Crack Kids
Duarte Drago
Duarte Drago

Os sítios mais alternativos em Lisboa

Não gosta de seguir o rebanho? Há sempre um caminho mais alternativo a seguir na cidade

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Gosta pouco de estar onde toda a gente está? Os sítios da moda para si são aqueles que ainda ninguém ou pouca gente conhece? Então, está claramente a precisar de deitar o olho a este roteiro de sítios alternativos em Lisboa. Desde galerias de arte a associações culturais, de bares a restaurantes, há pontos na cidade que merecem a sua visita e não é por estarem nas bocas do mundo, certamente, mas pelo oferta que vão apresentando que foge à massificação, ao trendy e ao instagramável. A comunidade alternativa anda por estes lados, aproveite e espreite o que anda a perder na cidade. Estes são os sítios alternativos em Lisboa que tem de conhecer.

Recomendado: Galerias de arte em Lisboa: um roteiro alternativo

Os sítios mais alternativos em Lisboa

  • Coisas para fazer
  • Lisboa

A Associação Anjos70 ocupou o número 70 do Regueirão dos Anjos e criou um dos pólos culturais mais movimentados da cidade. Catarina Querido e Maria Lopes são as grandes responsáveis pelo espaço e pela sua dinamização, que recebe no primeiro fim-de-semana de cada mês um Art&Flea Market (a antiga Feira das Almas) e no último sábado há Rádio70, um evento em que convidam personalidades "conhecidas" a serem DJs. Além de tudo isto, é estar atento à programação que todas as semanas há novidades de agenda. E das boas. 

  • Coisas para fazer
  • São Vicente 
Valsa
Valsa

Ocupa o espaço de um antigo cabeleireiro e tem sangue brasileiro a correr nas veias. O Valsa é a nova associação cultural – que nos escapou das mãos quando abriu, perdoem-nos desde já – que também funciona como loja de discos e bar, com tábuas, petiscos de pequenos produtores parceiros da Comida Independente e cerveja artesanal. Tem programação semanal que pode ir consultando na página de Facebook, mas conte com aulas de música, concertos, workshops, exposições e sessões de cinema.

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  • Compras
  • Cais do Sodré

A Montana Lisboa, no Cais do Sodré, deixou de o ser, mas só enquanto nome – agora chama-se Crack Kids Lisboa e voltou à essência do grupo homónimo que tem estado por detrás do projecto. Agora, além de latas, há exposições de artistas emergentes, tacos do Pistola y Corazón e muito hip hop para embalar a coisa. A Crack Kids, plataforma que junta várias mentes ligadas às artes desde designers, ilustradores, músicos ou videógrafos, é quem continua a fazer as honras do local, agora de cara lavada.  Aquela que era uma das paredes mais instagramáveis (e instagramadas) de Lisboa, com armários do chão ao tecto cheios de latas e pantones, mantém-se igual, mas agora com mais representatividade de marcas de tintas, quer para quem se aventura no graffiti ou mesmo para quem gosta de uma boa bricolage lá em casa. A par da lista desta lista imensa de material, juntam-se também cabides com algumas t-shirts da marca Crack Kids, todas de edição limitada. Ao fundo da loja, o mexicano Pistola y Corazón tem ali um irmão mais novo, a Taco Shop #1, com tacos especiais, enchiladas suizas, chilaquiles, vinhos naturais da Rebel Rebel e os famosos slushies alcoólicos. 

  • Coisas para fazer
  • São Vicente 
Heden
Heden

Lisboa há muito que fervilha de criatividade e prova disso são os espaços criados propositadamente para a indústria criativa. Chegou a vez de a Graça ganhar um espaço de cowork que, no fundo, se assume também como um pólo criativo que combina as mesas de trabalho partilhadas com ateliês para artistas ou criativos e zonas de exposição. O Heden é também um espaço sustentável, tendo a equipa associado-se à Coopérnico, uma associação que envolve os cidadãos e empresas na criação do novo paradigma energético – renovável e descentralizado – em benefício da sociedade e do meio ambiente. 

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  • Arte
  • Marvila

Primeiro sinal alternativo: é no Braço de Prata. Por aqui passaram alguns dos mais mediáticos artistas que dão voz à arte urbana - de Wasted Rita a Vhils. Tanto é espaço de exposição, aproximadamente uma por mês, como lugar para residências artísticas. Agora, a Art Store, que estava no Cais do Sodré, passou também para Marvila, onde nasceu também o espaço Capsule, para pequenas exposições de artistas emergentes. 

