúdico para crianças e ao lado uma área rodeada de bancos de pedra e pronta para receber eventos. Para quem quer um piquenique daqueles à antiga, é chegar e estender a toalha onde houver relvados espaçosos disponíveis e deixar-se ficar refastelado no descanso longe da confusão citadina. 

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  • Alcântara

A Tapada da Ajuda, parque botânico de reconhecido interesse, tem cerca de uma centena de hectares e muitas atracções. Há pomares, vinhas, prados, culturas arvenses e hortículas, uma reserva botânica, campos polidesportivos, o Observatório Astronómico de Lisboa e o Instituto Superior de Agronomia. No ponto mais alto da Tapada, junto ao marco geodésico (134 metros de altitude), existe um miradouro que oferece um vasto panorama sobre a cidade e o rio Tejo. Como parece óbvio, há mais do que espaço para piquenicar. Mas, caso restem dúvidas, sim, tem um parque de merendas, uma vasta área relvada e lagos com patos.

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  • Torres e miradouros
  • São Vicente 

Nem todos os piqueniques têm de ser em jardins, pois não? E às vezes a vista ajuda à escolha. Este é o ponto mais alto do centro histórico de Lisboa e é melhor ainda do que um mapa da cidade, com um painel de azulejos que permite localizar os principais monumentos. Com vista da Baixa às Avenidas Novas, a Senhora do Monte é muitas vezes palco de músicos espontâneos e de gente que gosta de festejar a vida para lá do pôr-do-sol. Muitos turistas? Sim. Mas também um bom sítio para conversas improváveis.

Os melhores jardins e parques em Sintra

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  • Sintra

São 200 hectares de jardins e floresta em redor do emblemático Palácio da Pena. À primeira vista, até parece que se trata de autêntica floresta nativa, mas é uma paisagem desenhada, combinando o exotismo e imponência das espécies vegetais com o dramatismo das vistas dos picos a que os caminhos sinuosos nos conduzem. Isto enquanto se passa por grutas e ruínas falsas, lagos e fontes, tudo numa eloquente estética romântica.

O interesse pela botânica de D. Fernando II, o responsável por isto tudo, trouxe para o parque espécies florestais nativas de todos os continentes, bem como uma colecção de camélias da China e Japão, que foram plantadas no Jardim das Camélias na década de 1840 e se tornaram o ex-líbris do Inverno de Sintra, estação em que deve visitar o parque para as ver.

Uma visita completa ao parque é coisinha para umas três horas; se não tem todo esse tempo disponível: 1) vai lamentar; e 2) deixamos umas dicas. Escolha a entrada do Vale dos Lagos e percorra o caminho ao longo dos cinco lagos ligados por cascatas e rodeados de árvores e vegetação frondosa, até à Fonte dos Passarinhos, uma casa de fresco neomourisca de planta hexagonal e cúpula abobadada que amplifica o som da água que corre de uma pequena fonte.

Nas vistas, a Cruz Alta é o ponto mais elevado da serra, a 528 metros, e de lá avista Lisboa e Cascais, o oceano e a região saloia. Nos recantos, procure a Gruta do Monge, um antigo local de recolhimento. E não se vá embora sem passar pela Feteira da Rainha: é lá que vai encontrar uma das árvores mais notáveis do parque, uma tuia gigante, rodeada de luxuriantes fetos arbóreos oriundos da Austrália e da Nova Zelândia. Sem surpresas, o Parque da Pena pertence à Rota Europeia dos Jardins Históricos.

Seg-Dom 09.00-19.00 (só parque). Preço normal: 10€ (só parque; gratuito ao domingo para residentes no concelho; inclui Chalet e Jardim da Condessa d’Edla

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  • Parques e jardins
  • Sintra

São 85 hectares que excedem as expectativas mais elevadas que se possa ter sobre paisagismo romântico. Talvez porque estamos em Sintra, onde espécies botânicas trazidas de todo o mundo se aclimataram exuberantemente. Talvez porque o desenho dos jardins, sempre mimetizando o natural, é cuidadosamente encenado, fruto do trabalho de arquitectos paisagistas, botânicos e jardineiros. Certo é que o conjunto destas circunstâncias fazem com que o Parque de Monserrate pertença à Rota Europeia de Jardins Históricos, que integra as Rotas Culturais do Conselho da Europa.

Prepare-se para conhecer uma das maiores colecções botânicas existente em Portugal – só fetos são mais de 40 espécies, para lá dos fetos arbóreos, que pode ver no Vale dos Fetos –, com algumas árvores a atingirem portes consideráveis, como é o caso da Araucaria heterophylla, com 50 metros, ou da Metrosideros robusta, que se encontra junto ao relvado, o primeiro em Portugal com sistema de rega, criado na segunda metade do século XIX. 

A vertente a Sul, chamada Jardim do México, foi estruturada em patamares e preenchida com vegetação de climas secos, como o pinheiro do México, iúcas, cicas, agaves e dragoeiros. Conte ainda com um roseiral que foi restaurado e apresenta uma colecção de variedades históricas, o Jardim do Japão, onde se destacam os bambus e as camélias, e, claro uma falsa ruína, tão ao gosto romântico, de uma capela engolida pela vegetação e por uma árvore da borracha. Nas proximidades, há uma cascata construída com grandes penedos e plantas exóticas e, no fim do percurso, um falso cromeleque, atribuído, como a falsa ruína e a cascata, a William Beckford, que arrendou a propriedade no fim do século XVIII.

Use a aplicação Tree Finder, da Parques de Sintra, para seguir um percurso que percorre todas as principais doze atracções do parque. Ou confie na sua intuição e deixe-se perder.

Seg-Dom 09.00-19.00 (parque), 09.30-18.30 (palácio). Preço normal: 12€ (parque e palácio); gratuito ao domingo para residentes no concelho 

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  • Sintra

Em Abril de 2023 reabriu, após obras de recuperação de pavimentos, escadas e muretes, o Percurso Pedestre da Vila Sassetti, sinónimo da melhor forma de ir a pé do centro histórico de Sintra para o Palácio da Pena e Castelo dos Mouros. 

Estamos num típico jardim romântico, da autoria de Luigi Manini, o mesmo arquitecto da Regaleira, o que deverá justificar uma estranha clareira com uma espécie de trono e cadeiral em pedra. O caminho serpenteia encosta acima, acompanhado por um curso de água que vamos vendo em cascatas e laguinhos até chegarmos à Vila Sassetti, um palácio inspirado nos châteaux da Lombardia. Neste primeiro troço conte com vegetação diversa e luxuriante: fetos arbóreos, cicas variadas, bromélias, palmeiras de leque, washingtónias, strelitzias nicolai, rododendros, camélias. Depois da vila, o percurso mimetiza mais a natureza selvagem, com mata, duas grutas e imponentes penedos.

A Casa do Caseiro alberga uma cafetaria que tem abertura anunciada desde 2023; o parque possui instalações sanitárias nem sempre abertas; e a entrada é livre, das 10.00 às 18.00.

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