  • Noite
  • Bares abertos de madrugada
  • São Vicente 

De portas abertas desde 2015, na rua da Voz do Operário, este híbrido de restaurante, bar e sala de concertos mudou a noite da Graça (havia noite na Graça?) e desviou uma série de pessoas da Bica e do Bairro Alto para uma colina ainda mais inclinada. A programação musical variada, que vai da música africana e electrónica ao indie rock, normalmente com com entrada livre; a comida do restaurante (pratos do dia, opções vegetarianas, petiscos dos bons e cerveja artesanal a acompanhar); e a boa onda do espaço – uma antiga padaria que ainda mantém os fornos na sala dos concertos – fizeram das Damas um ponto de encontro como há muito não havia na cidade.

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  • Noite
  • Cais do Sodré
Lounge
Lounge

O Lounge é um dos melhores sítios de Lisboa para sair à noite. E não há uma sílaba de exagero na frase anterior. A programação é uma das grandes apostas da casa, que consegue agradar a gregos e troianos. Numa noite normal — que até pode ser a um domingo —, é possível começar por ouvir um concerto de rock’n’roll cru e suado e acabar a dançar ao som de pérolas disco obscuras às quatro da manhã. E o melhor disto tudo é que a entrada é livre. Às quintas, sextas e sábados, o bar é tão concorrido que é difícil arranjar um espacinho para dançar — e já nem falamos na fila para a casa de banho.

  • Chinês
  • Baixa Pombalina
  • 4/5 estrelas
  • Recomendado

Chegou à Rua da Prata em Outubro de 2018 e a popularidade tem aumentado num boca-a-boca que rapidamente se propagou. O Panda Cantina é um pedaço da região de Sichuan, na China, plantado no centro de Lisboa que quer fazer do tradicional a marca da casa. A decoração é suave e bem conseguida, os pormenores são interessantes e até a disposição dos lugares é pensada para acomodar a partilha em grupo ou a refeição a solo. A mão é de Yin, responsável pelo espaço, que aterrou em solo português depois de uma aventura no ramo do design, em Paris, e que acabou por ficar.

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  • Noite
  • Intendente

Inaugurada em 2012 no Largo do Intendente, funciona como associação cultural, sala de concertos, bar e restaurante. Fica num antigo palacete, que também foi Casa da Comarca de Figueiró dos Vinhos e tem uma programação regular de concertos e festas. No fim de 2016, a Casa Independente alargou-se também ao Andar de Cima, como lhe chamaram. No segundo piso, funciona desde essa altura mais um bar/sala de espectáculos, com uma das melhores varandas de Lisboa (tem vista para o famoso pátio da Casa Independente). O piso de cima pode também ser alugado para festas privadas.

  • Grande Lisboa

Daniela, Vasco, Selma e Joseph, quatro amigos, queriam um sítio onde pudessem receber as pessoas e que estas ficassem a fazer sala sem o sentido pejorativo da palavra. Fazer sala com gosto. Por isso abriram a Sala, em São Bento, que não é um restaurante, é mais “uma petiscaria”, define Daniela Siragusa, mas também pode ser galeria de arte, sítio para workshops, sala para ficar a jogar jogos de tabuleiro toda a noite. E ainda tem leituras de tarot. Parece-lhe bem?

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  • Saúde e beleza
  • Barbeiros
  • Chiado
  • preço 1 de 4

Cortar o cabelo e a barba de copo na mão? Aqui pode. As paredes d'O Purista estão forradas a garrafas de cerveja e a decoraçao vai bater à porta do vintage, uma clara semelhança com as barbearias antigas. Mais: há uma mesa de bilhar onde se pode entreter entre cervejas – até se vai esquecer que foi ali para lhe tratarem do pêlo. 

  • Chinês
  • Martim Moniz
  • preço 1 de 4

Às vezes é difícil saber o que é legal ou ilegal no Martim Moniz. O sítio parece-se com outros clandestinos de comida da zona, mas tem anúncio na rua, mesmo ao lado do supermercado chinês Hua Ta Li. No que para aqui interessa, importa que serve uma das melhores sopas de noodles chineses da cidade. A massa é feita na casa, no momento, e o caldo tem um sabor profundo a osso e especiarias. Há várias modalidades, todas entre os 5€ e os 6€, mas nós sugerimos a clássica de porco, com um pedaço de entrecosto assado imerso, a desfazer-se. O ambiente é o de um restaurante popular de Pequim, sem requinte nem cuidados estéticos, cheio de chineses e de alguns tugas entretando rendidos aos noodles. 

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  • Marvila
  • preço 2 de 4

Vive do anti-marketing, não tem redes sociais nem menus em lado nenhum e todas as fotos que tirar neste restaurante serão à socapa. Os donos querem que este sítio se mantenha Aquele Lugar Que Não Existe, envolvendo-o numa certa mística, por isso a única foto que temos do espaço é mesmo da fachada. Aos almoços há buffet, com saladas frias ou pizza, e aos jantares as propostas deste espaço são maioritariamente italianas (ao nível das pizzas, quase todas exóticas) e indianas. 

  • Noite
  • Cafés/bares
  • Lisboa
  • preço 1 de 4

Referência: linha verde do metro, aquela que reúne mais associações culturais em Lisboa. A Crew Hassan é uma delas, e sim, pronuncia-se como aquela pastelaria francesa que gostamos de comer ao pequeno-almoço. A programação é diurna e nocturna, para chegar a todos os públicos, e tem desde workshops a concertos, podendo ainda experimentar aulas de yoga, jiu jitsu ou tai chi. Se estiver atento aos eventos no Facebook vai perceber que o espaço é palco de muitas noites temáticas. Há um amplo canto dedicado às crianças, prova de que o espaço foi pensado para levar a família a reboque. 

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  • Filmes
  • Bairro Alto

Por aqui já passou o Salão Ideal, o Cinema Ideal (versão 1.0), o Cine Camões e o picante Cine Paraíso. O actual Cinema Ideal, embora numa versão moderna inaugurada em 2014, acaba por ser o mais antigo cinema de Lisboa em funcionamento e a programação tem um especial carinho por produções europeias. Junte dois ou três amigos e assista a uma daquelas produções habitualmente fora da rota das salas de cinema comerciais.

  • Arte
  • Desenho e ilustração
  • Castelo de São Jorge
  • preço 2 de 4

Bendita a hora em que a galeria portuense resolveu rumar a sul e instalar-se na Mouraria. A vinda para Lisboa começou por ser temporária, mas o facto é que foi esticando, sem arredar pé. Além das exposições que dão a conhecer melhores uma nova geração de autores, para quem procura uma ilustração especial, a Ó Galeria é um verdadeiro mundo.

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  • Coisas para fazer
  • Lisboa

O conceito, nascido em 2011, veio ajudar na dinamização do bairro da Mouraria. Instalou-se num edifício histórico pertencente ao espólio da família da mítica fábrica de Azulejos Viúva Lamego, e inclui as vertentes de residência artística, hostel, café-studio onde pode comer umas belas tostas. Esteja atento à programação no Facebook da Largo que é lá que anunciam as festas, exposições e concertos que têm regularmente.  

  • Cervejaria artesanal
  • Marvila

A Musa, cervejeira artesanal, tem o seu pousio ao público em Marvila, capital da cerveja artesanal. Junta bar e fábrica, consumo e produção e ainda um programação musical regular para acompanhar com os copos neste fresquíssimo bar/barracão, com direito a andar de cima e tudo, com vista para os silos onde a cerveja se faz. São mais de dez bocas de cerveja a sair directinha da fonte. Tudo em bom. 

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  • Noite
  • Cafés/bares
  • Estrela/Lapa/Santos

Os donos da Mercearia do Campo, na Rua Saraiva de Carvalho, uma mistura entre garrafeira, mercearia e restaurante com esplanada, optam agora por um novo bar na cave. Chama-se Mercearia -1 e já era um sonho antigo dos dois sócios, Bruno Carvalho e João Agria, que se conheceram quando trabalhavam como bartenders em cruzeiros. Além da carta de vinhos (a partir dos 9,5€ a garrafa), há cerveja artesanal (Musa, Dois Corvos, Bolina, Passarola e d’Ourique, a cerveja do bairro), cocktails clássicos “com um twist” – ou não fossem os donos bartenders –, sangria (12€/1 litro de tinta ou branca, 15€ de espumante), aguardente e vermutes.

Mais em Lisboa

  • Noite
  • Cafés/bares

Luís Pinto Coelho morreu em 2012, mas deixou para a história da cidade quatro dos mais emblemáticos bares da noite alfacinha. Foi ele o fundador do Procópio, d'A Paródia, do Fox Trot e do Pavilhão Chinês, que decorou com peças de uma colecção de velharias e objectos que foi acumulando desde a adolescência. Os quatro bares históricos em Lisboa ainda estão a funcionar. 

  • Compras

Já lá vai o tempo em que os lisboetas ficavam de pé atrás com a segunda mão. A moda do vintage chegou, viu e venceu — e não quer arredar pé da cidade. No armário, em todas as divisões da casa, no cabelo, no prato e na ponta do pé, o vintage tem sido adoptado de forma mais ou menos radical e pode aparecer sob a forma de bagatela ou de artigo de luxo — veja-se os carros. 

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